CAP 3:
França e Brasil, um novo lugar no mundo (1945-1970)
INTRO
I. CONTEXTO FRANCÊS: TRANSFORMAÇÕES POLITICAS, ECO E SOCIAIS (50-70)
II. CONTEXTO BRASILEIRO: TRANSFORMAÇÕES POLITICO- ECO (50-70)
--> COMO SE SITUAM FRANÇA E BRASIL DIANTE DO CONTEXTO DA GUERRA FRIA?
B. Guerra na Argélia e fundação da quinta republica (1954-1962)
B. Jânio Quadros (1961) e João Goulart (1961-1964): Politica de neutralidade, esperanças e medo
C. Projeto de modernização e reconquista do status international (1958-1970)
A. Uma potência fragilizada no pós guerra e suas relações internacionais (1945-1958)
C. A ditadura militar entre 1968 e 1970
A. "Anos dourados": governo de JK (1955-1960)
O final da Segunda Guerra Mundial em 1945 marcou o início de uma nova era geopolítica e ideológica que moldaria as relações internacionais nas décadas seguintes: a Guerra Fria
Nesse cenário de bipolaridade liderada pelos Estados Unidos e pela União Soviética, nações de todo o mundo se viram diante do desafio de escolher lados e forjar políticas que refletissem suas respectivas realidades e interesses
O Brasil e a França, duas nações com histórias, culturas e contextos políticos únicos, também tiveram que tomar decisões cruciais sobre sua posição no cenário internacional
1946: instalação da 4 Republica sob Regime parlamentar
1954: Insurreição conduzida pelos nacionalistas argelinos
(Frente de Libertação Nacional)
Descolonização: acordos pró-independência e logícas de interdependência econômica e militar
Plano de reconstrução: ajuda financeira nos campos econômicos (1947, Plano Marshall) e militar (1949, OTAN)
França na construção europeia: Conselho da Europa (1949) + Tratado de Roma (1957) +
Comunidade Econômica Europeia (CEE)
Desejo de emancipação das colônias --> reação defensiva do governo francês
Derrotas militares + multiplicação dos conflitos + gastos exorbitantes
Repressão armada em oposição à independência da Argélia
Organização Armada Secreta (OAS) VS Franceses Pró Independência
FLN VS Harkis
Meio de 1958: partidários da Argélia francesa tentam tomar poder com o apoio da parte do exercito
4 setembro 1958: Fundação da 5 Republica com Charles De Gaulle (posição ambígua face a Argélia)
1959: autodeterminação por plebiscito aos Argelinos
1960: resposta violenta en Argel pelos partidários da Argélia francesa e do exercito que se sentem traídos
1961: Golpe dos generais de Argel contra a independência --> De Gaulle negocia com FLN
1962: Acordos de Évian e independência da Argélia
1 milhão de Europeus fogem da Argélia + massacre dos harkis + tortura pelo exercito francês
Afirmação do poder executivo e da soberania nacional --> contra Europa supranacional
Necessidade de domínio sobre a energia nuclear
Programas econômicos e tecnológicos: Concorde + Plan Calcul
Organização territorial: infraestruturas de transporte (Orly) + reorganização territorial (DATAR)
Oposição às politicas gaullistas: descontentamento social + Estado menos autoritário e paternalista
Papel limitado da França diante da URSS e dos EUA
Plano de metas: Cinquenta anos em cinco (Politica national desenvolvimentista)
Jânio Quadros --> politica externa independante: realinhamento das relações com os EUA e negociações diplomáticas com a URSS
Final de 1968: Costa e Silva e o AI-5
Integração do desenvolvimento industrial ao de setores (energia)
Negativos: congelamento de salários + aumento da inflação + dividas ao FMI
Construção da nova capital (Brasilia): cidade nova e moderna no centro oeste brasileiro
Utilitarismo: cidade planejada de forma funcional
Lucio Costa (urbanista) e Oscar Niemeyer (Arquiteto)
Governo Jango: plano de reformas de base (educação, agrária, eleitoral, urbana e tributária) + sonho do Estado de bem-estar social
Conjuntura politica: o perigo comunista --> intervenção politica estadunidense + 1964: golpe da ditadura militar
Manifestações de grupos guerrilheiros: libertação nacional
Medidas legais e institucionais do Estado policial: centralização do controle sobre segurança + sofisticação das técnicas de tortura
Contexto latino-americano: Operação Condor --> aliança entre ditaduras sul-americanas e EUA para reprimir ações opositoras
PPO: A GUERRA DA ALGÉRIA E SUAS MEMÓRIAS
PPO: DUAS CONCEPÇÕES DA REPUBLICA
PPO: A CONSTITUIÇÃO DE 1958
No contexto da Constituição Francesa de 1958, a natureza parlamentar do regime é atenuada devido ao papel do novo presidente da República e do Conselho Constitucional. Enquanto o sistema político francês é parlamentar em essência, a Constituição de 1958 conferiu ao presidente poderes significativos, incluindo a nomeação do primeiro-ministro, o comando das Forças Armadas e a capacidade de dissolver a Assembleia Nacional. Além disso, o Conselho Constitucional ganhou autoridade para revisar a constitucionalidade das leis, exercendo um papel importante no sistema legal francês. Essas mudanças equilibraram a natureza parlamentar do regime com uma presidência forte e uma supervisão constitucional eficaz.
As memórias da Guerra da Argélia são frequentemente conflituosas devido a vários fatores que inflamam ou apaziguam essas lembranças. Por um lado, as memórias são inflamadas devido à violência e brutalidade do conflito, bem como às questões não resolvidas, como tortura e desaparecimentos forçados. Além disso, a descolonização e as tensões entre diferentes grupos étnicos e culturais na Argélia adicionam complexidade à narrativa.
Por outro lado, as memórias também são apaziguadas pelo desejo de reconciliação, principalmente entre a França e a Argélia, e pelo desejo de avançar além das divisões do passado. A construção de narrativas de memória compartilhada e esforços para enfrentar o passado também desempenham um papel na busca por uma compreensão mais equilibrada e reconciliatória da Guerra da Argélia.
O debate entre Charles de Gaulle e Pierre Mendès France revela duas concepções diferentes da República e do papel do presidente na França pós-Segunda Guerra Mundial. De Gaulle advogava por uma República forte e centralizada, em que o presidente detinha considerável poder executivo para garantir a estabilidade do país. Ele acreditava que o presidente deveria desempenhar um papel ativo na política e na tomada de decisões. Por outro lado, Mendès France defendia uma visão mais parlamentarista da República, onde o poder executivo deveria ser limitado e o parlamento desempenharia um papel mais proeminente na formulação de políticas. Ele via o presidente como um representante mais cerimonial e acreditava que o equilíbrio de poder deveria residir no legislativo. Esse debate reflete as tensões políticas na França pós-guerra e as diferentes visões sobre como a República francesa deveria ser estruturada e o papel do presidente dentro desse sistema