RCC - Semana 11 Mulher, 26a, vitima de acidente automobilístico, estava em um motocicleta e colidiu com um outro automóvel, queixa de Dor nos membros inferiores, sem mais queixas, Ao exame fisico, consta MID com deformidade na coxa e exposição óssea, MIE com a mobilização e edema no tornozelo esquerdo, apresenta-se consciente, lucida, mas pálida e com PA de 110x60 mmHg e Pulso de 110 bpm, mas respondeu bem a reposição volêmica encontrando-se hemodinamicamente estável. SatO2= 96%
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Fraturas Expostas
Fraturas expostas são aquelas em que o osso entra em contato com o meio ambiente. Isso pode ocorrer basicamente por:
1) .Ferimentos por projétil de arma de fogo, ferimentos por instrumentos cortantes ou contundentes: perfuram a pele e fraturam o osso.
2) .Um fragmento ósseo fraturado pontiagudo desvia-se de sua posição anatômica e faz pressão sobre a pele adjacente, perfurando-a e se contaminando
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A exposição óssea ao meio ambiente é potencialmente bastante danoso, uma vez que o tecido ósseo, devido sua baixa vascularização, tem complicações infecciosas extremamente difíceis de se tratar.
Classificação
O sistema de classificção de Fratura Exposta mais utilizado atualmente foi criado por Ramón Gustilo e Anderson em 1976 e modificada em 1984, daí o nome. Esse sistema usa a quantidade de energia, a extensão da lesão para tecidos moles, assim como a extensão da contaminação para se determinar a gravidade de uma fratura. A progressão do grau 1 ao grau 3 implica em um maior grau de energia envolvido, maior danos em partes moles, nos ossos e maior potencial de complicações:
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Grau I: fratura puntiforme provocada por trauma de baixa energia. Solução de continuidade com a pele menor que 1 cm e pequeno grau de contaminação.
Grau II: fratura com exposição maior que 1 cm, porém permitindo a reparação do revestimento cutâneo com fechamento borda a borda. O grau de contaminação é moderado e a energia cinética envolvida no trauma também é de moderada intensidade.
Grau III: fratura com exposição maior que 10 cm associada a extensa perda de revestimento cutâneo provocada por trauma de alta energia com elevado grau de contaminação. São divididos em 3 subgrupos:
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Sintese de abordagem
Após esse atendimento ao trauma inicial, parte-se para a avaliação ortopédica. A lesão deverá ser coberta com um curativo estéril, e um exame neurovascular completo do membro (avaliação de pulsos, sensibilidade) deverá ser feito; da mesma forma, deve-se avaliar o grau de acometimento de partes moles.
Na sequência, imobiliza-se o membro, inicia-se antibiótico endovenoso profilático e realiza-se (profilaxia antitetânica))
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Gustilo-Anderson 1 e 2 indica-se o esquema: Cefalosporina de 1ª Geração (pensar em gram positivo) de 1 a 3 dias
Gustilo-Anderson 3 indica-se o esquema: Cefalosporina de 1ª Geração + Aminoglicosídeo (além de pensar em gram positivo, tem que pensar em gram negativo - daí usar aminoglicosídeo). Uma outra opção é utilizar uma Cefalosporina de 3ª Geração, 3 a 5 dias
Se contaminação de zona rural (terra, fezes de animais, adubo), deve-se acrescentar ao esquema Penicilina Cristalina (5 milhões ev 6/6 horas) para se evitar gangrena gasosa por clostridium perfringes
Só depois disso é que o paciente será radiografado (na prática, tudo pode ocorrer ao mesmo tempo, com aparelhos de RaioX portátil)
Manejo:
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- Controlar fratura exposta
- Investigação complementar
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