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Psicoterapia de base fenomenológico existencial, Existencialismo não é…

- - - - História no primeiro Heidegger (década de 20) - é o termo para designar o campo histórico que emerge de uma série de processos que se sedimentam.
      - História no segundo Heidegger (década de 30) - designa a medida epocal que atravessa e domina todos os fenômenos
- - - - é um estudo ontológico. A ontologia é a filosofia que estuda o ser, existência, o devir
      - revisão crítica da metafísica (ontologia ocidental) ; Rompimento com a ideia de metafísica (tudo o que vai para além da física). Na visão metafísica, o que fundamenta o ser é a razão. Heidegger vai questionar isso.
      - Grande influência para a psicologia. Como sabemos, nos últimos anos a psicologia consolidou-se como uma ciência do controle, quando desde o início deveria ser uma arte do cuidado. A contribuição de Heidegger é tremenda para repensar a psicologia e a sua práxis desde seus fundamentos.
        
        "a psicologia influenciada por Heidegger, que viria a ser conhecida como fenomenológico-existencial, procurava entender o homem em seus próprios termos, descartando analogias naturalistas e mecanicistas e enfatizando a liberdade ou a autonomia do homem". VIAL ROEHE, M.; DUTRA, E. Dasein, o entendimento de Heidegger sobre o modo de ser humano. Avances en Psicología Latinoamericana, v. 32, n. 1, p. 105–113, 13 jan. 2014.
      - Diferença ontológica - para a metafísica o ser = ente; Para a metafísica o "ser" = "é". Heidegger descobre um ente especial, distinto dos demais, o Dasein, cujo ser é diferente do ente. É o único ente para qual o ser aparece como questão.
        
        ontológico - tudo que diz respeito ao modo de ser do homem, ao Dasein.
        
        Dasein (da - aí + sein = ser) significa ser-aí. presença. ser-aí é ser abertura; o aí é o mundo. O Dasein é o único ente que, sendo, desvela o ser, coloca o próprio ser como questão.
        
        Analítica existencial - não vai definir o que é o Dasein, dando-lhe uma essência (pois isso não é possível) - faz, de fato, uma descrição das condições ontológicas do Dasein, ou seja, os modos pelos quais ele se apresenta.
        
        A analítica existencial "está antes de toda psicologia, antropologia e, sobretudo, biologia." (Heidegger, 1995
        
        existenciais - são os modos fundamentais do Dasein; são os seus modos de ser.
        
        2 - disposição/afetação - Ao existirmos nós sentimos o mundo. Até a apatia é uma forma de sentir. Ao existir somos afetados e afetamos o mundo. Disposição é o modo de ser-em com que nos sentimos, com que nos dispomos no mundo. (Corresponde, onticamente, ao humor, estado de humor)
        
        "É sendo afetado ou tocado pelo mundo, que o ser humano sente ansiedade, medo, alegria, orgulho. Estas são manifestações ônticas, somente possíveis devido à disposição afetiva que caracteriza o Dasein ontologicamente" OBS.: Não entender afeto no sentido usual, mas de acordo com a etimologia, como "disposição, estar inclinado à"
        
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        4 - discurso - diz respeito à característica ontológica do Dasein, em se comunicar (com-partilhar). O correspondente ôntico ao discurso é a linguagem que, para Heidegger, é a expressão da fala. A fala é mais ampla que a linguagem, pois engloba a escuta e o silêncio.
        
        3 - compreensão - não é um conhecimento teórico, racional, mas, antes de tudo, uma prática. Para VIAL ROEHE (2014, apud, Haugeland, 1982) "compreender é saber como ser a pessoa que se é, sendo-a". É apreender-com (aproximação), é como se fosse uma intuição. Ao estar no mundo já compreendemos o mundo de alguma maneira. É processo. É abertura para o poder-ser. É a base e traço fundamental do Dasein. Os demais existenciais são caracteres da compreensão.
        
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        1 - ocupação (Bersogen)/mundanidade - a forma como o Dasein se relaciona com outros entes. Desde o início, temos que nos ocupar com o mundo, em co-existência. Se dá pelo manuseio, uso, contato, relação. Existem dois modos de ocupação:
        
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        o ser é verbo, sua essência é a existência. não tem definição, pois ao defini-lo ele "é", deixa de ser.
        
        situa-se além das particularidades individuais, tem caráter universal
        
        sorge - cura - cuidado - é a totalidade estrutural do Dasein
        
        ser-para-a-morte: não é morte no sentido literal, de evento futuro que encerra a vida.????
        
        ser abertura significa não ser um dado fixo e determinado. Abertura é ser aquilo que não é mais e aquilo que ainda não é; é poder-ser, possibilidade processo, mudança, transformação, devir. Para Heidegger, a essência do ser é a sua própria existência - e a existência não é dada, ela se constrói.
        
        ser-no-mundo: não há separação entre o homem e o mundo. homem e mundo são uma unidade.
        
        mundanidade do mundo circundante - a forma como o Dasein se relaciona com outros entes sem o caráter da existência (existentes sem existência). Por exemplo, pegar a bike e pedalar até a faculdade.
        
        totalidade instrumental - é o conjunto de entes que têm uso instrumental comum. Por exemplo, na atividade de escrita uso o lápis, lapiseira, caderno, borracha, marcadores de texto... estes entes estão interligados por um uso comum. É esse conjunto que na relação com o Dasein, constituem o mundo.
        
        cotidianidade mediana (ou impropriedade, inautenticidade, impessoalidade) - "o ser do homem é questão para ele mesmo - mas não na maior parte do tempo" - modo no qual o ser o Dasein está encoberto. É não ter assumido (ainda) sua condição ontológica de se colocar em questão. Não temos essência nenhuma, assim nos ocupamos, na cotidianidade, a partir de contingências históricas, culturais e sociais. Vivemos como outros entes, "como mais um entre os demais". *Não é no sentido maniqueísta de certo/errado.
        
        É o mundo da vida cotidiana;
        
        “Todo mundo é o outro e ninguém é si mesmo. O impessoal que responde à pergunta quem da presença cotidiana, é ninguém, a quem a presença já se entregou na convivência de um com o outro” (Heidegger, 1927/2006, p. 185).
        
        A psicologia vem se constituindo como uma ciência do controle, não como uma práxis do cuidado e da liberdade - Ao dar mais respostas do que propor questões, fornece modelos prontos de vida e de viver, como se fosse uma lei a ser seguida.
        
        Educação; trabalho; papéis sociais; "costumes"; "persona, máscaras"; processos de socialização; A impropriedade tira do Dasein a tarefa de responsabilizar-se, de assumir as próprias escolhas. Isso pode trazer uma sensação de "conforto", "despreocupação"
        
        ôntico - diz respeito ao ente; tudo que existe; desdobramento individual, como psicólogos, mães, professores..."o que se manifesta entre as possibilidades ontológicas do ser e se refere ao próprio ente do modo como se mostra"
    - - A filosofia da época (Kant, Hegel) convertera-se na busca por uma verdade; Positivismo realista; O que é verdade é o que vem da experiência, do experimento científico, das leis físicas e matemáticas. Verdade = o que pode ser posto à prova. O exemplo mais notável é o racionalismo de Karl Popper, ele defendia a metafísica como progenitora da ciência; Para ele, "uma teoria só poderia ser considerada científica quando é falseável, quando é possível prová-la falsa";
      - Muito influenciado por Brentano e principalmente Husserl. Mas, a partir de 1919, se aparta radicalmente, fundando sua própria filosofia. O objeto apropriado da filosofia deveria ser “o sujeito
        com suas experiências”, não alguma “coisa pensante", mas o próprio ser. Heidegger faz da fenomenologia um método para a compreensão ontológica da existência tal como ela se mostra (Dasein)
- - - - É possível experienciar de diversas formas, por meio do corpo, pela percepção em resposta a uma ação, por gestos e movimentos, motivo pelo qual o caráter corporal da experiência adquire importância fundamental para Ponty.
        
        Percepção empírica (de segunda ordem) - seria como uma "atitude natural" - "aquela que exercemos a cada instante, que nos mascara esse fenômeno fundamental porque ela é inteiramente plena de aquisições antigas e opera, por assim dizer, na superfície do ser"
        
        Percepção estética - "para que eu reconheça a árvore como uma árvore, é preciso que, abaixo desta significação adquirida, o arranjo momentâneo do espetáculo sensível recomece, como no primeiro dia do mundo vegetal, a desenhar a ideia individual desta árvore"
        
        Acontece a partir do estranhamento, quando observamos algo estranho começamos a observá-lo mais atentamente e por diferentes ângulos.
- - - - Husserl considerava a Fenomenologia como uma disciplina "pura"; Interesse pelas noções de lógica e matemática. Era uma fenomenologia positivista!