Please enable JavaScript.
Coggle requires JavaScript to display documents.
Renal, Referências:
BMJ Best Practice. Neuroblastoma. Última atualização…
Renal
-
Neuroblastoma
Definição: é um tumor maligno que surge do elemento embriológico da crista neural do sistema nervoso simpático periférico --> mais comum na(s) glândula(s) adrenal(is).
Epidemiologia:
- 8% de todas as doenças malignas infantis.
- Tumor sólido mais comum em crianças que não surge no cérebro.
- Nos países de renda elevada, é responsável por 10% de todos os cânceres infantis.
- Nos países de baixa e média renda, é responsável por 1% a 3% de todos os cânceres infantis.
- A grande maioria é diagnosticada em crianças com menos de 5 anos de idade --> idade média no diagnóstico é de cerca de 18 meses.
Etiologia:
- Existe pouca informação sobre a etiologia.
- 1% dos pacientes diagnosticados têm história familiar de tumores neuroblásticos --> mutações de ALK e PHOX2B.
- Doenças que predispõem: síndrome de Turner, doença de Hirschsprung, síndrome de hipoventilação central congênita e neurofibromatose tipo 1.
Fisiopatologia:
- É uma malignidade embriológica derivada da crista neural, que é um grupo de células neuronais que migram da medula espinhal para formar muitas estruturas, incluindo o SN simpático. Então, o tumor se origina de gânglios simpáticos próximos à medula espinhal e dentro da medula adrenal --> o glicolipídeo disialogangliosídeo (GD2) é expresso durante a diferenciação no tecido nervoso simpático, sendo encontrado na superfície dos neuroblastomas e, portanto, usado como antígeno tumoral para direcionamento terapêutico.
- A maioria dos tumores surge no abdômen, na(s) glândula(s) adrenal(is), mas podem apresentar-se em locais primários torácicos ou paravertebrais, do pescoço à pelve.
- O neuroblastoma pode metastatizar por disseminação linfática e hematológica, os gânglios linfáticos, a medula óssea, os ossos, o fígado, a pele, as órbitas e a dura-máter --> a disseminação intracraniana e pulmonar é rara.
- Oncongenes implicados: homólogo derivado do neuroblastoma oncogênico viral da mielocitomatose aviária v-myc [MYCN], linfoma anaplásico quinase [ALK] e homeobox 2b pareado [PHOX2B].
- Os tumores metabolizam catecolaminas (adrenalina/epinefrina, noradrenalina/norepinefrina e dopamina), o que pode causar hipertensão, tontura, náusea, dor de cabeça.
- Os metabólitos ácido homovanílico (HVA) e ácido vanilmandélico (VMA) são secretados pelos tumores e podem ser detectados na urina do paciente.
Classificação:
- Classificação Internacional de Patologia do Neuroblastoma:
- Grau de diferenciação: aumento da diferenciação --> melhor prognóstico.
- Os tumores neuroblásticos são classificados da seguinte forma:
- Neuroblastoma.
- Ganglioneuroblastoma (nodular ou misto).
- Ganglioneuroma.
- Histologia:
- Histologia favorável: presença de maior diferenciação em relação às células ganglionares ou tumores pouco diferenciados com índice de mitose-cariorrexe (MKI) baixo ou intermediário e idade do paciente jovem (<1,5 anos).
- Histologia desfavorável: tumores indiferenciados, MKI alto, idade mais avançada do paciente, ganglioneuroblastoma nodular e tumores pouco diferenciados com MKI baixo ou intermediário e idade mais avançada do paciente (≥1,5 anos).
Manifestações Clínicas:
- Sinais da síndrome de Horner: ptose, miose, anidrose.
- Sinais da síndrome da veia cava superior: dispneia, edema facial, tosse, distensão das veias do pescoço/tórax,, edema das extremidades superiores.
- Sinais da síndromes paraneoplásicas: ataxia opsoclonia-mioclonia (OMA) e secreção tumoral de proteína intestinal vasoativa (VIP) --> OMA: movimentos oculares rápidos e dançantes, movimentos bruscos rítmicos dos membros/tronco e ataxia são patognomônicos.
- Sinais de compressão da medula espinhal: perda da função intestinal ou da bexiga, fraqueza nos membros inferiores e/ou dor nas costas dor se o tumor se estender para o canal espinhal.
- Distensão abdominal .
- Massa abdominal.
- Dor.
- Diminuição do apetite.
- Perda de peso.
- Agitação (bebês).
- Fadiga.
- Equimose periorbital (olhos de panda) --> metástases orbitais.
- Nódulos cutâneos ou subcutâneos.
- Palidez.
- Sangramento.
- Infecções.
- Hipertensão.
- Hepatomegalia.
- Diarreia secretora intratável.
Animalias do desenvolvimento:
- Aniridia.
- Anormalidades do desenvolvimento:
- Rim em ferradura.
- Displasia renal.
- Hipospádia.
- Criptorquidia.
Fatores de Risco:
- Fracos:
- Neurocristopatias ou outras síndromes (desenvolvimento aberrante da crista neural) --> síndrome de Turner, Doença de Hirschsprung, síndrome de hipoventilação central congênita e tipo de neurofibromatose.
- História familiar de tumores neuroblásticos ou predisposição genética --> 1% tem história familiar de tumores neuroblásticos, e mutações da linfoma quinase anaplásica (ALK) e do homeobox 2b pareado (PHOX2B).
Diagnóstico:
- Anamnese: manifestações clínicas e fatores de risco.
- Exame físico: inspeção, palpação.
- 1º testes a serem realizados:
- Hemograma --> se pancitopenia --> metástases na Medula Óssea.
- Eletrólitos séricos.
- Creatinina/uréia sérica.
- Testes de função hepática --> se elevados --> metástases hepáticas.
- Lactato desidrogenase sérica (LDH).
- Catecolaminas urinárias --> ácido homovanílico (HVA) e ácido vanilmandélico (VMA) --> altamente sensível e específico.
- US abdominal --> se encontrar massa --> TC ou RNM.
- TC Abdômen, tórax e pelve.
- RNM Abdômen, tórax, pelve e coluna.
- Outros testes a serem considerados:
- Biópsia tumoral --> confirmação histológica.
- Aspiração e biópsia bilateral da medula óssea --> avaliar metástases na medula óssea.
- Peptídeo intestinal vasoativo sérico (VIP).
- Cintilografia com 123-iodo-metaiodobenzilguanidina (MIBG) --> avaliação metastática.
- Tomografia por emissão de pósitrons com 18-F-deox-glicose (18F-FDG PET) --> avaliação metastática.
- Cintilografia óssea com radionuclídeo --> avaliação metastática.
Tratamento:
- Aguda:
- Doença de baixo risco: observação ± cirurgia + quimioterapia adjuvante.
- Doença de risco intermediário: quimioterapia neoadjuvante + cirurgia + radioterapia.
- Doença de alto risco: indução: quimioterapia + indução: cirurgia + consolidação: quimioterapia em altas doses + transplante autólogo de medula óssea + consolidação: radioterapia + manutenção: dinutuximabe ou dinutuximabe beta + manutenção: isotretinoína.
- Em andamento:
- Doença recidivante ou refratária: quimioterapia, radiação, MIBG e/ou imunoterapia.
Critérios:
- Sistema Internacional de Estadiamento de Neuroblastoma (INSS):
- Estágio 1: tumor localizado com excisão macroscópica completa, com ou sem doença residual microscópica; linfonodos ipsilaterais representativos negativos para tumor microscopicamente
- Estágio 2a: tumor localizado com excisão macroscópica incompleta; linfonodos ipsilaterais não aderentes representativos negativos para tumor microscopicamente
- Estágio 2b: tumor localizado com ou sem excisão macroscópica completa; com linfonodos ipsilaterais não aderentes positivos para tumor; linfonodos contralaterais aumentados devem ser negativos microscopicamente
- Estágio 3: tumor unilateral irressecável infiltrando-se através da linha média, com ou sem envolvimento de linfonodos regionais, ou tumor unilateral localizado com envolvimento de linfonodos regionais contralaterais, ou tumor na linha média com extensão bilateral via infiltração (irressecável) ou envolvimento de linfonodos
- Estágio 4: qualquer tumor primário com disseminação para linfonodos distantes, ossos, medula óssea, fígado, pele e/ou outros órgãos
- Estágio 4S: tumor primário localizado (conforme definido para doença em estágio 1, 2A ou 2B), com disseminação limitada à pele, fígado e/ou medula óssea (limitada a bebês <1 ano de idade, envolvimento da medula <10% do total células nucleadas, resultados de exame de 123-iodo-metaiodobenzilguanidina [MIBG] negativos na medula).
- Sistema Internacional de Estadiamento de Grupo de Risco de Neuroblastoma (INRGSS)
- L1: tumor localizado que não envolve estruturas vitais, conforme definido pela lista de IDRFs (abaixo), e confinado a um compartimento corporal
- L2: tumor local-regional com presença de um ou mais IDRFs
- M: doença metastática à distância (exceto tumor em estágio MS)
- MS: doença metastática em crianças menores de 18 meses, com metástases confinadas à pele, fígado e/ou medula óssea.
- Critérios diagnósticos da Sociedade Americana de Oncologia Clínica:
- Diagnóstico histológico inequívoco de tecido tumoral por microscopia óptica no cenário de aumento de catecolaminas na urina
- Evidência de metástases na medula óssea na aspiração e biópsia da medula óssea no contexto de aumento de catecolaminas na urina
Referências:
- BMJ Best Practice. Neuroblastoma. Última atualização: Mar 30, 2022.
- BMJ Best Practice. Tumor de Wilms. Última atualização: Dec 28, 2017.
-