JULYANA KARLA RODRIGUES SANTOS
SP4- SAÚDE DA CRIANÇA II
2- Descrever o funcionamento e a composição profissional do CAPS I.
3- Entender os cuidados de enfermagem voltados para a saúde mental do adolescente.
4- Elaborar plano de cuidados para o caso da SP
1- Compreender os transtornos mentais e comportamentais mais comuns na infância e adolescência.
Os distúrbios da ansiedade são estados de medo, preocupação ou pavor, desproporcionais com a situação, e que enfraquecem as habilidades funcionais normais da criança. A ansiedade pode resultar de problemas físicos.
Transtornos de ansiedade surgem em cerca de 3% das crianças de 6 anos e em cerca de 5% dos meninos adolescentes e 10% das meninas adolescentes. Crianças com transtorno de ansiedade têm maior risco de depressão, comportamento suicida, dependência de drogas e álcool e dificuldades acadêmicas mais tarde na vida.
Agorafobia
Transtorno de ansiedade generalizada
Transtorno de pânico
Transtorno de ansiedade de separação
Transtorno de ansiedade social
Fobias específicas
Transtornos do humor
Transtornos depressivos são caracterizados por tristeza e irritabilidade suficientemente graves ou persistentes para interferir na atividade normal ou provocar um distúrbio considerável. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com antidepressivos, terapia de suporte e cognitivo-comportamental ou uma combinação desas modalidades.
Os transtornos depressivos em crianças e adolescentes incluem
Transtorno disruptivo da desregulação do humor
Transtorno depressivo maior
Transtorno depressivo persistente (distimia)
Transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões, compulsões ou ambas. Obsessões são ideias ou imagens ou impulsos persistentes para realização de algo. Compulsões são anseios patológicos para agir impulsivamente, os quais, se forem contidos, resultam em grande ansiedade e angústia. Obsessões e compulsões causam grande angústia e interferem nas atividades acadêmicas e sociais.
O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com terapia comportamental e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs).
Transtornos comportamentais disruptivos:
Transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma síndrome de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Há 3 tipos de TDAH, os que são predominantemente desatentos, hiperativo/impulsivos e combinados. Os critérios clínicos dão o diagnóstico. O tratamento inclui medicação com estimulantes, terapia comportamental e intervenções educacionais
transtorno de conduta
Transtorno de conduta é um padrão persistente ou recorrente do comportamento que viola os direitos dos outros ou as principais normas e regras próprias para a idade. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento de comorbidades e psicoterapia pode ajudar; mas muitas crianças exigem supervisão considerável.
transtorno desafiador opositivo
O transtorno desafiador opositivo é um padrão recorrente ou persistente de comportamento negativo, desafiador ou mesmo hostil direcionado contra figuras de autoridades.
O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é feito com psicoterapia individual associada a psicoterapias dos pais e responsáveis. Ocasionalmente podem ser usados fármacos para reduzir a irritabilidade.
Distúrbios do neurodesenvolvimento
Distúrbios do neurodesenvolvimento afetam tanto a saúde mental como o desenvolvimento geral em crianças. Algumas dessas doenças incluem
Transtornos do espectro autista
Transtornos do espectro autista são distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado por deficiente interação e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de comportamento e desenvolvimento intelectual irregular, frequentemente com retardo mental.
Os sintomas começam cedo na infância. Na maioria das crianças, a causa é desconhecida, embora existam evidências de um componente genético; em alguns pacientes, as doenças podem estar associadas a uma causa médica.
O diagnóstico é baseado na história sobre o desenvolvimento e observação.
O tratamento consiste no controle do comportamento e às vezes tratamento medicamentoso.
Síndrome de Rett
A síndrome de Rett é um distúrbio do neurodesenvolvimento que é mais frequentemente reconhecido em mulheres. Afeta o desenvolvimento após um período inicial de 6 meses de desenvolvimento normal.
O diagnóstico baseia-se na observação clínica dos sinais e sintomas durante o crescimento e desenvolvimento iniciais da criança, avaliações contínuas regulares do estado físico e neurológico da criança e exames genéticos para pesquisar mutação no gene MECP2 no cromossomo X (Xq28) da criança. O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar que focaliza o tratamento dos sintomas.
Síndrome do X frágil
A síndrome do X frágil é uma anomalia genética no cromossomo X que leva a deficit intelectual e transtornos comportamentais. O diagnóstico é por análise molecular de DNA. O tratamento é de suporte.
Síndrome de DiGeorge é uma hipoplasia ou aplasia do timo e das paratireoides, causando principalmente imunodeficiência das células T e hipoparatireoidismo.
Recém-nascidos com síndrome de DiGeorge apresentam inserção baixa de orelhas, lábio leporino, atrofia e retração da mandíbula, hipertelorismo, filtro nasolabial curto, retardo de desenvolvimento e cardiopatias congênitas.
O diagnóstico baseia-se nos achados clínicos e inclui uma avaliação da função imune e da paratireoide e análise cromossômica.
O tratamento inclui medidas de suporte e, se grave, transplante de células-tronco ou tímico.
Doenças mitocondriais
A deficiente fosforilação oxidativa causa, porém não sempre, acidose láctica, que afeta principalmente o sistema nervoso central, a retina e os músculos.
O QUE É CAPS – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL?
O CAPS é um serviço de saúde aberto e comunitário do SUS, local de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e persistentes e demais quadros que justifiquem sua permanência num dispositivo de atenção diária, personalizado e promotor da vida. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, álcool e drogas (CAPSad) e infantojuvenil (CAPSi).
Para sua implantação deve-se primeiro observar o critério populacional, cujos parâmetros são definidos da seguinte forma (Ref.:Portaria GM nº. 336, de 19/02/02):
Municípios até 20.000 habitantes – rede básica com ações de saúde mental;
Municípios entre 20.000 e 70.000 habitantes – CAPS I e rede básica com ações de saúde mental;
OUTROS CAPS
Municípios entre 70.000 e 200.000 habitantes – CAPS II, CAPS ad e rede básica com ações de saúde mental;
Municípios com mais de 200.000 habitantes – CAPS II, CAPS III, CAPSad, CAPSi e rede básica com ações de saúde mental e capacitação do SAMU. .
Deve-se ainda observar a realidade local, para a escolha do tipo de CAPS mais adequada ao porte do município
COMO IMPLANTAR UM CAPS: O Ministério da Saúde passa um incentivo antecipado para a implantação do serviço nos valores de R$ 20.000 (CAPS I), R$ 30.000 (CAPS II e CAPSi) e R$ 50.000 (CAPS III e CAPSad). Para a solicitação do incentivo antecipado, devem-se seguir os seguintes procedimentos:
I – Encaminhar ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro ao Ministério da Saúde, com cópia para a respectiva Secretaria de Estado da Saúde, junto com os seguintes documentos: Projeto terapêutico do serviço; Cópia das identidades profissionais dos técnicos compondo equipe mínima, segundo as diretrizes da Portaria 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002; Termo de compromisso do gestor local, assegurando o início do funcionamento do CAPS em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo financeiro de que trata esta Portaria; e Proposta técnica de aplicação dos recursos.
Se os CAPS não forem implantados em 90 dias, os recursos recebidos deverão ser devolvidos ao MS. Os incentivos serão transferidos, em parcela única, aos respectivos fundos dos Estados, municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade. (Ref.:Portaria GM nº. 245, de 17/02/05.)
EQUIPE MÍNIMA: CAPS I
1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental.
1 enfermeiro.
3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.
4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
Caps I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas; atende cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes.
- Esclarecer sobre o desenvolvimento pessoal, relações humanas, projetos de vida, e outros temas correlatos.
- Identificar fatores de risco e de proteção ao uso abusivo de álcool e outras drogas.
- Prestar esclarecimentos, promover ações preventivas e realizar aconselhamento a respeito do uso de álcool, tabaco e outras drogas.
- Encaminhar para os Caps, Nasf e/ou serviço de referência, os/as adolescentes identificados como usuários de álcool e outras drogas ou que apresentem sintomas ou sinais indicativos de alterações comportamentais ou psiquiátricas.
Equipe responsável:
Médico
Enfermeiro
Técnico em enfermagem e Agente comunitário de saúde
Outros profissionais parceiros
Membros da comunidade escolar
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas com um indivíduo, uma família ou um grupo que resulta da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. Geralmente, o PTS é dedicado a situações mais complexas, buscando a singularidade como elemento central. Objetiva-se atender as especificidades de cada sujeito e cada demanda, por isso é denominado singular. Deste modo é necessário escutar e incorporar ao Projeto elementos particulares de cada sujeito, não se partindo do pressuposto de indicações terapêuticas pré-estabelecidas para determinadas condições de saúde ou doença.
PARA QUEM: Para sujeitos, famílias, comunidades ou mesmo territórios.
QUEM FAZ: Equipe interdisciplinar - profissionais de diversas áreas que trabalham em conjunto e sujeitos do Projeto Terapêutico. Pode estar associado a Apoio Matricial.
COMO FAZER: O PTS desenvolve-se em quatro movimentos: diagnóstico, definição de metas, divisão de responsabilidades e reavaliação. Estes movimentos não são sequenciais e pode haver necessidade de serem revistos ou repetidos.
POR QUE FAZER: A elaboração de um PTS compartilhado promove e incentiva a autonomia do sujeito colaborando para maior adesão ao tratamento, potencializando o cuidado e a assistência à saúde. Para sujeitos, famílias, comunidades ou mesmo territórios.
Transtornos depressivos são caracterizados por tristeza e irritabilidade suficientemente graves ou persistentes para interferir na atividade normal ou provocar um distúrbio considerável.
O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com antidepressivos, terapia de suporte e cognitivo-comportamental ou uma combinação dessas modalidades.