Caso de Estabelecimento de Diagnóstico: Peste Suína Clássica

  1. Contexto incial

Fazenda de Suínos: Criação intensiva de suínos, ciclo completo, com ênfase na produção de leitões e terminação.

Problema Reportado: Aumento da mortalidade em várias idades, especialmente em leitões desmamados. Observação de febre, apatia e lesões cutâneas em alguns suínos.

Primeiras Observações: Produtor relata diminuição na taxa de crescimento dos animais e aumento do consumo de medicamentos com pouco efeito.

  1. Coleta de Dados

Histórico dos Animais: Nenhum caso prévio relatado de doenças de notificação obrigatória. Porém, houve transporte recente de suínos de outro estado para a fazenda.

Manutenção de Registros: Registros adequados de vacinação para doenças comuns, mas não para Peste Suína Clássica (PSC).

Análises Ambientais: Ambientes fechados com elevada densidade de animais e ventilação insuficiente.

Questionamento ao Produtor:
Movimentação de Animais: Entrada recente de animais sem quarentena, provenientes de uma região não considerada livre de PSC.
Presença de Suínos Selvagens na Região: Relatos de javalis avistados próximos às áreas externas da propriedade.

  1. Exame Clínico e Testes Diagnósticos

Exame Clínico:
Febre Alta: Suínos apresentando temperatura corporal elevada.
Lesões Cutâneas: Hemorragias subcutâneas, principalmente em regiões de pele fina, como orelhas e abdômen.
Apresentação Neurológica: Alguns suínos exibindo tremores e desorientação.
Outros Sintomas: Diarreia e prostração foram observados, além de emagrecimento progressivo.

Necropsia:
Lesões Notáveis: Petéquias em órgãos internos, como rins e bexiga. Hemorragias nas linfonodos e úlceras no ceco.

Exames Laboratoriais:
Sorologia e RT-PCR: Coleta de amostras de sangue para detecção do vírus da PSC, resultados positivos confirmando a presença do vírus.

  1. Análise dos Pontos Críticos de Biosseguridade

Entrada de Animais sem Quarentena: A entrada de suínos sem quarentena adequada facilitou a introdução do vírus da PSC.

Falha na Barreira Física: Ausência de cercas adequadas permitiu o contato entre suínos domésticos e suínos selvagens (javalis), aumentando o risco de contaminação.

Densidade de População Elevada e Ventilação Deficiente: A alta densidade de animais e ventilação inadequada aumentaram o estresse, predispondo os animais à infecção e agravando a disseminação do vírus.

  1. Diagnóstico Final

Peste Suína Clássica (PSC): Confirmada pela sorologia e RT-PCR, com base nos sintomas clínicos (febre alta, hemorragias, sinais neurológicos) e achados de necropsia. A doença provavelmente foi introduzida pela falta de controle de movimentação de animais e pelo contato com suínos selvagens.

  1. Plano de Ação e Controle

Notificação e Isolamento:
Notificação imediata às autoridades sanitárias, dado que a PSC é uma doença de notificação obrigatória.
Isolamento dos animais afetados e bloqueio da movimentação de suínos para fora da propriedade.

Abate Sanitário:
Abate sanitário de suínos afetados e controle rigoroso para evitar a disseminação da doença para outras propriedades.

Controle de Biosseguridade:
Quarentena: Implementação de quarentena rigorosa para animais introduzidos na propriedade.
Cercas Adequadas: Construção de cercas para evitar contato com suínos selvagens.
Controle de Visitantes e Veículos: Controle rigoroso de acesso de pessoas e veículos à fazenda, garantindo a desinfecção.

Desinfecção e Controle Ambiental:
Desinfecção rigorosa das instalações e remoção de todos os materiais que possam ter sido contaminados pelo vírus.
Controle do número de animais por baia para reduzir o estresse.

Aluno: Marcos Paulo Novachaelley