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SCHILLEBEECKX, Edward. Jesus: a história de um vivente. São Paulo: Paulus,…

- - - - Exposição de alguns pontos de vista de Schillebeeckx
      - Obra como uma interpretação cristã de Jesus, ou seja, uma cristologia
      - Em seu ponto de vista possa ser uma interpretação inconvencional.
      - Não tem por objetivo responder a problemas importantes da teologia acadêmica
      - Busca responder àquelas indagações feitas muitas vezes pelos fiéis
      - O autor busca construir uma ponte entre a teologia acadêmica e a necessidade concreta dos fiéis.
      - A necessidade dos fiéis é mais importante do que os questionamentos acadêmicos
    - - O coxo que pedia esmolas diariamente na porta do templo
        
        Pedro e a cura
        
        Intervenção das autoridades judaicas
        
        Pedro proclama que Jesus, que foi morto na cruz, foi ressuscitado por Deus, e é o único que pode trazer a salvação aos homens.
        
        O texto não dos mais antigos do cristianismo, mas deixa claro que este texto bíblico é o eco da primeira pregação cristã.
        
        Profissão de fé no crucificado e ressuscitado possui uma importância histórica, mesmo que no início com muitas dúvidas, mas todos os apóstolos confirmaram esta mesma proclamação.
        
        Sem a mediação histórica e eclesial, saberíamos muito pouco para não dizer praticamente nada sobre Jesus de Nazaré.
        
        O que chama a atenção da primeira catequese cristã, não é que foi morto um homem, Jesus de Nazaré e que segundo seus correligionários era um homem inocente, pois se assim o fosse naquele período tantos e tantos outros homens morreram e nada sabemos a respeito deles.
        
        A impressão que Jesus havia deixado nos seus, não condizia com o fim que lhe fora destinado, sendo condenado como um malfeitor, mas como seria um malfeitor aquele homem que havia passado na terra fazendo o bem?
        
        Aqui é que surge o problema cristológico.
        
        A história é determinada por situações muito concretas e está história favorece para hermenêutica da identidade deste homem. É sem dúvida pelo impulso dado por Jesus na história que se pode refletir a respeito do que realmente aconteceu em sua vida.
        
        Chama a atenção é que aproximadamente em três anos entre a morte de Jesus na cruz, já se haviam consolidado aquilo que hoje compreendemos como as profissões fundamentais da fé, sendo compreendidas como profissões de fé cristológicas.
        
        Em torno de cinco anos os fundamentos de uma nova religião mundial estavam concretizados.
        
        Nas formulações em última instância Jesus é definido, como o Cristo, Filho de Deus, nosso Senhor.
        
        Salvador
        
        As esperanças de salvação percorrem a história da humanidade, diante dos sofrimentos, guerras e tantas atrocidades, a história da humanidade é banhada de lágrimas e sofrimentos, e daí surge sempre uma nova esperança de salvação.
        
        Está expectativa geralmente possui um cunho religioso, ela se dá entre muitos povos e religiões distintas, não diferente no cristianismo nascente, vendo que em Jesus estaria a grande salvação esperada.
        
        Esta compreensão não vem de certa feita a partir daquilo que se esperava anteriormente como o salvador, afinal Jesus quebra muitos dos paradigmas esperados de Messias.
        
        História pessoal
        
        3 more items...
- - - - A grande questão para cristologia, ou interpretação cristã de Jesus, não deve basear-se unicamente em Jesus de Nazaré, nem mesmo no querigma, ou ainda o credo da Igreja.
      - O fundamental está em pensar e se debruçar sobre o movimento que o próprio Jesus desencadeou no primeiro século da nossa era. O grande ponto de partida para buscar a resposta a questão, deve ser o fato histórico e este fato histórico podemos encontrar nos evangelhos, ao retratarem o que Jesus representou a um grupo de pessoas do seu tempo.
        
        As obras apresentam um reflexo de quem foi o próprio Jesus, do que ele fez e falou. As primeiras comunidades cristãs ao falarem sobre Jesus falam a partir do prisma da fé, mas de um Jesus que é uma realidade histórica e concreta que estava no meio deles e lhe confrontava com seus pensamentos.
        
        O que temos de mais concreto a respeito de Jesus foi o que foi escrito pelas primeiras comunidades cristãs. Diante disso, para o autor o movimento cristão primitivo é sem dúvida o ponto de partida privilegiado da cristologia.
        
        Jesus influenciou dois grupos em seu tempo e em seu contexto, uns tornaram-se seus seguidores, os outros seus algozes.
        
        Ao se perguntar quem foi Jesus de Nazaré, é sem dúvida buscar compreender como este homem conseguiu de um lado uma aderência incondicional, de entregar a vida pela sua causa, e de outro lado uma incredulidade agressiva.
        
        Por parte dos que o seguiam ao longo da história surgiram diversos títulos sobre Jesus, entretanto os títulos carregam em si um caráter relativo, eles têm importância, mas ela é secundária.
        
        As comunidades articulam narrativas sobre Jesus em querigmas, hinos, profissões de fé, que varia conforme cada comunidade, sendo deste modo o que Jesus significa para uma determinada comunidade é verbalizado na linguagem da fé.
        
        Jesus histórico deixou não é um resumo, ou trechos de pregações, deixou o que era, o que fez e falou, então as comunidades foram movimentos de consciência de ser o novo povo de Deus.
        
        A realidade da fé se encontra no meio da história humana, sendo ela mesma história e cultura. Sendo assim, a revelação e sua expressão na história e na cultura são inseparáveis.
        
        A revelação está dada em um determinado período que possui, suposições, expectativas e ideologias universalmente aceitas.
        
        O Evangelho, entretanto, faz restrições diante de qualquer uma de suas expressões culturais, em querigma, dogma, credo ou teologia, porém quando falamos de identidade cristã, nunca pode haver identificação total com a cultura que o circunda, não existe identidade completa entre a fé cristã e as formulações de fé.
        
        O critério para a denominação de Jesus no Novo Testamento não foi o conteúdo preexistente dos títulos de alteza, mas o próprio Jesus, que frente a inúmeros grupos de sua época tomou posição pessoal. Sendo assim, não se pode dar sentido a-histórico ao que a Bíblia cita como palavras e atos de Jesus, pois analisado na totalidade, existem muitas formulações divergentes.
        
        Questão
        
        Existe um problema hermenêutico, como entender a cristologia em Jesus de Nazaré, de um lado temos, a pessoa de Jesus, mensagem, morte, e de outro, as expectativas religiosas e culturais. Diante destas questões existe um pluralismo, mas existe também um núcleo duro que é mantido por Jesus.
        
        Existe uma tensão essencial no Novo Testamento, são variadas as interpretações, podemos ainda afirmar que existem várias cristologias, a hebraica, pré-paulina, pré-marcana, pré-joanina, da comunidade Q, mesmo com estas tradições não se encontra uma imagem não dogmática.
        
        Para uma interpretação cristológica moderna não se pode partir do dogma sobre Jesus nem tampouco de um Jesus de Nazaré puramente histórico. Portanto, o movimento cristão, é uma unidade cristã de experiência, e isso se deve a unidade estar relacionada a um único e mesmo Jesus que todos fazem referência, mas é apresentado de um modo pluriforme.
        
        O que aconteceu com Jesus e por Jesus, está na origem da experiência comunitária, à qual temos acesso histórico.
        
        É natural que ele projete suas próprias esperanças nele. Entretanto, isso deve estar minimamente apoiado no real, para que ele não se torne objeto de manipulação, e para isso é sempre necessário perguntar, quem foi de verdade Jesus de Nazaré.
        
        Neste sentido, quando se fala em interpretação crítica, cada época está sujeita a limitações do contexto histórico, mas isso não é impedimento para uma fé autêntica, com a abordagem histórico-crítica caíram muitas compreensões sobre Jesus de Nazaré, ainda que muitos hoje se opõe aos resultados críticos dos estudos científicos.
        
        É sempre válido lembrar que ninguém, como historiador, pode negar algo, que como crente seria obrigado a afirmar. Outra questão importante é que as evidências, cientificas, não podem ser detidas pela fé. Ainda que estes achados possam contradizer certas imaginações a respeito de Jesus.
        
        Para que se possa compreender que foi Jesus, é necessário se esforçar para expressar a realidade de Jesus em categorias contemporâneas de compreensão que possam ser acessíveis a todos.
        
        Tanto nas primeiras comunidades quanto Novo Testamento existe um pressuposto fundamental, existe uma profunda e absoluta identificação do Jesus terreno com o Cristo anunciado pelas comunidades. Esta identidade é entendida como chave hermenêutica para a compreensão dos Evangelhos.
        
        A intenção querigmática, que confessa Jesus como salvador, não pode ser a negação do interesse histórico, porém ele deve ser testado criticamente. Cada querigma mostra um determinado interesse histórico por Jesus de Nazaré. Portanto, o querigma e o interesse por Jesus de Nazaré caminharam juntos desde o começo.
        
        É importante ter em mente que não podemos fazer separações entre a tradição querigmática, e a tradição sobre Jesus, entre a tradição sobre Jesus e a tradição sobre Cristo. Todas as tradições do cristianismo primitivo, tem fundo querigmático e também lembranças históricas sobre Jesus.
- - - - No segundo se apresenta uma pergunta por que procurais entre os mortos aquele que está vivo.
      - No terceiro, a experiência pascal: por iniciativas de Jesus, converter-se para Jesus como o Cristo e encontrar nele a salvação decisiva.
      - Primeiro, os discípulos ficam escandalizados com a prisão e execução de Jesus.
- - - - Dois capítulos
        
        Primeiro
        
        O movimento do cristianismo primitivo em torno de Jesus: diferentes ecos do único Jesus de Nazaré.
        
        Segundo
        
        Primeira identificação da pessoa de Jesus, elo entre o Jesus terreno e os credos do cristianismo primitivo.
    - - Dois capítulos
        
        Primeiro
        
        Ressuscitado dentre os mortos
        
        Segundo
        
        Ressurreição, exaltação, vinda do Espírito e a parusia.
    - - Dois capítulos
        
        Primeiro
        
        Teologia na segunda potência
        
        Segundo
        
        Nas tradições do novo testamento cada vez mais reflexão
    - - Uma reflexão na Igreja primitiva, depois do Novo testamento: dogma cristológico
- - - - Dois capítulos
        
        O horizonte conjuntural de entendimento e ritmos desencontrados na mudança complexa de uma cultura.
        
        Ruptura com a tradição, desde o Iluminismo.
    - - Dois capítulos
        
        Universalidade única de um homem historicamente particular.
        
        História do sofrimento humano em busca de sentido e libertação.
    - - Jesus, parábola de Deus e paradigma de humanidade
        
        Três capítulos
        
        ação salvífica de Deus na história
        
        Problema cristológico
        
        A definitiva salvação de Deus em Jesus, eis o problema cristológico
        
        cristologia teórica histórica e praxe do reino de Deus.