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A.V.E., MARGARIDO, Adriano Júnior Lucarelli et al. Epidemiologia do…
A.V.E.
DIAGNÓSTICO
Ressonância Magnética (RM)
A RM fornece imagens mais detalhadas do cérebro, ajudando a detectar lesões isquêmicas em estágios mais precoces e distinguir AVE de outras condições.
Técnicas como DWI (diffusion-weighted imaging) podem identificar áreas de isquemia cerebral imediatamente após o evento.
Eletrocardiograma (ECG) e Ecocardiografia
São realizados para avaliar a função cardíaca e identificar arritmias cardíacas, coágulos sanguíneos ou outras condições cardíacas que possam contribuir para o AVE.
Angiografia Cerebral
A angiografia por tomografia computadorizada (angio-TC) ou angioressonância magnética (angio-RM) pode ser realizada para avaliar a vascularização cerebral, identificar obstruções ou estenoses vasculares e planejar intervenções terapêuticas.
Exames Laboratoriais
Testes laboratoriais como glicemia, hemograma completo, coagulograma e eletrólitos são realizados para avaliar a função metabólica e identificar fatores de risco adicionais.
Ultrassonografia Doppler Transcraniana (TCD)
A TCD é útil na avaliação do fluxo sanguíneo cerebral, detectando estenoses, oclusões ou vasoespasmo.
Pode ser usado para monitorar o fluxo sanguíneo durante o tratamento ou para avaliar o risco de eventos futuros.
Imagem por Tomografia Computadorizada (TC)
A TC de crânio é frequentemente realizada como primeiro exame de imagem para detectar hemorragia intracraniana, identificar áreas de infarto e excluir outras condições.
Os achados na TC podem incluir desaparecimento da diferenciação entre substância branca e cinzenta, obscurecimento dos núcleos da base e sinal da artéria hiperdensa.
Exame Neurológico
Avaliação dos sinais neurológicos, incluindo força muscular, reflexos, coordenação, sensibilidade e outras funções cerebrais.
A Escala de AVC do NIH (National Institutes of Health) é comumente usada para avaliar a gravidade do déficit neurológico.
Histórico Clínico Detalhado
Um histórico cuidadoso é essencial, incluindo informações sobre sintomas prévios, tempo decorrido desde o início dos sintomas, eventos que precederam o AVE e fatores de risco.
A documentação de eventos como Acidente Isquêmico Transitório (AIT) anterior é relevante para o diagnóstico.
EPIDEMIOLOGIA
Objetivo:
Analisar dados epidemiológicos doAcidente Vascular Encefálico(AVE)no Brasil nos últimos 5 anos.
Métodos:
Estudo ecológico de abordagem analítica entre agosto de 2015 a agosto de 2020 a partir de dados do Departamento de Informática doSistema Único de Saúde(SUS)e Sistemas de Informações Hospitalares do SUS. Foram buscados dados acerca da morbidade e taxas de internação, além da produção hospitalar de tratamento do AVE. Ademais, f oi f eita revisão bibliográfica a partir das bases de dados PubMed eScientif ic Eletronic Library Online(SciELO), para melhor interpretação dos dados.
Resultado:
Nos últimos cinco anos, houve um total de 422.638 internações por AVE. Observou-se maior internação masculina, entretanto, maior mortalidade feminina. Ademais, mostrou-se que o aumento da incidência e mortalidade é proporcional ao aumento da idade. Apesar da diminuição do número de óbitos, observou-se aumento da incidência da doença.
Conclusão:
Conclui-se que a taxa de incidência, internação por AVE e valor de serviços de saúde cresceram ao longo dos anos, se fazendo necessários pontos de melhoria na assistência à saúde no que diz respeito à prevenção e promoção.
MORFOFISIOLOGIA
Anatomia do encefalo
Tronco Encefálico:
Composto pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo.
Cerebelo:
Localizado abaixo do cérebro, é responsável pela coordenação motora e pelo equilíbrio.
Diencéfalo:
Formado pelo tálamo, pelo hipotálamo e pelo epitálamo, é responsável por funções como regulação da temperatura corporal, controle do sistema endócrino e processamento sensorial.
Telencéfalo (Cérebro):
O telencéfalo é composto pelo córtex cerebral e pelos núcleos da base e tem diversas funções, como o controle do movimento, da fala, da percepção sensitiva, da audição, da visão, o pensamento abstrato, a memória, a cognição
Lobos Cerebrais
Frontal
Responsável por movimentos voluntários, linguagem, habilidades cognitivas e controle comportamental e emocional.
Parietal
Integração de informações sensoriais como toque, temperatura e dor, além de avaliação de tamanho, forma e distância.
Temporal
Processamento de informações auditivas e codificação de memória, além de desempenhar papel importante na linguagem, percepção visual e processamento de afeto.
Ocipital
Responsável pela percepção visual, incluindo cor, forma e movimento.
Lobo Insular
Faz parte do sistema limbico, responsavel pelo paladar e coordenamento de emoções
Irrigação Arterial do Encéfalo
O encéfalo é irrigado pelas artérias carótida interna e vertebral.
As principais artérias incluem a cerebral anterior (face medial e superior), cerebral média (face lateral) e cerebral posterior (face inferior).
Círculo Arterial do Cérebro (Círculo de Willis):
Importante anastomose na base do encéfalo, formada pelas artérias comunicantes anterior e posterior, além das cerebrais anteriores e posteriores.
Garante um suprimento sanguíneo adequado ao cérebro, contribuindo para a proteção contra interrupções no fluxo sanguíneo.
ETIOLOGIA
AVE Isquêmico
Aterosclerose de grandes artérias.
Doença oclusiva de pequenos vasos.
Cardioembolismo
AVC de outra etiologia determinada
doença vascular não aterosclerótica
hipercoagulabilidade
síndromes genéticas que predispõem ao AVC (como arteriopatia cerebral autossômica dominante com infartos subcorticais e leucoencefalopatia
AVC de etiologia indeterminada.
AVE Hemorragico
hipertensão descontrolada, que, ao longo do tempo, pode levar à formação de minúsculos aneurismas de Charcot-Bouchard sujeitos a sofrer ruptura
cefaleia occipital, náusea, vômitos, vertigem e disfunção da marcha
Causas Menos Comuns:
Malformações vasculares cerebrais
compostas por aglomerados de vasos sanguíneos anormais com zônulas de oclusão defeituosas e permeáveis.
Angiopatia amiloide cerebral
é causada por deposição de amiloide dentro das paredes dos vasos cerebrais, provocando enfraquecimento, degeneração e predisposição à ruptura.
Condições inflamatórias e infecciosas.
Tanto a vasculite, quanto encefalite
Tumores cerebrais
Qualquer tumor cerebral pode sangrar.
Diátese hemorrágica
incluem trombocitopenia grave associada a neoplasias malignas hematológicas e insuficiência hepática, coagulopatia iatrogênica devido à anticoagulação e coagulação intravascular disseminada
Substâncias ilícitas
A cocaína e as metanfetaminas são as substâncias responsáveis mais comuns
Traumatismo craniano
FISIOPATOLOGIA
Isquêmico
Obstrução Vascular:
O AVE isquêmico ocorre quando um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro é bloqueado, interrompendo o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro.
Aterosclerose:
A principal causa de obstrução vascular é a aterosclerose, na qual placas de gordura se acumulam nas paredes das artérias, estreitando ou bloqueando o vaso.
Trombose e Embolia:
A obstrução pode ser devido a uma trombose, onde um coágulo sanguíneo se forma no local, ou uma embolia, onde um coágulo viaja de outra parte do corpo até o cérebro e fica preso em um vaso sanguíneo menor.
Redução do Fluxo Sanguíneo:
Com a obstrução, o suprimento de oxigênio e nutrientes para as células cerebrais é interrompido, levando à lesão e morte celular.
Hemorrágico
Ruptura Vascular:
No AVE hemorrágico, ocorre a ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro, resultando em vazamento de sangue para o tecido cerebral circundante.
Aneurisma ou MAV:
A causa mais comum de hemorragia cerebral é a ruptura de um aneurisma cerebral ou uma malformação arteriovenosa (MAV), que são áreas de enfraquecimento ou anormalidades nos vasos sanguíneos cerebrais.
Hipertensão Arterial:
A hipertensão é um fator de risco importante para o AVE hemorrágico, pois pode enfraquecer os vasos sanguíneos cerebrais ao longo do tempo, predispondo à ruptura.
Lesão Vascular:
Outras condições, como traumatismo craniano ou uso excessivo de certos medicamentos anticoagulantes, podem causar lesões nos vasos sanguíneos cerebrais, aumentando o risco de hemorragia.
TRATAMENTO
Isquêmico:
Trombectomia Mecânica:
Indicada em casos de oclusões de grandes vasos intracranianos, especialmente quando a trombólise intravenosa não é eficaz.
Remoção mecânica do coágulo utilizando dispositivos como stents e aspiradores.
Geralmente realizada em conjunto com a trombólise intravenosa em pacientes elegíveis.
Medicamentos para Reduzir o Risco Secundário:
Administração de medicamentos antiplaquetários, anticoagulantes ou estatinas para reduzir o risco de eventos vasculares secundários.
Esses medicamentos ajudam a prevenir a formação de novos coágulos e a estabilizar a placa aterosclerótica.
Trombólise Intravenosa:
Ajuda a restaurar o fluxo sanguíneo para a área afetada e limitar o dano cerebral.
Deve ser administrado dentro de um período específico após o início dos sintomas, geralmente até 4,5 horas.
Administração de agentes trombolíticos, como o ativador de plasminogênio tecidual (tPA), para dissolver o coágulo que obstrui o vaso sanguíneo.
Reabilitação e Cuidados Pós-AVE:
Início precoce da reabilitação física, ocupacional e da fala para maximizar a recuperação funcional.
Envolve terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia, adaptadas às necessidades individuais do paciente.
Foco na prevenção de complicações e na otimização da qualidade de vida a longo prazo.
Hemorrágico:
Cirurgia de Evacuação do Hematoma:
Em casos graves, especialmente quando há compressão do tecido cerebral ou hidrocefalia, pode ser necessária a remoção cirúrgica do hematoma.
A cirurgia ajuda a aliviar a pressão intracraniana e reduzir o risco de danos adicionais ao cérebro.
Níveis de Consciência
Monitoramento frequente da função neurológica, sinais vitais e níveis de consciência para detectar qualquer deterioração.
Cuidados de suporte, como manutenção das vias aéreas, controle da temperatura e prevenção de complicações, são essenciais.
Controle da Pressão Arterial:
Redução cuidadosa da pressão arterial para evitar o agravamento do sangramento e o risco de danos adicionais ao cérebro.
Pode envolver o uso de medicamentos anti-hipertensivos e monitoramento regular da pressão arterial.
Prevenção de Complicações:
Foco na prevenção de complicações, como edema cerebral, convulsões e infecções, que podem ocorrer após um AVE hemorrágico.
Uso de medicamentos, intervenções e cuidados de enfermagem adequados para otimizar o resultado clínico.
FATORES DE RISCO
Isquêmico
Doença cardíaca coronária
História familiar de AVE
Obesidade e inatividade física
Dislipidemia
Hipertensão arterial
Diabetes mellitus
Tabagismo
Idade avançada
Fibrilação atrial
Hemorrágico
História familiar de aneurisma ou MAV
Uso de anticoagulantes
Malformação arteriovenosa (MAV)
Hipertensão arterial
Aneurisma cerebral
Traumatismo craniano
Idade avançada
SINTOMAS
MARGARIDO, Adriano Júnior Lucarelli et al. Epidemiologia do Acidente Vascular Encefálico no Brasil. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 39, p. e8859-e8859, 2021.