Surdos no decorrer da história

Segundo o livro A Epopeia Ignorada

Na época, as crianças ao nascer eram enterradas vivas, sufocadas, afogadas, queimadas, jogadas de penhascos ou abandonadas na floresta sob.a justificativa da "misericórdia"

No antigo Império Romano, o filósofo Lucius Annaeus Seneca

"Matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos, afogamo-los; não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis"

Desde a antiguidade, muitos povos desenvolveram hábitos para lidar com as pessoas surdas

Para Egito e Pérsia, os surdos eram considerados como criaturas privilegiadas, enviados dos deuses, porque acreditavam que eles comunicavam em segredo com os deuses.

A surdez pré-linguística é muito difícil de ser identificada, talvez por esse motivo, os surdos na antiguidade sobrevivessem, e vez por outra se tornavam objeto de reflexão filosófica.

Berthier ( 1984 apud Strobel, p. 18), o autor afirma que:

O filósofo Aristóteles (384 – 322 a.C.) acreditava que quando não se falavam, consequentemente não possuíam linguagem e tampouco pensamento, dizia que: “... de todas as sensações, é a audição que contribuiu mais para a inteligência e o conhecimento.

A relação do cristianismo com a surdez

Os cristãos medievais acreditavam que os surdos estariam a pagar por algum pecado e que, por não confessarem seus pecados, sofreriam condenação após a morte.

foi esse ponto de vista que, de certa forma, contribuiu para o surgimento das primeiras escolas para surdos.

Sacks (2007), afirma que o primeiro contato profundo de um ouvinte com a língua de sinais que se tem registro ocorreu porque um abade sentiu pena das almas dos surdos-mudos viverem e morrerem sem ser ouvidas em confissão (p. 29).

Wolfensberger (1975 apud. Silva1989, p.27) afirma que:

Entre os Astecas da época de Montezuma (1466 a 1520) havia uma espécie de jardim zoológico na capital do Império

Possuía instalações separadas homens e mulheres defeituosos, deformados, corcundas, anões, albinos, onde eram apupados, provocados e ridicularizados.

em raras situações onde a surdez era encarada com certa reverência

Lobo (2015) em sua pesquisa sobre os pobres, escravos e deficientes no Brasil

Ao citar a tese de Avelino Senna de Oliveira (1902), a autora faz o seguinte recorte: “A surdo-mudez é uma das enfermidades que mais afligem a espécie humana, diremos mesmo a mais desolante”

O surgimento da ciência moderna e desenvolvimento da medicina, apesar de aparentarem ser “o caminho para a verdade” não os livrou dos pontos de vista anteriores

A ideia de surdez, como maldição, monstruosidade ou inumanidade não foi eliminada, mas absorvida pelo discurso e pelo aparato clínico:

A ciência, no desejo de produzir conhecimentos capazes de explicar o desconhecido, inventou a surdez através dos níveis de perdas auditivas, das lesões no tímpano, dos fatores hereditários e adquiridos

a partir do século 16

O monge Pedro Ponce de Leon é considerado o primeiro professor de surdos do mundo, focando na oralização

O padre espanhol Juan Pablo Bonet foi quem publicou o primeiro livro sobre educação de surdos

Contendo o alfabeto manual, língua de sinais e manipulação de orgãos fonoarticulatórios

a partir do século 18

O francês Charles Michel Del' épée, foi o primeiro educador a reconhecer que os surdos tem uma língua e que não precisam de um idioma oral para desenvolver uma linguagem

Em 1817 foi inaugurada nos EUA a primeira escola de surdos a Hartford School por Thomas Gallaudet e Laurent Clerc

O filho de Gallaudet, Edward fundou a universidade Gallaudet

a primeira cuja a língua de instrução era a língua de sinais

Em 1857 foi inaugurado o instituto imperial de surdos-mudos

E isso gerou o Instuto Nacionald e Educação de Surdos (INES), fundado por Dom pedro ll e também pelo Padre francês Huet.

ajudou a fortificar a linguagem de sinais e a formação de professores de surdos.

Em 1880 o congresso de Milão reuniu especialistas de educação surdos de todo o mundo

e eles definiram a oralização como o único método de ensino aos surdos

e isso foi um retrocesso, existindo uma luta até hoje para fortalecer a lingua de sinais como a primeira língua dos surdos