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Avaliação em Matemática: algumas considerações - Coggle Diagram
Avaliação em Matemática: algumas considerações
... é possível encontrar definições de avaliação bastante diferentes e, em muitos
casos, bastante ambíguas, cujos sujeitos e objetos de estudo aparecem de maneira
confusa e indeterminada. Em alguns casos, o sujeito da avaliação é o aluno; em
outros, é o grupo/classe, ou inclusive o professor ou professora, ou a equipe
docente. Quanto ao objeto da avaliação, às vezes, é o processo de aprendizagem
seguido pelo aluno ou os resultados obtidos, enquanto outras vezes se desloca para
a própria intervenção do professor.
As decisões sobre o que avaliar estão alicerçadas na concepção que se
tem de matemática – e suas conseqüentes implicações pedagógicas –
concepção esta que não é única. Dessa forma, nossa discussão inicial será a
respeito dessas possíveis concepções sobre a matemática.
POR QUE ENSINAR MATEMÁTICA
POR QUE ENSINAR MATEMÁTICA
A matemática, como ferramenta para as outras ciências, baseia-se nas
idéias de Descartes (1596-1650), para quem a matemática era condição para o
desenvolvimento de qualquer ramo do conhecimento, de tal modo que sem
a matemática as demais ciências não seriam possíveis.
A crença de que a matemática desenvolve o raciocínio lógico filia-se ao
primeiro paradigma e se sustenta filosoficamente nas idéias de Platão (427-
347 a.C.).
A justificativa de que a matemática está presente no cotidiano e tem
aplicações na vida prática, fundamenta-se nas idéias de Aristóteles (384-322
a.C.), cujo ponto de vista se contrapõe ao de Platão, por considerar que a
matemática seria constituída de construções elaboradas pelos matemáticos
a partir da percepção dos objetos do mundo real.
ENSINAR/APRENDER MATEMÁTICA
Ao se conceber a matemática como pronta, acabada, perfeita, com
uma estrutura formal que serve de modelo para as demais ciências,
considera-se a matemática como axiomática, isto é, logicamente deduzida a
partir de um conjunto de afirmações admitidas universalmente como
verdadeiras, mesmo sem demonstração – os axiomas.
Sob este ponto de vista, quem faz matemática é o matemático e o
ensinar/aprender matemática se reduz à transmissão desse conhecimento para
os alunos pelo professor, e a aprendizagem se faria por recepção.
Essa forma de conceber o processo de ensinar/aprender deixa para o
aluno toda a responsabilidade pelo estabelecimento das conexões entre os
diferentes ramos da matemática e entre esta e as demais disciplinas sem,
contudo, lhe oferecer o preparo necessário para se desincumbir dessa
tarefa. O que cabe ao aprendiz é “seguir a receita”, pois raramente é
convidado a pensar sobre uma questão, a discuti-la com os colegas, a
estabelecer conjecturas, a testá-las.
Prática Avaliativa de Matemática: um
dispositivo pedagógico de subjetivação
interesse na avaliação movimentada na sala de aula
por uma professora de Matemática e seus alunos, centra-se na ideia de
que a avaliação pode funcionar como um dispositivo pedagógico5
– uma
composição de elementos discursivos, decisões regulamentares e instituições
O dispositivo pedagógico da
avaliação na escola carrega uma função de objetivo estratégico, à medida que, em determinado momento, a avaliação passa a ser considerada
como um instrumento eficaz de verificação da aprendizagem curricular, extraindo do espaço social da sala de aula a diferença que nos constitui.
Avaliação: uma máquina de ver na sala de aula
Todos os mecanismos que uma professora pode movimentar para
que uma prática avaliativa possa medir o que sabem seus alunos é pensado e planejado. Nesse contexto é que inserimos como mecanismos de
controle, listas com questões da prova – como um modo de convencimento para que os alunos façam as tarefas propostas e nas situações em
que a professora tabula questões entre acertos e erros – “Eu tabulo todas
as questões para saber de onde eu tirei a questão, quantos acertaram,
erraram...”
No espaço da sala de aula, nas relações entre professora e seus
alunos, a avaliação vai se constituindo como parte de um processo social mais amplo.
procedimentos que
integram a avaliação da apropriação de conhecimentos – por meio de
provas e trabalhos – com mecanismos de vigilância sobre as atitudes e
o modo de ser dos alunos” são instrumentos utilizados para ver não só
o que os alunos sabem, mas como agem, uma forma de regular aprendizagens e corpos.
A avaliação pode ser compreendida como uma maquinaria do poder social da escola que inserimos nas teorizações de Foucault como
um instrumento possível para enquadrar não só comportamentos, mas
para dar à escola o controle, o registro e a organização de estratégias de
produção de mais instrumentos (testes, provas, simulados, etc.).