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ALMANDOZ, Arturo. Mudanças políticas e institucionais para o planejamento…

- - - - no entanto, apesar de no início dos anos 60, as economias latino americanas fossem vistas como prósperas, a industrialização por substitução de importações é uma industrialização "frágil", de modo que a maior parte de migração campo-cidade não é "puxada" (pulled) e absorvida pelo sistema produtivo, mas "empurrada" (pushed), causando um excedente de população nas cidades. O desbalanceamento entre industrialização e urbanização inviabiliza o desenvolvimento ao estilo Cepal, a modernização funcionalista e até a maturidade no sentido de Rostow.
      - Walt Whitman Rostow - Famoso teórico do desenvolvimento que no início dos anos 50 e 60 classifica os mercados Mexicano e Brasileiro como exemplos de take-off ou “decolagem”, pelo crescente a partir da industrialização substitutiva. (ALMANDOZ, 2009, p.232)
- - - - "O impulso funcionalista seria confirmado na década seguinte, quando a emblemática Brasília, promovida pelo governo de Juscelino Kubitschek (1959-61, foi integralmente desenvolvida por uma equipe local, liderada por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, evidenciando que, finalmente, a maturidade profissional da arquitetura e do planejamento brasileiros podia ecoar internacionalmente, sem necessidades de luminares estrangeiros." p. 242
- - - - trânsito epistemológico/ampliação do âmbito da cidade à região - "Na América Latina, que procurava o desenvolvimento e a modernização através da industrialização e urbanização, esse trânsito epistemológico foi também manifestação do relevo e deslocamento dos polos, da Europa aos EUA, de onde era importada a modernidade que trazia o novo aparato de instrumentos associados ao planejamento, assim como a renovação técnica, procedimental e institucional que propiciou, ao mesmo tempo em que se produzia, uma ampliação do âmbito da cidade à região" p. 244
      - Maurice Rotival - planejador com preocupação pela região - "o antigo urbaniste agora desejava ser considerado como planificateur" p. 245
      - Considerações regionais incorporadas nos estudos e planos urbanos de capitais latino-americanas - assumem princípios de planejamento econômico e regional
        
        Lebret - SAGMACS
        
        "advogou a incorporação de princípios e variáveis do planejamento econômico e regional como requisitos para planejar áreas metropolitanas em expansão, através da Sociedade para ANálise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais - SAGMACS (Cf LAMPARELLI, 1995; LEME, 1999)" P. 246
        
        "A nova consciência sobre a necessidade de planejamento regional no meio brasileiro foi evidenciada nas críticas ao plano de Brasília, o qual, apesar de ter sido promovido pela agência Novacap, não havia incorporado suficientes economistas, ecólogos e planejadores. [...] a nova capital não devia ser 'o resultado, senão a causa de um plano regional' (COSTA apud FRASER, 2000, p. 203)" p. 246 e 247
    - - Patricio Randle em Qué es el urbanismo (1968) não considerava sinônimos - urbanismo teria influências francesas e o planejamento urbano teria prevalecido pós SGM por influência inglesa a partir do EUA. Assim o urbanismo estaria mais próximo da estética constritiva, obras públicas e serviços urbanos conformes os tratados do século anterior e inicio do mesmo; enquanto no planejamento urbano o estético é apenas consequência de preocupações mais científicas como o uso do solo e circulação. p. 249
      - Emilio Harth-Terré em Filosofia en el urbanismo (1961) considera urbanismo a "ciência da cidade" e o planejamento como um novo sentido, consequência da admiração anglo-saxônica nas universidades latino americanas p. 248
      - "Pode-se dizer que essas obras de Randle e Harth-Terré conseguiram colocar numa perspectiva epistemológica e historiográfica uma aparente moda de substituir urbanismo por planejamento, o qual refletia mudanças mais estruturais da disciplina, no marco geopolítico do modernismo e do desenvolvimentismo na América Latina." p. 249
        
        "Tal como enfatizara Harth-Terré, se a mudança terminológica tinha muito a ver com a ordem de difusão dos vocábulos em espanhol e em português, ela refletia, por sua vez, um deslocamento dos polos da modernidade técnica, da Europa aos EUA, na América Latina do pós-guerra, no momento em que se havia produzido uma ampliação dos âmbitos epistemológicos disciplinares, da cidade à região. p. 250