Voltando ela à Câmara escura, disse-nos o médium: "Raquel pede que sua mãe se sente na cadeira em que ela .estêve". Sentei-me imediatamente nessa cadeira, porém, de frente para a câmara. Logo Raquel transmitiu pelo médium: "Mamãe dev·e voltar as costas para câmara e ficar muito quieta". Assim fiz, e respondi-lhe: "Pronto, minha filha. Estou impassível. Podes vir sem r·eceio". Logo ouvi uns passos e senti minha filha a meu lado, abraçando-me muito apel'- tadamentee dando-me beijos tão estalados que t'ôda a assistência escuta- t'ct. Encostava seu rosto ao meu com extremo carinho. Depois de muito me acariciar, de me dar tôdas as provas de amor de que era bem a minha Raquel, disse-me distintamente, com voz forte, que todos ouviram: "Não quero que ande mais de prêto, sabe? Quero que venha tôda de branco, assim como estou". Respondi-lhe: "Sim minha filha, far-te-ei a vontade, farei tudo o que quiseres. Já o fazia quando estavas na terra; hoje, que não farei para te ser agradável? SIm, meu anjo, não usarei mais roupa preta".
oi novamente à câmara escura, isto é, ficou de pé à porta desta e voltada para dentro como se consultasse alguém. Como eu contÍ'- tlUaSse na cadeira, o médium falou assim: "Diga à mamãe que saia
cadeira. 1l papai que deve sentar-se agora". Imediatamente me levantei e Frederico se sentou na mesma posição em que eu estivera. se chegou a êIe, abraçou-oj beijou-o, acariciou-o muitoj do mesmo modo que fizera comigo. Passou o braço esquerdo sôbre o mrt'bro esquerdo do p'ai, de forma que se lbe via a mão caída sôbre o dêste, aquela mão lindíssima que eu tão bem conhecia e que' não deixar de reconhecer ali ser inteiramente a mesma da minha
Como trouxesse os cabelos suspensos, eu disse: "Minha Raquel, ainda não vi o teus cabelos. Mostra-nos a tua linda cabeleira". Ela foi à câmara e logo voltou, trazendo os cabelos a lhe caírem soltos sôbre os ombros, lindos quais eram na terra. Punha-se de frente e de costas para nós, a fim de que bem a pudéssemos apreciar.