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4.2. História econômica brasileira: Primeira República - Coggle Diagram
4.2. História econômica brasileira: Primeira República
Histórico
Governo
Deodoro da Fonseca
(1890 - 1891)
1890: a
Lei Bancária
marcou a vitória dos papelistas,
acabou com o padrão ouro no Brasil
e instaurou a emissão de moeda com lastro em títulos públicos. Ela visava pagar salários, dar crédito à latifundiários e estimular negócios. Na prática, a demanda por moeda não aumentou (nem ex escravos nem imigrantes tinham renda).
O resultado foi o
encilhamento
, ou seja, fracasso da estratégia econômica de
Rui Barbosa
, inflação alta (capacidade produtiva não cresceu no ritmo da demanda), aumento do endividamento público, especulação, falências, e estímulo ao anti-lusitanismo. Dentre os saldos positivos do encilhamento tivemos a tentativa do governo de direcionar, pela primeira vez, uma política industrial, crescimento econômico, desenvolvimento industrial e de infraestrutura.
Governo
Prudente de Moraes
(1894 - 1898)
Houve deterioração das contas externas provocada pela
queda no preço internacional do café
(inelástico com relação ao preço-demanda, ou seja, baratear o custo não aumenta a demanda), seguido de emissão de moeda, inflação, desvalorização cambial, desequilíbrio no balanço de pagamentos e endividamento externo.
Isso gerou o processo de
socialização das perdas
, ou seja, a queda no preço do café faz com que o réis desvalorize, penalizando a sociedade brasileira (que terá que pagar mais caro pelos produtos que importa), mas beneficiando os cafeicultores (o preço do café em libras está caindo, mas a libra está valendo mais ao mesmo tempo).
Governo
Floriano Peixoto
(1891 - 1894)
1891:
congelamento de preços
para conter a inflação (aumenta a popularidade de Floriano).
Governo
Campos Salles
(1898 - 1902)
1898: com o endividamento no limite, realizou-se o
Primeiro Funding Loan
(empréstimo para pagar empréstimos), um empréstimo de 10 milhões de libras junto aos Rothschild, na Inglaterra, com juros de 5% ao ano, suspensão do pagamento dos juros por 3 anos (durante os quais o Brasil não poderia adquirir novos empréstimos), suspensão da amortização da dívida até 1911, enxugamento monetário (queima de réis), aumento de impostos (sobre o selo e o consumo), corte de gastos, e alfândega do Rio de Janeiro como garantia. Isso gerou retração do crescimento e valorização cambial (
inverteu a socialização das perdas
).
Governo
Rodrigues Alves
(1902 - 1906)
1902-1913: período da prosperidade na economia brasileira chamado de
Era de Ouro
, marcado por caixa cheio, dívida suspensa, recuperação do crescimento,
reforma do Rio de Janeiro
, reforma do sistema de saúde público, aquisição do Acre, valorização cambial contínua, aumento da arrecadação de impostos, investimentos em ferrovias, e superávits no balanço de pagamentos.
Este crescimento se deu pela melhora na posição externa, crescimento das exportações de borracha (indústria automobilística nascente), e boom de investimentos europeus pré-Guerra.
Governo
Afonso Pena
(1906 - 1909)
1906: criação do
Convênio de Taubaté
e da
política de valorização do café
, onde o Estado comprava o execesso de oferta de café utilizando financiamento de empréstimos externos que eram pagos, por sua vez, com o novo imposto sobre as exportações de café, e impedia novas plantações.
O Convênio marcou o início da
federalização da defesa do café
e foi um sucesso, mas proporcionou a imagem de que o governo protegeria o café sempre, o que não era viável.
1906: criação da
Caixa de Conversão
, que centralizou as operações cambiais e passou a emitir notas conversíveis em ouro (
Brasil retornou ao padrão-ouro
) a uma taxa fixa de câmbio (entre o réis e a libra-ouro). Isso
interrompeu a valorização cambial
e deu maior credibilidade à economia brasileira perante o mundo.
A adoção do padrão-ouro em 1906 vinculou a estabilidade monetária doméstica ao comportamento do balanço de pagamentos e acentuou o caráter pró cíclico dos déficits e superávits externos da econoia primário-exportadora (quanto mais libras entrando, mais crescimento econômico).
O Governo de Afonso Pena aumentou a importação de máquinas para a industrialização, formando
capacidade industrial ociosa
propositalmente (quando a demanda viesse, já haveria capacidade produtiva instalada).
Governo
Hermes da Fonseca
(1910 - 1914)
1910-1914: o período pré-Guerra foi marcado pelo desequilíbrio externo (pouca entrada de libras),
colapso da produção de borracha
(concorrência asiática), queda do preço do café (esgotamento da estratégia do Convênio de Taubaté e excesso de oferta), aperto monetário e recessão.
1913: retomada das amortizações da dívida externa.
Governo
Venceslau Brás
(1914 - 1918)
1914: o
Segundo Funding Loan
previa 15 milhões de libras, com juros de 5% ao ano, suspensão do pagamento dos juros por 3 anos, suspensão da amortização da dívida até 1927.
1914: houve
quebra da Caixa de Conversão
, retorno ao câmbio flutuante e
interrupção no padrão-ouro
.
1914-1918: a
Primeira Guerra Mundial
resultou em um surto industrial (não representou início de processo de industrialização contínuo) no Brasil. Suas características foram proteção cambial (resultado da desvalorização que deixou produtos brasileiros mais competitivos), escassez de produtos importados, utilização da capacidade ociosa para abastecer o mercado interno, e falta de engajamento do governo em políticas industriais.
1916: os
EUA viram o principal parceiro econômico do Brasil
.
1917: a
defesa do café de 1917
incluiu a compra do excesso de oferta por meio de emissionismo monetário e com o objetivo de formar estoques reguladores para venda na entresafra. Isso incentivou a produção dee café em outros países como Angola, Etiópia, Colômbia etc.
Governo
Delfim Moreira
(1918 - 1919)
A Guerra foi negativa para as contas públicas, levando ao aumento de impostos e ao emissionismo, mas foi positiva para a produção. Por meio da
substituição de importações
, houve estímulo ao setor industrial e à demanda interna de matérias primas antes voltadas à exportação.
1818-1822: o
período pós guerra
foi marcado pela rápida recuperação econômica mundial. recuperação dos preços do café (tendência à valorização cambial no Brasil), superávit comercial, crescimento econômico, aumento da arrecadação de impostos (alta nas exportações), grandes obras públicas, e remodelação do Rio de Janeiro.
Governo
Epitácio Pessoa
(1919-1922)
1920: a
inflexão europeia
levou à queda no preço internacional do café, retração do crescimento, redução na arrecadação de impostos, manutenção das grandes obras, desequilíbrio fiscal, e aumento da inflação.
Podemos dizer que houve uma inversão da situação econômica brasileira da primeira (prosperidade) para a segunda (dificuldades) metade do governo de Epitácio Pessoa.
1921: o
plano de defesa do café de 1921
foi feito com empréstimos externos. A cada plano de defesa do café, seus efeitos positivos iam diminuindo.
1922: criação do
Imposto de Renda
para equilibrar as contas públicas.
Governo
Artur Bernardes
(1922-1926)
Representou a irritação com a defesa do café e incluiu ajuste fiscal (mais impostos e menos gastos), regulamentação do imposto de renda, e recessão seguida de recuperação no fim do governo.
1924: após a Missão Montagu (missão financeira inglesa), houve a
estadualização da defesa do café
. Assim, São Paulo faria a política de valorização do café por meio do
Comitê de Defesa Permanente do Café
.
Governo
Washington Luís
(1926-1930)
Foi marcado pela
Caixa de Estabilização
(nova Caixa de Conversão) que reestabeleceu o câmbio fixo e
retomou o padrão-ouro
.
A defesa permanente do café foi colocada na legislação como responsabilidade da União, e foi seguida pela
crise do café
(recessão).
1929: a
Crise de 1929
foi agravada no país pelo fato de os EUA serem o principal mercado consumidor do café brasileiro, gerando assim uma
crise no balanço de pagamentos
.
Noções gerais
A economia brasileira nos primeiros anos do período republicano (1889 - 1898) foi marcada pelo
café
, que viabilizou um mercado consumidor, infraestrutura, urbanização e bancarização no país. Os interesses cafeeiros atrapalharam a industrialização no período. Na República, São Paulo já havia desbancado o Rio de Janeiro como maior produtor de café do país.
No início do século XX, as
exportações brasileiras
estavam assim: café (64,4%), açúcar (6%), cacau (1,5%), erva-mate (1,3%), fumo (2,2%), algodão (2,7%), borracha (15%), couros e peles (2,1%).
Pode-se dizer que durante o século XIX e início do XX o Brasil era monopolista do café. A partir daqui ele começa a perder espaço apesar de, até hoje, sermos os maiores produtores mundiais de café.