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Síndrome da Torção Volvo Gástrica - Coggle Diagram
Síndrome da Torção Volvo Gástrica
Diagnóstico: histórico, anamnese, sinais clínicos, exame físico e complementares, RAIO-X.
Sinais clínicos: distensão abdominal cranial com timpanismo, muita dor, decúbito lateral, náuseas e mimíca de vômito, sialorréia, inquietação, taquipneia e taquicardia, mucosa pálida ou cianótica, pulso fraco.
Doença aguda, com evolução rápida podendo levar ao óbito em até 3 horas.
Posicionamento inadequado do estômago que rotou. Comum em animais que recebem alimento seco 1x ao dia e tomam água logo em seguida. Cães grandes/gigantes ou com tórax profundo e estreito são mais pré-dispostos. Animais muito agitados, com idade avançada, com motilidade gástrica diminuída.
Animal chega em decúbito lateral, hipotenso, pouco responsivo e com pulso fraco: está em choque e necessita manobras de emergência.
É indicado sempre fazer esplenectomia em pacientes com volvo torção. Baço congesto > sangue parado coagula > faz a distorção do estômago > coágulos entram na grande circulação > tromboembolismo.
Choques
Neurocardiogênico: devido a grande dor que a torção gera.
Obstrutivo: congestão das vísceras. Estômago congesto podendo necrosar, congestão de baço e pâncreas também > liberação de fator depressor do miocárdio e parada cardíaca. Com o estômago dilatado, os grandes vasos abdominais vão estar comprimidos causando um obstáculo a grande circulação, sangue chegando em menor volume ao coração, podendo ocorrer ascite também.
Hipovolêmico: pode ocorrer avulsão dos vasos gastroesplênicos, causando hemorragias internas no abdômem. Baixo volume de sangue circulante > pode causar uma CID (coagulação intravascular disseminada).
Endotóxico: quando ocorre necrose gástrica. As bácterias do estômago se proliferam e fermentam muito, morrem e liberam toxinas causando o choque. Se distorcer e entrar na grande circulação, ocorre endotoxemia.
Fisiopatogenia
O baço está anexado ao estômago com ligamentos e vasos. Com a torção, o baço sofrerá com a falta de vascularização.
O pâncreas também sofrerá com a falta de vascularização por conta da torção, já que o mesmo está logo acima do antro pilórico.
Torção de 90º começa a ter estiramento dos vasos gastroesplênicos. 180º o antro pilórico rota no próprio eixo estirando ainda mais os vaos. 360º os vasos estão totalmente estirados, existe risco de avulsão dos vasos levando a hemorragia interna.
Em caso de rotação 360º é emergência, nada entra e sai do estômago, o gás aumenta, cárdia e piloro fechados, não consegue passar sonda orogástrica pra retirada do gás.
Pode ocorrer necrose gástrica, sendo necessário realizar uma gastrectomia (retirada de segmento do estômago).
Passo a passo terapêutico
1º descompressão gástrica e estabilização do paciente.
Dependendo do grau da torção, é possível fazer a sondagem orogástrica > remoção do ar e conteúdo estomacal, lavagem gástrica com solução salina morna.
Estabilizar (ABC da emergência), colocar na fluidoterapia e oxigenioterapia.
2º desfazer a torção (cirúrgico)
Decúbito dorsal > incisão pré-retroumbilical > isolar órgão com compressas umedecidas > avaliar vasos gastroesplênicos e cavidade abdominal > exteriorizar estômago > avaliar baço > esplenectomia total > localizar todos os vasos do hilo do baço > pinçar e fazer ligadura acima e abaixo da pinça > incisar entre ligadura de cima e a pinça.
trocaterização na região avascular do estômago entre curvatura maior e menor > destorcer o estômago e tentar passar sonda orogástrica para retirar o conteúdo > técnica de gastrotomia > aspirador cirúrgico para aspirar conteúdo gástrico > lavagem com SF.
Gastrorrafia (2 padrões de suturas sobrepostas, invaginantes em sentidos opostos) > teste de sutura > trocar instrumental e paramentação > gastropexia > omentalização > celiorrafia.
3º prevenir recidivas (gastropexia)
Fixação do estômago na parede. Três tipos de gastropexia possíveis.
1º: fixar na posição anatômica: curvatura maior e menor estará fixado do lado esquerdo da parede abdominal. 70% de chance de recidiva.
2º belt loop: fazer um flap na parede do estômago deixando mucosa e submucosa. Furar a parede abdominal com pinça hemostática, passar o flap por dentro da parede e suturar de volta ao estômago. Risco de necrose dos bordos e grande chance da sutura abrir.
3º tubular com sonda: uma sonda comunicando o estômago com o meio externo. Vantagem de podermos esvaziar e alimentar o paciente no pós-operatório.
4º gastropexia incisional: incisão na serosa e muscular em região de antro-pilorico causando uma lesão superficial > realiza incisão na parede abdominal direita > junta as duas lesões e realiza uma sutura com pontos isolados simples com fio inabsorvível > as lesões vão cicatrizar juntas.
4º monitorar pós-operatório
Internado por pelo menos 5 a 7 dias. Jejum de 12-24h, fluidoterapia glicosada e nutrição microenteral > após, dieta líquida e pastosa gradativamente. Oferecer água 1 ou 2 horas pós alimentação. Não fazer atividades pós-prandiais.