A hegemonia estadunidense, dialogando diretamente com a doutrina política e econômica do país nesse momento, reafirma toda a postura adotada pelos EUA desde sua independência, de um país sempre buscou consolidar áreas de influência desde o princípio de sua existência, sempre ascendendo política e economicamente. Tendo isso em vista, percebe-se que com a nova ordem mundial, os EUA ressignificaram certas heranças ideológicas da própria doutrina Monroe, por exemplo, as quais, num contexto pós-guerra fria, realizaram a manutenção de uma política impositiva, de sobreposição e soberania perante países como o Brasil. Com isso, perdurou entre os EUA e nosso país o alinhamento ideológico da Guerra Fria, enquanto que a presença norte-americana no Brasil também permaneceu reafirmada com a produção cultural, em meio a chegada de inúmeros filmes estadunidenses no Brasil, e a importação de produtos norte-americanos, bem como seu estilo de vida (american way of life). Além disso, nos anos 90, as relações comerciais entre Brasil e EUA aumentam, e o dólar permanece hegemônico nessa relação econômica, ditando até mesmo todo o panorama da economia mundial. Portando, através dessa análise das relações geopolíticas entre Brasil e EUA, depreende-se outra consequência da Nova Ordem Mundial: a modernização da DIT (embora suas bases num geral mal terem sido alteradas). A DIT, por sua vez, corresponde à disposição de cada um dos países do globo em meio a reputação e ordenamento da economia mundial, de modo que esta, segmentada em funções específicas para cada país, explicita relações de dominação e periferização num contexto global. Desde a sua criação, a DIT tem sido operada em favor dos países ditos desenvolvidos, algo que se mantém até hoje. Durante a década de 90, assim como hoje, a DIT é orientada pelo capitalismo financeiro e pelo neoliberalismo, em meio a divisão de cenário internacional entre duas categorias: a dos países desenvolvidos, voltados ao aperfeiçoamento e exportação dos serviços de seus setores bancários, financeiros, de comunicação e industria de tecnologia de ponta; e a dos países emergentes e subdesenvolvidos, que, respectivamente, em menor e maior escala, se mantém às margens desse desenvolvimento, como meros importadores dessas tecnologias, com economias majoritariamente voltadas à exportação de commodities, que reforça o laço de submissão desses países (como o Brasil) aos anseios dos países desenvolvidos