Vigilância em Saúde
Epidemiologia descritiva
Epidemiologia analítica
Bioética
A bioética é um campo de estudo no qual são abordadas questões de dimensões morais e éticas, que relacionam pesquisas, decisões, condutas e procedimentos da área da biologia e da medicina ao direito à vida.
Princípios
Autonomia: os indivíduos capacitados de deliberarem sobre suas escolhas pessoais, devam ser tratados com respeito pela sua capacidade de decisão. As pessoas têm o direito de decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida.
Beneficência: refere-se à obrigação ética de maximizar o benefício e minimizar o prejuízo.
Justiça: estabelece como condição fundamental a eqüidade: obrigação ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, de dar a cada um o que lhe é devido.
Não-maleficência: Esse princípio simplesmente apoia várias regras morais – não matar, não causar dor ou sofrimento, não incapacitar, não causar ofensa e não privar os outros dos bens da vida.
A epidemiologia descritiva examina como a incidência (casos novos) ou a prevalência (casos existentes) de uma doença ou condição relacionada à saúde varia de acordo com determinadas características, como sexo, idade, escolaridade e renda, entre outras.
Estudos descritivos
Descrevem padrões de ocorrência de doença em relação a variáveis como pessoa, lugar e tempo. Utilizam fontes de informações como:
• Dados de Censo;
• Registros de fatos vitais;
• Registros hospitalares;
• Dados nacionais de consumo de alimentos, medicamentos e
outros produtos;
• Registros de dados ocupacionais de empresas, etc;
• Sistema de Informações de Agravos (SINAN).
A epidemiologia analítica, proporciona o enfoque básico para gerar hipóteses, inferências e previsões sobre o modo de transmissão e as prováveis exposições associadas a um maior risco de adquirir a doença ou evento de saúde em questão.
Tipos de estudos epidemiológicos observacionais analíticos
Tipos de estudos epidemiológicos observacionais descritivos
• Relato de caso e Série de casos: Ambos os estudos analisam de forma detalhada o diagnóstico clínico de indivíduos. Levam em consideração os sintomas, as características e sinais do paciente e os procedimentos terapêuticos que foram utilizados.
• Estudo do tipo Demográfico (ecológico): Estudo focado em grupos de pessoas, onde a sua unidade de estudo é uma área geográfica – há a correlação com o tempo. Através de variáveis ambientais (características físicas do ambiente) e globais (características do grupo) verifica se hipóteses existentes são viáveis ou se existem novas hipóteses a serem consideradas.
• Transversal: O estudo transversal analisa a frequência – prevalência – de um determinado agente em um grupo e em um tempo determinado. As variáveis são coletadas apenas em um momento, já que o estudo não dispende de um tempo longo de ação.
• Longitudinal: Esse tipo de estudo analisa a incidência de casos (novos aparecimentos) e por isso demanda tempo. Costuma ter foco em apenas uma variável e os dados são coletados periodicamente em um espaço temporal grande. Pode ser prospectivo (surge a causa e se busca o efeito/resultado) ou retrospectivo (há o efeito/resultado e se busca a causa).
• Coorte: É um estudo prospectivo, dessa forma, acompanha os grupos em estudo por um determinado tempo e os resultados analisados são obtidos gradativamente, durante o período do estudo.
• Caso-controle: É um estudo retrospectivo, ou seja, analisa dados já produzidos (no passado) – como entrevistas, análises de registros, etc. Objetivo é observar a frequência de exposição de uma determinado agente (normalmente doença) em diferentes grupos. Eles são selecionados de uma mesma população – os casos ( grupo de ocorrência do objeto de estudo) e os controles (grupo que não há a ocorrência do objeto de estudo).
Tipos de estudos epidemiológicos experimentais analíticos
• Ensaios clínicos: São estudos prospectivos que visam avaliar uma determinada intervenção e compará-la a outra – um tratamento farmacológico X utilização de placebo, por exemplo.
• Ensaios de Campo: Esse estudo analisa grupos (normalmente maiores que os dos ensaios clínicos) de pessoas saudáveis, que não possuem determinada doença mas estão sob o risco de desenvolvê-las. É focado na prevenção e estágio inicial de patologias.
• Ensaios de Intervenção Comunitária: É o ensaio de campo aplicado à comunidades.
ENDEMIA - É a ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente populações em espaços característicos e determinados, no decorrer de um longo período, (temporalmente ilimitada), e que mantém uma de incidência relativamente constante, permitindo variações cíclicas e sazonais.
EPIDEMIA – É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza semelhante, claramente excessiva em relação ao esperado. O conceito operativo usado na epidemiologia é: uma alteração, espacial e cronologicamente delimitada, do estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando valores do limiar epidêmico preestabelecido para aquela circunstância e doença.
EPIDEMIOLOGIA “é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações humanas”, segundo definem Almeida e Rouquayrol. É a ciência básica para a saúde coletiva, principal ciência de informação de saúde. Estuda a saúde, mas na prática principalmente pela ausência de saúde sob as formas de doenças e agravos, estes últimos definidos pelo diagnóstico clínico. Seu objeto são as relações de ocorrência de saúde-doença em massa (em sociedades, coletividades, comunidades, classes sociais, grupos específicos, etc.). As relações são referidas e analisadas mediante o conceito de risco.
Indicador de Saúde indica, revela a situação de saúde (ou um aspecto dela) da população ou de um indivíduo; é montado a partir de dados referenciados no tempo e espaço e pela sua forma de organização e apresentação, facilitam a análise e o olhar com significância sobre a realidade, através de sua simples leitura ou através do acompanhamento dos dados no tempo
• MORBIDADE é a variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças (ou determinadas doenças) num dado intervalo de tempo em uma determinada população. A morbidade mostra o comportamento das doenças e dos agravos à saúde na população.
• INCIDÊNCIA: A incidência de uma doença, em um determinado local e período, é o número de casos novos da doença que iniciaram no mesmo local e período. Traz a ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer.
• MORTALIDADE: é a variável característica das comunidades de seres vivos; refere-se ao conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo do tempo. Representa o risco ou probabilidade que qualquer pessoa na população apresenta de poder vir a morrer ou de morrer em decorrência de uma determinada doença. Diversas vezes temos que medir a ocorrência de doenças numa população através da contagem de óbito e para estudá-las corretamente; estabelecemos uma relação com a população que está envolvida. É calculada pelas taxas ou coeficientes de mortalidade. Representam o “peso” que os óbitos apresentam numa certa população.
Indicadores de Morbidade: A morbidade é frequentemente estudada segundo quatro indicadores básicos: a incidência, a prevalência, a taxa de ataque e a distribuição proporcional.
• PREVALÊNCIA: prevalecer significa ser mais, preponderar, predominar. A prevalência indica qualidade do que prevalece, prevalência implica em acontecer e permanecer existindo num momento considerado. Portanto, a prevalência é o número total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período.
Indicadores de Mortalidade: Calculamos principalmente os coeficientes ou taxas de mortalidade geral, mortalidade infantil, mortalidade por causa e a letalidade, apesar de haver muitos outros coeficientes de mortalidade bastante usados.
PANDEMIA - caracterizada por uma epidemia com larga distribuição geográfica, atingindo mais de um país ou de um continente. Um exemplo típico deste evento é a epidemia de AIDS que atinge todos os continentes.
SURTO - É a ocorrência de dois ou mais casos epidemiologicamente relacionados – Alguns autores denominam surto epidêmico, ou surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno restrita a um espaço extremamente delimitado: colégio, quartel, creches, grupos reunidos em uma festa, um quarteirão, uma favela, um bairro etc.
FATORES DE RISCO – são, portanto, componentes que podem levar à doença ou contribuir para o risco de adoecimento e manutenção dos agravos de saúde.
FATOR DE PROTEÇÃO “é o atributo de um grupo com menor incidência de um determinado
distúrbio em relação a outros grupos nos quais existe a ausência ou baixa dosagem de tal fator”.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO são conjuntos de informações sistematizadas
• SIAB: Sistema de Informações de Atenção Básica - Nacional
• SIAMED: Sistema de Informações de Medicamentos – Estadual
• SIA-SUS: Sistema de informações ambulatoriais de Saúde – Nacional
• SIH/SUS: Sistema de Informações Hospitalares – Nacional
• SIM: Sistema de Informação de Mortalidade - Nacional
• SINAN: Sistema de Notificação de Agravos - Nacional
• SINASC: Sistema de Informações de Nascidos Vivos - Nacional
• SINITOX: Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – Nacional
• SISAGUA: Sistema de Inf. de Vigilância da qualidade da água p/ consumo humano – Nacional
• SISHEMO: Sistema de Informações de Sangue e Hemoderivados - Estadual
• SIVISA: Sistema de Informação em Vigilância Sanitária - Estadual