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Georg Wilhelm Friedrich Hegel - Coggle Diagram
Georg Wilhelm Friedrich Hegel
A compreensão do pensamento filosófico de Hegel (1770-1831)
demanda o prévio conhecimento de seu contexto histórico específico,
caracterizado por um mundo em mutação.
Ciente dessa perspectiva transformadora, Hegel construiu seu
pensamento centrado, tal como percebia em sua realidade concreta, na
questão da processualidade da história e da transformação, objetivando
alcançar a compreensão das motivações e das formas das mudanças,
ou seja, percebia a filosofia como processualidade e historicidade
,
A filosofia Hegeliana, como aponta Mascaro, seria um típico
produto da tradição idealista alemã, tendo Hegel, no entanto, de forma
diversa de Kant, construído sua filosofia como uma dicotomia entre
o mundo da racionalidade e o mundo da realidade, apontado uma
“interligação necessária entre o plano da idéia e o plano da realidade”
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diferentemente de Kant (retoma a noção aristotélica, denominando-a
de “lógica da aparência”), para o qual “as questões filosóficas a serem
trabalhadas eram sempre compreendidas em termos de estruturas que se
assentavam aprioristicamente”
Na concepção hegeliana, a dialética então proposta não mais
seria, como antes, um processo cognoscente humano tendente a
solucionar conflitos estabelecidos entre dois conceitos aparentemente
opostos.
A dialética em Hegel não seria, assim, “um mero recurso metodológico,
ou seja, um instrumento do pensamento para o conhecimento” (CIOTTA,
1994, p.9), inexistindo, em sua abordagem, a dita separação entre o sujeito e
o objeto, entre a lógica e a ontologia
, tal como na lógica formal aristotélica,
visto serem aqueles inseparáveis, interdependentes e reciprocamente
constituintes
A inovação introduzida pela dialética hegeliana está na compreensão
de que o conflito entre os opostos - tese e antítese - não é ideal, mas real,
e que a superação dessa disputa não representa, como na lógica formal,
uma correção no conteúdo dos argumentos utilizados, mas um outro
momento, em que o próprio conflito se transmuta para um novo patamar,
pela negação da negação da tese, produzindo, na história, algo novo, não
dado previamente, cujo surgimento ou definição, ressalta-se, não decorre
de procedimentos ideais, mas de uma superação original, na qual se perfaz
o processo histórico.
A ideia fundamental de Hegel é a de que o objetivo da filosofia é o mesmo da religião, o absoluto em Deus. Enquanto a religião o apreende na forma da representação/imagem e sentimento, a filosofia o apreende na forma do conceito, compreendendo-o como unidade ou síntese do finito e do infinito.
Ele pensava que a consciência deveria passar por uma série de desenvolvimentos para superar as contradições percebidas em conceitos que seriam aparentemente opostos; buscou uma interpretação racional da multiplicidade sensível, tentando enxergar no finito o que havia de absoluto.
A dialética hegeliana, assim, permite a realização de uma ligação
entre o real e o racional, onde a síntese construída “é um processo de
plenificação do absoluto, e este absoluto é a identificação plena entre real
e racional”
O método dialético constitui um processo de descobrimento do real
que adota, como ponto de partida, o elemento mais abstrato e imediato,
sendo construído por determinações continuamente aprimoradas, ou seja,
por “estruturas de totalidade que vão se sucedendo durante a história e de
um conjunto de totalidades que subsistem num mesmo contexto histórico,
sendo englobados e significados por uma universalidade maior e última”
Em síntese, a “dialética em Hegel deve, pois, ser entendida como
uma constante negação onde o ser negado não é eliminado, destruído,
mas sempre remetido a uma nova síntese pela mediação da própria
contradição da qual é portador imanente”