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Introdução a Biblioterapia - Coggle Diagram

- - - - Haja vista a grande quantidade de livros de autoajuda que são editados anualmente ou mesmo as reflexões que a boa literatura é capaz de produzir no ser humano
      - É algo bastante antigo e, por sua natureza introspectiva e pela qualidade de alguns textos, pode acarretar efeitos terapêuticos
    - - Refere-se a um método específico, que não é feito de forma esporádica, mas, sim, com a utilização de materiais selecionados previamente, de acordo com as características específicas do grupo escolhido, com a leitura individual ou coletiva e a posterior INTERPRETAÇÃO, seja em grupo ou individualmente
      - Ouaknin (1961)
        
        Biblioterapia é o uso de materiais de leitura selecionados como auxiliares terapêuticos em medicina e psiquiatria. Também: auxílio na solução de problemas por meio de leitura dirigida
        
        A leitura quebra a instância do sentido
        e todos os elementos do texto
        
        A leitura biblioterapêutica é uma operação de disseminação que restitui a vida, o movimento e o tempo no coração mesmo das palavras; é assim que ela as constitui como obras de arte e as subtrai aos riscos do ídolo.
        
        Objetivo terapêutico, os sentidos do
        texto se ampliam, extrapolando sua forma e ganhando novos contornos.
        
        Possibilita acessar sentimentos, EMOÇÕES e pensamentos que, até então, não tinham ganhado CONSCIÊNCIA.
      - Caldin (2010)
        
        Pode-se dizer que a Biblioterapia admite a possibilidade de terapia por meio de textos literários haja vista que não se configura apenas como uma leitura (narração ou dramatização), mas que contempla, ainda, os comentários advindos dessa leitura nascidos das vivências do ouvinte mesclados com a interpretação das palavras do autor.
        
        Leitura dirigida e discussão em grupo, que favorece a interação entre as pessoas,
        levando-as a expressarem seus sentimentos
      - O processo da Biblioterapia pode levar a um conhecimento melhor de si mesmo por meio das metáforas constantes no texto, mas especialmente pelo diálogo que acontece após a leitura. Em grupo, as trocas ficam ainda mais ricas.
  - - - Definição do público-alvo (Tipos de usuários)
      - Identifica-se o aspecto do
        grupo que precisa ser trabalhado
      - Realiza-se a escolha do material
      - Realiza-se, então, a sessão de Biblioterapia, que pode acontecer individual ou coletivamente, com leituras individuais prévias ou leituras em grupo.
      - Parte-se, então, para a fase da interpretação
        
        Aqui está o grande diferencial da Biblioterapia, a interpretação do texto lido. Essa interpretação não se configura como uma conversa sobre os aspectos literários do texto (como Clube de Leitura), mas sim no sentido dado pelos participantes a partir da leitura.
    - - Identificação do público-alvo.
      - Identificação do aspecto do grupo que precisa ser trabalhado.
      - Escolha do material que será utilizado.
      - Realização da sessão de Biblioterapia
        
        Leitura
        
        Interpretação
  - - - Desenvolvida pelos profissionais bibliotecários
    - - Desenvolvido por psicólogos e profissionais da área da saúde
- - - - Reflexão acerca de quem é o ser humano
        
        Ser humano como construtor do seu destino
        
        Preso a limitações de sua existência
        
        Incertezas
        
        Quem é o ser humano sem as certezas?
        
        Solidão e desespero
        
        Reconstrução do sentido de vida
        
        Recuperação da percepção
        
        Modo de interagir e sentir o mundo
      - Ganhou força no período pós
        Segunda Guerra Mundial
        
        Falência moral do ser humano
      - Merleau-Ponty (1908-1961)
        
        Contestação da divisão entre sujeito/objeto e pensamento/percepção
    - - Ser humano visto em sua totalidade
      - Estudo da essência vivida, das experiências
      - Descrição do fenômeno
      - Estudo dos sentimentos, pensamentos e ações
      - Edmund Husserl (1859-1938): um dos maiores representantes
      - Linguagem
        
        Expressão da consciência
        
        Vinculado a expressão corporal
        
        Teoria da Expressão (Merleau-Ponty)
        
        Linguagem falada
        
        Aquela que o leitor já apresenta consigo mesmo
        
        Linguagem falante
        
        Recriação, indo do signo ao significado na leitura
        
        A biblioterapia tem foco nos significados que as pessoas dão aos textos nos momentos de leitura, ainda mais na expressão por diversas linguagens
        
        É dessa fala falante que a Biblioterapia se ocupa; dos significados que os sujeitos conferem aos textos por meio da leitura e que são expressados pela linguagem no momento da sessão.
      - Aplicação a biblioterapia
  - - - Criado por Albert Bandura
      - Comportamento humano resultado de uma interação
        
        Fatores ambientais
        
        Reciprocidade
        triádica
        
        Fatores pessoais
        
        Fatores comportamentais
      - Ser humano como agente, podendo realizar ações por meio de suas vontades
        
        Teoria da Agência Humana
        
        Intencionalidade
        
        Pensamento antecipatório
        
        Autorreatividade
        
        Autorreflexividade
      - Agência pessoal
      - Agência coletiva
        
        Grupo que partilha das mesmas intenções e sentido
      - Agência delegada
        
        Relações mediadas sociais, que as pessoas delegam a outra, visando que atuem de forma esperada por quem delega.
      - Modelação
        
        Processo em que o sujeito aprende por meio da observação
        
        Subfunções cognitivas
        
        Aprendizagem pela observação
        
        Efeito inibitório e desinibitórios
        
        Efeito de facilitação da resposta
        
        Não é imitação de comportamento
        
        A modelação é um processo no qual o sujeito
        aprende por meio da observação, sendo essa aprendizagem baseada nas subfunções cognitivas
      - A TSC parte do pressuposto de que o comportamento humano vem de uma causação interacional, que é a soma de fatores ambientais, fatores pessoais e comportamento, que leva a uma reciprocidade triádica.
    - - Empatia
        
        Capacidade de apreender sentimentos e de se identificar com a perspectiva do outro (DEL PRETTE E DEL PRETTE, 2014)
        
        Processo empático
        
        Escuta ativa
        
        Identificação do problema (ou emoção) pelo interlocutor
        
        Expressar aceitação e apoio por meio de mensagens verbais
        
        Como aprendemos habilidades sociais
    - - Comportamento pró-social
        
        Monitoria positiva
        
        Comportamento moral
      - Comportamento antissocial
        
        Negligência
        
        Abuso físico e psicológico
        
        Abuso psicológico
        
        Disciplina relaxada
        
        Punição inconsciente
        
        Monitoria negativa
- - - - Desconsideração do papel do leitor
      - Maior interesse no autor
        
        Sua biografia
      - Maior interesse na obra
        
        Estrutura
        
        Estilo
        
        Recursos linguísticos
      - Desvalorização do contexto histórico
    - - Estética da Recepção
        
        Valorização do papel do leitor
        
        A literatura é um processo de produção, recepção e comunicação, o que proporciona uma relação dinâmica entre a obra, o autor, o leitor e o sentido que dela nasce
        
        O sistema literário é o resultado da soma
        da obra, do autor e do leitor
        
        Wolfgang Iser
        
        Teoria do Efeito
        
        "Leitor Ideal"
        
        A experiência subjetiva do leitor não lhe interessa
        
        Mas sim “sua capacidade de preencher as lacunas do texto a partir do leitor implícito, uma estrutura textual que direciona a leitura do seu receptor. Nesse caso, o leitor tem um papel a assumir, um modelo a seguir
        
        Hans Robert Jauss
        
        Estética da Recepção
        
        "Leitor Ideal"
        
        Busca textos que exijam maior atenção à narrativa para conseguir uma mais profunda. São essas obras que modificam os valores do leitor e contribuem para a sua emancipação.
    - - Questionamos a ideia de um “leitor ideal” pelo fato de as leituras de um texto serem
        culturalmente construídas (Lourenço, 2013)
      - Um leitor é influenciado pela localização geográfica, gênero, idade, profissão, situação econômica, escolaridade, entre outros fatores. Fatores que atuam diretamente sobre sua interpretação de mundo (Lourenço, 2013)
      - Nem todos os leitores conseguem ler um texto como os críticos sugerem, pois possuem suas próprias experiências de vida, próprias expectativas e, por fim, próprias maneiras de ler (Lourenço, 2013)
      - Nova abordagem, considerando leitor e sua experiência de leitura
        
        Stanley Fish
        
        o leitor está livre da tirania do texto e assume o
        papel central na produção de significado
        
        ao invés de o leitor depender do que ele apresenta para a interpretação, o texto é o dependente
        
        Será interpretado de acordo com as convenções existentes em uma comunidade interpretativa
    - - É ela que expõe o que é
        valor e o que não é para determinada comunidade, além de considerar primordial o papel do leitor nesse processo.
      - A literatura pode ser um instrumento consciente de desmascaramento, pelo fato de focalizar situações de restrições dos direitos, ou de negação deles
    - - A leitura dos clássicos aprimora as capacidades intelectuais e cognitivas, cuja aquisição é fundamental para a compreensão do mundo.
    - - 1) Leitura em voz alta e relato de histórias.
      - 2) Mostra de livros com discussões.
      - 3) Trechos de obras lidos por seus autores.
      - 4) Cursos, reuniões e outros acontecimentos informativos sobre o conteúdo da leitura das crianças:
        
        a) Clubes do livro e de leitura.
        
        b) Exposições de livros.
        
        c) Ouvir ou olhar – ler – discutir.
        
        d) Propaganda de livros.
        
        e) Programas de livros nos meios de comunicação de massa.
        
        f) Círculos de livros ou “indução à leitura”
  - - - Aqui nota-se quanto uma história pode ter valor terapêutico.
        
        Para processar seus sentimentos, a criança precisa de um adulto empático que lhe ofereça atenção e compreensão de qualidade
        
        As crianças, muitas vezes, “não têm recursos internos para entendê-los plenamente e nem para regular o nível de suas emoções"
        
        As crianças não têm facilidade para falar desses sentimentos, e sua linguagem cotidiana não é a linguagem natural do sentimento e sim a da imagem e da metáfora, que estão presentes em histórias e sonhos.
        
        Por isso que as histórias falam em um nível muito mais profundo e imediato que a linguagem cotidiana
        
        As imagens metafóricas presentes nas histórias permitem às crianças um contato com sentimentos intensos e dolorosos, mas com uma certa segurança, possibilitando que o conteúdo seja trabalhado internamente.
        
        Quatro pontos que evidenciam como uma história terapêutica funciona para uma criança em seu nível interior
        
        Apresenta opções sobre o que fazer diante de um grande obstáculo.
        
        Apresenta novas possibilidades e soluções criativas para superar problemas aparentemente insuperáveis.
        
        Mostra como lidar de modo mais eficaz e menos doloroso com problemas emocionais comuns.
        
        Mostra que novas maneiras de ser são possíveis
        
        Detalhes importantes quando se vai contar a história
        
        escolher o momento em que a criança estiver atenta, aberta e receptiva
        
        contá-la em um local apropriado
        
        estar atento às crianças quando
        elas precisarem de mais tempo em uma ilustração ou parte da história
        
        Ao acabar a história, não sair da metáfora e deixar que o conteúdo fique em seu imaginário, trabalhando suas questões em nível inconsciente
        
        A criança pode expressar um trauma reprimido
  - - - A maturidade psicológica vem da aquisição de uma compreensão segura do que o significado da própria vida pode ou deveria ser
        
        Essa compreensão é o resultado final do que vamos buscando e do significado e da percepção de cada evento da vida ao longo do nosso desenvolvimento, que poderão ser mais completos na vida adulta.
    - - A literatura se mostra como um meio importante para auxiliar as crianças a entrar em contato com seu mundo interior e desenvolver essas habilidades
        
        Com altas doses de imaginação e criatividade, os contos de fadas se tornam importantes para esse despertar das crianças
        
        Tocam em problemas íntimos dos seres humanos e possíveis soluções para esses problemas
        
        Falam de suas graves pressões interiores de modo que ela inconscientemente compreende e, sem menosprezar as lutas íntimas mais sérias que o crescimento pressupõe, oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto permanentes para dificuldades prementes
    - - a necessidade de ser amado e o medo de ser considerado sem valor
      - O amor pela vida e o medo da morte
      - Oferece[m] soluções de modos tais que sejam possíveis de apreensão pela criança em seu nível de compreensão
    - - Os adultos devem evitar as interpretações
      - ler sempre os contos de fadas originais, na medida em que versões ou simplificações comprometem seu valor literário e seu significado mais profundo
    - - O conto de fadas é terapêutico porque o paciente encontra suas próprias soluções, por meio da contemplação daquilo que a história parece sugerir acerca de si e de seus conflitos íntimos nesse momento de sua vida.
      - Não podemos intenções didáticas
        aos contos de fadas
        
        A compreensão interna se dará por metáforas e não por explicações intelectuais
      - A história de fadas comunica à criança uma compreensão intuitiva, subconsciente, de sua própria natureza e do que o futuro pode lhe reservar se ela desenvolver seus potenciais positivos