O presidente anuncia a chamada teoria dos círculos concêntricos (idem: 111) e diz que
os interesses do Brasil estarão subordinados a uma ótica geográfica. Interessa para o novo
governo, portanto, priorizar suas relações hemisféricas, ajudando os países da região a manter
afastado o fantasma do comunismo. Seria esse, então, o primeiro círculo concêntrico, o das
relações com a América Latina.
Embora atribuído pelo Estado de São Paulo ao Chanceler Vasco Leitão da Cunha
(Cunha, 1994: 271), a teoria dos círculos concêntricos têm forte inspiração geopolítica. A
ESG advocava a importância do estudo geográfico para a atuação externa do país desde os
anos 1950. Seu autor era Golbery do Couto e Silva. Em
obra mais recente acerca da matéria, o autor define como três os espaços de atuação brasileira,
chamando-os de “império brasileiro”, “moldura continental” e “mundo além-mar” (Couto e
Silva, 1981: 108). O “império brasileiro” corresponde a linha de ação do Brasil com seus
vizinhos sul-americanos, o segundo espaço importante, “a moldura continental” expande a
ação brasileira ao continente americano, coincidindo com o segundo círculo concêntrico. A
terceira área coincide com o círculo concêntrico do mundo além do continente, ou “além-
mar”, nas palavras de Golbery