Harouel, página 119:
"O urbanismo progressista é obcecado pela modernidade. A cidade do século XX deve ser de seu tempo, afirmar a contemporaneidade de tudo aquilo que se traduz como avanço da técnica: a indústria, o automóvel, o avião. A estética modernista à base da racionalidade e austeridade é acompanhada pelo desprezo da cidade antiga.
Certamente a Carta de Atenas (art. 65) proclama que 'os valores arquitetônicos devem ser salvaguardados'. Mas na realidade o texto preconiza a conservação de alguns monumentos mais importantes, ao redor dos quais se deve destruir os taudis, ou seja, as casas antigas, o que possibilitaria a criação de 'espaços verdes'. Aliás, Le Corbusier preconiza para Paris, desde 1925, com seu 'Plano Voisin' destruir quase todo o lado direito do rio."
"Ele consente, entretanto, a conservação sobre a relva, de alguns monumentos e em um ponto ou outro algum resquício arquitetônico, como uma mansão do Marais."
"Ele mesmo diz a propósito dos bairros do Marrais e da Etoile, que são realidades antigas que chocam com o espírito novo. (...) o essencial é talvez sua preocupação desvairada pela higiene, que se concretiza nas exigências importantes de sol e de verde."