Embora amplamente ignorado, o estrato herbáceo nas florestas concentra a maior parte da biodiversidade presente, funcionam como um indicador da qualidade do meio, atuam no processo de regeneração de espécies arbóreas e auxiliam na manutenção e conservação de nutrientes no solo, além de disponibilizar recursos para outros organismos, como polinizadores e alguns frugívoros; e mesmo com todas essas funções, ainda continua bastante negligenciado, sendo seu conhecimento no Brasil restrito, em sua maioria, em estudos florísticos e fitossociológicos.
Pode-se dizer que a fragmentação e o efeito de borda modificam os atributos ambientais e transformam a estrutura das comunidades vegetais, gerando uma assembleia de herbáceas mais empobrecida, com espécies mais abundantes e densas. A maior diversidade biológica no interior florestal pode estar associada a uma maior heterogeneidade ambiental, com alta diversidade de microhabitats, diferente, no entanto, da área de borda, a qual se caracteriza por ser um habitat mais homogêneo. Além disso, em áreas de borda houveram maior cobertura de espécies oportunistas, como o grupo dos bambus, que já demonstraram ter efeito negativo sobre herbáceas e outros grupos do sub bosque que estão sendo competitivamente excluídas. Os novos microclimas gerados pela borda podem impactar positivamente na expansão dessas espécies, o que explica a presença delas em parcelas no interior do fragmento. As análises de correlação evidenciaram que o estrato herbáceo responde diretamente às condições climáticas, o que somados a individualidades de cada espécie apresentam diferentes composições no arranjo florístico de diferentes fragmentos.