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Semiologia das glândulas salivares PARTE 1 - Coggle Diagram
Semiologia das glândulas salivares PARTE 1
Introdução
As glândulas salivares menores levam o nome do local que ela se encontra
Palatinas, mucosas (mucosa jugal), de Von Ebner (posteriores do dorso da língua)
Glândulas salivares maiores
Glândula submandibular
é uma glândula mista, ela possui ácinos serosos e mucosos
ela vai secretar tanto proteínas e água (deixando a saliva mais aquosa e proteica)
quanto mucinas (agregado de glicoproteínas)
Ducto de Wharton
Glândula sublingual
produzem o restante da saliva e são exclusivamente mucosas, deixando a saliva espessa.
Ductos de Bartholin e Rivinus
Glândula parótida
composta por ácino seroso, produz uma
saliva fluida e proteica
ela secreta principalmente enzima e água
Ducto de Stenon
Glândulas tubárias (mucosas): proposto como uma nova glândula salivar maior
A saliva produzida tem várias funções
Ação antibacteriana; Digestiva
Auxilia na percepção do paladar
Favorece a deglutição e a fala
Capacidade tampão (controlar o pH e livrar a cavidade de doenças)
Proteção e lubrificação das mucosas (a mucina principalmente)
Remineralização do esmalte; Limpeza da boca
Fluxo médio normal de saliva: 0,85 ml/min
Fatores que intensificam a saliva
Estímulo de dor e vômito; Mastigação
Estímulos visuais, olfativos e gustatórios
Presença de lesão na boca (especialmente ulcerações)
Ciclo circadiano (manhã-aumenta e noite-diminui)
Composição da saliva
Os principais constituintes orgânicos: amilase, albumina, lisozima, gamaglobulinas (IgA) e ureia, além de pequenas quantidades de vitaminas, aminoácidos, amônia, glicose, lactose, citratos, fatores intrínsecos da coagulação, diversas enzimas e etc
As mucinas salivares são responsáveis pela lubrificação, proteção física, proteção contra a
água e limpeza mecânica da mucosa bucal: são mucopolissacarídeos e glicoproteínas.
Os principais eletrólitos são: sódio, potássio, cálcio, cloro, bicarbonato, fosfato inorgânico e tiocianato, com pequenas quantidades de fluoretos, compostos iodados e magnésio
Fatores antimicrobianos: na sua grande maioria de natureza mecânica, são potentes antimicrobianos e incluem a lisozima, lactoperoxidase, imunoglobulinas, lactoferrina, estatinas e fluoretos
PH e tampão salivar
Bicarbonato e fosfatos participam desse tamponamento
Uma baixa no pH para valores abaixo de 5,5 pode ser perigoso, pois esse é o valor de pH ideal que favorece a proliferação de Streptococcus mutans (maior suscetibilidade para a cárie) e Candida Albicans (candidíase) na cavidade oral
5,6-7 com média de 6,6 (a saliva é levemente ácida)
Os microrganismos antagonistas e os agentes antimicrobianos salivares têm sua máxima atividade em um pH entre 6 e 7
Exames
Exame físico
palpação das glândulas
Ordenha
É feita quando o paciente faz queixa salivar como: boca seca, gosto ruim na boca ou alterações no paladar
permite que o clínico investigue que tipo de conteúdo
está sendo produzido
passos
Identificar a abertura do ducto excretor
os ductos da glândula parótida desembocam na mucosa jugal, na altura do primeiro/segundo molar superior
os ductos da sublingual e submandibular desembocam no assoalho da boca
Secá-lo com uma compressa de gaze
massagear a glândula salivar que está sendo examinada
observa o aspecto da saliva que está saindo
Observar se está saindo secreção e qual seu aspecto
A saliva que sai do ducto da parótida é mais translúcida aquosa
A saliva que sai do ducto da sublingual e submandibular é translúcida viscosa
Está saindo qual secreção? É saliva? Ela é fluída? Qual a coloração? Sai em quantos segundos? Demora?
Sialometria
medição da quantidade de saliva produzida por uma glândula ou por todas as glândulas em função do tempo
O fluxo salivar pode ser avaliado sem estímulo ou com estimulação química (ácido cítrico) ou mecânica (látex ou goma de mascar sem sabor)
Recomendações:
Não ingerir nenhum tipo de alimento ou bebida (exceto água) até 1 hora antes da coleta;
Não ter fumado por pelo menos uma hora antes do exame;
Não ter sofrido grande estresse físico antes da coleta;
O paciente deverá sentar-se em posição relaxada em uma cadeira comum;
Próteses totais ou parciais removíveis deverão ser mantidas na boca no ato da coleta;
Remover o batom dos lábios.
Cálculo da sialometria: volume sobre tempo.
Velocidade normal após estimulação mecânica: 1 mL/min. COM ESTÍMULO
Indivíduos que apresentam fluxo salivar inferior a 0,2 mL/min (com ou sem estímulo) são considerados pacientes portadores de hipossalivação
Exame clínico: História clínica
Uma lesão antiga de crescimento contínuo e evolução lenta pode indicar neoplasia benigna e maligna de baixo grau de agressividade
Lesão de desenvolvimento recente que apresenta sintomatologia inflamatória aguda com dor, calor, edema e rubor sugere inflamação ou infecção (descarto neoplasia)
Lesão antiga com história de remissão e exacerbação provavelmente indica que a lesão é de natureza inflamatória, infecciosa (reeinfecção) ou reativa
Lesão de crescimento rápido e indolor é um indicativo de lesão maligna precoce
Duração: O tempo de evolução da doença é um dado importante que permite as correlações
Hipossalivação X Xerostomia
A hipossalivação representa uma baixa produção e secreção salivar
xerostomia é um termo empregado para o sintoma ou sensação subjetiva de boca seca e que quase sempre é uma consequência de hipossalivação
xerostomia corresponde a uma sensação de boca seca, um sintoma percebido e relatado pelo paciente
a xerostomia pode anunciar a presença de uma doença sistêmica
A hipossalivação seria um sinal clínico (percebido pelo
clínico através de exames específicos)
hipossalivação pode ser dividida em três categorias amplas
-Induzida por radiação terapêutica (a radiação é danosa para tecidos glandulares);
-Farmacologicamente induzida;
Anti-histamínicos;
Descongestionantes;
Antidepressivos;
Ansiolíticos e Sedativos;
Anti-hipertensivos;
Anticolinérgico.
o paciente não pode suspender o medicamento, o melhor é se passar a saliva artificial
-Associada a doenças ou condições sistêmicas (Sjogren e diabetes mellitus).
Síndrome de Sjogren
doença autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente as glândulas salivares e lacrimais, resultando em xerostomia e xeroftalmia (secura ocular)
infiltração crônica de leucócitos mononucleares (linfócitos e plasmócitos) autoreativos que migram para as glândulas e passam a reconhecê-las como estranhas
Síndrome de Sjogren secundária: aqui o paciente manifesta a síndrome sicca adicionalmente a outra doença autoimune associada (lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatóide)
Síndrome de Sjogren primária: vemos somente a síndrome da sicca isolada, não há nenhuma outra doença autoimune presente.
Conduta clínica
prescrever cloridrato de pilocarpina via oral (5m, 3x ao dia), ou realizar terapia com laser de baixa intensidade e prescrever Saliva Artificial-Xerolacer 30 ml uso tópico em spray (posso prescrever gel a depender da escolha do paciente) sempre que sentir a boca secar.
orientar sobre o uso de goma de mascar sem açúcar e ingestão de alimentos fibrosos para estímulo da salivação.
biópsia da glândula salivar menor, mandar a peça para o exame histopatológico e encaminhar o paciente para Reumatologista e Oftalmologista
Critérios importantes: biópsia e anticorpos RO (SS-A) Elovala (SS-B)
Solicitar exames pré-operatórios hemograma, coagulograma, glicemia em jejum
Critérios de exclusão
radioterapia prévia de cabeça e pescoço
hepatite C
linfoma preexistente
sarcoidose
doença do enxerto versus hospedeiro
uso de droga anticolinérgica
Apresentação clínica
Sensação de secura ou ardência nos olhos (xeroftalmia)
xerostomia
dificuldade para falar, mastigar ou engolir alimentos
língua ressecada ou com os sulcos e fissuras bem marcadas
lesões de cárie
possível dor nas articulações
Tratamento da hipossalivação
Medicações sialogogas
(estimulam a salivação) no tratamento da hipofunção da
glândula:
betanecol, nicotinamida, anetoltritiona, tintura de jaborandi, iodeto de potássio, carbacol, neostigmina, benzopirona, trioparametoxifenilpropeno, nitrato, ou cloridrato de pilocarpina (5 mg, 3x ao dia).
Se for medicamentosa
contactar o médico e perguntar se pode mudar a posologia ou o medicamento
Se não puder, eu faço tratamento paliativo de suporte
prescrevo saliva artificial para aliviar a secura da boca do paciente
Para estimular um tratamento eu preciso saber a causa
Laserterapia de baixa intensidade - Estímulo regenerativo
Saliva artificial
Uso sempre que precisar
Em clínica, faz-se a associação entre o laser e a saliva artificial
tratamento paliativo, pode estar em forma de gel e spray oral
Saliva Artificial-Xerolacer 30 ml uso tópico em spray ou 50 ml em gel