O LES é uma doença crônica, que evolui com períodos de atividade e remissão, em que os pacientes fi cam assintomáticos ou pouco sintomáticos. O comprometimento de diversos órgãos ou sistemas pode ocorrer de forma simultânea ou seqüencial. A Tabela 29.1 mostra as manifestações clínicas mais freqüentemente observadas no início e durante a evolução de grandes séries de pacientes estudados no Canadá4 , na Europa5 , nos Estados Unidos6 e em São Paulo/Brasil7 . Queixas constitucionais, como adinamia, mal-estar, fadiga, perda de peso e febre são, freqüentemente, observadas na fase ativa da doença. A febre pode ser baixa e contínua, ou alta, em picos, e deve ser diferenciada de infecção intercorrente. A fadiga é uma queixa muito freqüente e inespecífi ca. A possibilidade de coexistência de fi bromialgia também deve ser lembrada em pacientes com lúpus e queixa de fadiga e dor difusa na ausência de outras manifestações clínicas e alterações sorológicas. A perda de peso, geralmente, é leve, contudo, em alguns casos, pode ser bastante acentuada, levando à caquexia lúpica.
Comprometimento Cutâneo
Ocorre em cerca de 80% dos casos, ao longo da evolução da doença. Lesão em asa de borboleta ou vespertílio (50% a 60%) é caracterizada por ter início agudo, ser eritematosa, com localização em regiões malares e dorso do nariz (Fig. 29.1). Outras lesões agudas são as lesões eritêmato-maculares, papulares ou máculo-papulares e as lesões bolhosas. Geralmente, localizam-se em áreas expostas ao sol, como face, membros superiores, dorso e região ântero-superior do tórax. As lesões caracterizadas como lúpus cutâneo subagudo são pápulas eritematosas ou pequenas placas, de aspecto anular ou policíclico, que podem lembrar lesões da psoríase ou o eritema anular centrífugo. As lesões crônicas discóides costumam iniciar como pápulas ou placas eritematosas que evoluem tornando-se espessadas e aderidas, com hipopigmentação central. Com a progressão da lesão, ocorre formação de rolha folicular e atrofi a central, acompanhadas de alterações discrômicas (Fig. 29.2). Também se localizam em áreas expostas ao sol. A fotossensibilidade tem ocorrência variada (40% a 60%) e é muito freqüente em nosso meio (Fig. 29.3)
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