Plano Cruzado (1986): baseado na visão heterodoxa, este utilizou o congelamento de preços e salários por tempo indeterminado e contou com o engajamento civil para fiscalização do congelamento. Contou ainda com uma reforma monetária que substituiu o Cruzeiro pelo Cruzado, instalou a proibição da indexação por período inferior a 1 ano, e congelou os salários com um bom poder de compra. Havia também um gatilho salarial que garantia que os salários seriam corrigidos se a inflação chegasse a 20%, gerando popularidade em torno do plano. No entanto, o congelamento pegou a economia de surpresa, fazendo com que alguns setores fossem prejudicados e fazendo com que o governo tivesse que ajudar os mesmos. Outro problema era que o câmbio foi mantido controlado, prejudicando a competitividade dos produtores brasileiros. Uma vez que os preços não subiam, a população entendeu que eles estavam baixos, gerando uma explosão de demanda e um desequilíbrio entre esta e a oferta. Isso gerou escassez, filas, mercado paralelo e resultou no fim do congelamento. Além disso, o congelamento não veio acompanhado de uma redução dos gastos públicos, o que resultou em aumento do déficit público. Com o fim do congelamento, houve uma disparada da inflação, que voltou maior do que nunca.