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HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA INDÍGENA - Coggle Diagram
HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA INDÍGENA
1-PRIMEIROS CONTATOS ENTRE INDÍGENAS E EUROPEUS (SÉC. XVI): ALIANÇAS E GUERRAS
Os eventos políticos desencadeados a partir da proposta que prevê a aprovação domarco temporal para a demarcação das terras indígenas evidencia a latente necessidadede discutir a história e a historiografia dos povos nativos brasileiros.
1.1 Uma nova história indígena
Os eventos políticos desencadeados a partir da proposta que prevê a aprovação do marco temporal para a demarcação das terras indígenas evidencia a latente necessidade de discutir a história e a historiografia dos povos nativos brasileiros.
1.2 Quantos eram os indígenas no início do século XVI?
A população indígena que aqui vivia era de 3 a 5 milhões de pessoas. Hoje, segundo o IBGE, vivem no Brasil 817 mil indígenas, agrupados em 231 povos.
1.3 Como se organizavam?
A emergência de unidades independentes de povoamento estava ligada à capacidade do chefe em mobilizar parentes e seguidores.
1.4 Contatos e aproximações
é importante considerar que o acolhimento conferido pelos povos indígenas foi crucial para a sobrevivência destes primeiros navegadores, e futuramente serviu de base para o estabelecimento das relações entre povos nativos.
1.4.1 Práticas de Escambo
É bem verdade que o escambo constituiu uma das primeiras formas de relação
entre os povos originários e os portugueses, mas ao contrário do que convencionou-se
acreditar, tais relações não foram baseadas m uma visão unilateral, onde o colonizador
europeu era o único e maior beneficiário.
1.4.2 O fomento às guerras intertribais
É necessário notar que desde o início do processo colonial os portugueses aproveitavam-se das divergências internas existentes entre as populações indígenas.
1.4.3 As proximidades através do casamento
No século XVI, o casamento e o concubinato tornaram-se formas importantes através das quais os portugueses firmaram sua presença entre os índios do Brasil.
1.4.4 As epidemias
As epidemias são normalmente tidas como o principal agente da depopulação indígena.
2-O OLHAR DOS CRONISTAS
DO SÉCULO XVI SOBRE OS
POVOS ORIGINÁRIOS
2.1 O uso das crônicas como fonte histórica
apresentar algumas das principais crônicas seiscentistas produzidas por padres, funcionários, régios e aventureiros como ferramentas metodológicas para o estudo dos povos originários.
2.1.1 Algumas sugestões de crônicas do século XVI sobre os povos indígenas
sete diferentes indivíduos que observaram e retrataram os povos indígenas, destacando os mais diversos aspectos e visando, cada qual, objetivos específicos.
2.2 A Carta de Pero Vaz de Caminha
Muitas cartas foram enviadas para o rei D. Manuel I, Porém a mais famosa destas missivas foi escrita pelo fidalgo Pero Vaz de Caminha.
2.1.1 “Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”
Dessa maneira uma das primeiras menções feitas aos índios em sua carta destaca a nudez em que viviam estes
2.3 Outros cronistas portugueses
Seus textos são basicamente depoimentos e relatos de viagem,
com a finalidade de apresentar aos compatriotas o cenário que estavam conhecendo.
2.3.1 Pero Magalhães Gandavo
Considerando que o maior detalhamento de sua documentação é direcionada para
as capitanias da Bahia, de Ilhéus e São Vicente é possível que ele as tenha conhecido pessoalmente.
2.3.2 Fernão Cardim
Durante as mais de quatro décadas que permaneceu no Brasil ocupou diversos
cargos religiosos, tendo inclusive sido nomeado reitor do colégio da Companhia de
Jesus no Rio de Janeiro.
2.3.3 Gabriel Soares de Souza
Se instalou na capitania real da Bahia, onde se tornou senhor de engenho e
foi testemunha ocular da implantação do processo colonial.
2.4 Hans Staden e os tupinambás
As desventuras do alemão Hans Staden que acabaram se desenrolando após sua chegada ao Brasil constituem uma das fontes essenciais no que tange a população indígena do século XVI.
2.5 Cronistas franceses
2.5.1 Jean de Léry
Foi durante esse quase um ano
na América que pode conhecer a fauna, a flora e costumes indígenas, os quais
ficaram registrados em seu livro.
2.5.2 Claude d’Abbeville
Ao retratar as aldeias tupinambá da ilha do Maranhão, em 1611, Claude d’Abbeville, chama atenção para o fato de que elas divergiam do que um europeu estava familiarizado a ver em seu continente.
2.6 Como estas crônicas contribuem para o estudo dos povos indígenas?
Os cronistas que passaram pelo Brasil nos séculos XVI e XVII contribuíram, cada qual ao seu modo, para a obtenção de informações importantes acerca do modo de vida dos povos indígenas brasileiros.
3-ESCRAVIDÃO INDÍGENA -
CONCEITOS E APLICAÇÕES
DA MÃO-DE-OBRA ESCRAVA
DURANTE O PERÍODO COLONIAL
3.1 Retomando o conceito de escravidão
a escravidão surge quando se instala um sistema social estruturado na exploração e perpetuação de cativos seja por comércio ou reprodução natural.
3.2 Havia escravidão entre os índios?
As sociedades ameríndias tinham uma organização própria e muitas delas
praticavam uma economia baseada no trabalho compulsório.
3.3 Estratégias lusitanas para obtenção de indígenas cativos
A escravização dos indígenas perpetuouse
durante boa parte do período colonial, atendendo as necessidades específicas de
cada contexto e se apropriando de estratégias diversas.
3.4 Quais trabalhos os indígenas poderiam desempenhar?
as mulheres e crianças executavam as funções ligadas ao plantio
e à colheita. Já aos homens cabia o ofício de carregador dos produtos do interior para o comércio
do litoral, atravessando a Serra do Mar.
4-ATUAÇÃO DA IGREJA
NO PERÍODO COLONIAL: A CATEQUIZAÇÃO DOS
POVOS INDÍGENAS
4.1 Aproximações e questionamentos
a catequização dos povos indígenas recorrendo a uma das mais imponentes obras da literatura brasileira, O tempo e o vento do escritor gaúcho Érico Veríssimo.
4.2 Política de aldeamento
O primeiro idealizador das aldeias jesuítas no Brasil foi o padre Manuel da Nóbrega, porém o principal responsável pelas diretrizes básicas que deveriam orientar o funcionamento das missões jesuíticas foi o padre Antônio Vieira.
4.3 Os indígenas enquanto aliados e súditos
Para a Coroa, o objetivo principal era, como visto, integrar os índios à sociedade colonial, tornando-os aliados e súditos cristãos, para garantir a soberania sobre seus territórios.
4.4 O cotidiano das aldeias
os padres jesuítas tratavam de preencher a rotina dos índios com atividades, preces e afazeres. Entre uma atividade laboriosa e outra, estavam as ladainhas, rezas, missas, doutrinas, aulas de ler e escrever, cantos, festas religiosas, etc.
4.5 O legado das missões
É inegável que as missões jesuíticas constituíram um dos fenômenos culturais mais profícuos e peculiares da colonização européia nas Américas.
5-ÍNDIOS ALDEADOS: AÇÃO
POLÍTICA, MESTIÇAGEM E
RECONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS
5.1 Índios aldeados
A formação dos aldeamentos jesuíticos ocorre dentro de uma política específica desenvolvida pela coroa portuguesa que buscava catequizar os povos nativos.
5.2 As aldeias como espaço de múltiplas etnias
é importante reconhecer que os aldeamentos se constituíam em
espaços de reelaboração identitária, onde convergiam múltiplas etnias em constante transformação.
5.3 Ação política
os interesses particulares de muitos
índios, em geral líderes, que se envolviam nas transações comerciais
e produtivas da colônia.
5.4 Territorialização
As missões jesuíticas eram unidades básicas de ocupação territorial e de produção
econômica, muitas se localizavam próximas das vilas e povoados portugueses e
reuniam povos de diferentes etnias.
5.5 Identidades
A partir de um novo espaço territorial os índios aldeados passam a reconstruir ma
identidade, que ao que consta na documentação, sugere uma autoestima baseada nos feitos heróicos realizados por eles.
6-A POLÍTICA INDIGENISTA DE MARQUÊS DE POMBAL
6.1 A administração portuguesa no século XVIII
É importante destacar que admitir a descentralização existente em Portugal, não implica considerar esta forma de governo como um erro ou uma falha, mas sim identificar que a existência de um direito pluralista.
6.2 O Diretório
Dentre as reformas pombalinas, a que mais nos interessa aqui é a criação do Diretório dos Índios, em 1757.
7-RESISTÊNCIA INDÍGENA NO PERÍODO COLONIAL
7.1 Uma luta silenciada
Há uma falsa impressão de que o povo brasileiro possui uma histórica pacífica,
de que somos um povo pacífico.
7.2 Início conflituoso
Diante do invasor europeu muitas etnias recorreram à resistência e a partir de então
o que se processou foram violentos embates.
7.3 A Guerra dos “Bárbaros”
Trata-se da resistência à expansão da América
portuguesa no território que atualmente corresponde ao semiárido do vale do rio São
Francisco, local que se estende do leste do Maranhão até o norte da Bahia, passando
por parte do Piauí, do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco.
8-RESISTÊNCIA INDÍGENA
NO PERÍODOCOLONIAL -
A GUERRA GUARANÍTICA
8.1 Introdução
Falar sobre resistência indígena no período colonial não é uma tarefa fácil, afinal foram diversas as estratégias utilizadas pelos povos originários para resistir à dominação e invasão dos povos europeus, fossem eles portugueses,espanhóis, franceses, holandeses.
8.2 As missões dos Sete Povos
A criação das missões dos Sete Povos se inseriu em uma estratégia espanhola de proteger suas zonas fronteiriças diante dos avanços liderados pelos bandeirantes.
8.3 A Guerra
A Guerra Guaranítica ocorreu entre 1753 e 1756 e envolveu as tribos Guarani das missões jesuíticas contra as tropas espanholas e portuguesas, coligadas. Diante da assinatura autoritária do Tratado de Madri, uma parte considerável dos 30.000 índios missioneiros lutaram contra a ordem de abandonar as suas terras, o que implicaria diretamente em perder cidades inteiras.
9-A POLÍTICA INDIGENISTA
NO PERÍODO JOANINO
9.1 Introdução
As lutas e resistências indígenas acompanham toda a história do Brasil, atravessando as transições políticas e desenrolando-se desde os primórdios do período colonial até a história do tempo presente.
9.2 Período Joanino
Assim que chegou no Brasil, em 1808, com D. João VI ainda na qualidade de príncipe regente emitiu alguns ocumentos importantes para a compreensão da questão indigenista do século XIX: as Cartas Régias de 13/5; 24/8; 05/11 e 02/12, todas do referido ano.
10-A QUESTÃO INDÍGENA
NO PERÍODO IMPERIAL
10.1 Introdução
A nova carta constitucional brasileira, além de revelar o centralismo e o autoritarismo
que marcaram o governo de D. Pedro I também revela as novas políticas direcionadas
aos povos indígenas.
10.2 Orientações indígenas na primeira metade do século XIX
Em primeiro lugar é preciso considerar que não havia uma única
teoria política em voga no período.
10.3 O silenciamento da Carta de 1824
De fato a Carta de 1824 não menciona os indígenas em nenhum momento e
isso tem gerado diferentes interpretações historiográficas sobre o lugar político e
jurídico dos povos originários no processo de independência e construção da nação.
10.4 Novas políticas indígenas no período imperial
Sobre a efetividade do Regulamento pode-se inferir que em poucas décadas, dezenas
de aldeamentos estavam espalhados por todas as regiões do Brasil.
11-POLÍTICA INDIGENISTA NO PERÍODO REPUBLICANO
11.1 A Comissão Rondon
Em 1890 foi o Alferes-aluno Cândido Mariano da Silva, mais conhecido pela alcunha
de Marechal Rondon, foi nomeado como ajudante da Comissão de Construção das Linhas Telegráficas de Cuiabá a Registro do Araguaia, a primeira linha telegráfica do
estado de Mato Grosso.
11.2 A criação do Serviço de Proteção aos Índios - SPI
Os regulamentos 114 e regimentos do SPI (1910, 1911, 1936, 1942, 1943, 1945 e
outros) estavam assim voltados para o controle dos processos econômicos dirigidos aos índios, estabelecendo uma tipologia que permitisse disciplinar as atividades a serem desenvolvidas nas áreas.
12-A POLÍTICA INDIGENISTA
A PARTIR DE 1930
12.1 O Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI)
Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, a partir de 1930 novas políticas
tutelares continuaram sendo criadas, sobretudo a partir de 1937 com o início do
Estado Novo. Nesse contexto, o governo federal desenvolveu o Conselho Nacional
de Proteção aos Índios (CNPI).
12.2 Os objetivos do CNPI
No início de 1940 as sessões do CNPI começaram a ser realizadas. Inicialmente elas
eram entendidas como espaços abertos para a negociação dos interesses articulados
às questões indígenas e ocorriam sem uma agenda fixa previamente estabelecida.
12.3 A política de terras indígenas
foi apenas a partir da Constituição de 1934 que a legislação brasileiro
passou a tratar de forma clara a questão das terras indígenas.
12.4 A Marcha para o Oeste
A visita de Vargas à aldeia dos índios karajás se tornou um marco simbólico,
estimulando as autoridades políticas a avançar nos planos para impulsionar a campanha
“Marcha para o Oeste”.
13-POLÍTICAS INDIGENISTAS
DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985)
13.1 A criação da FUNAI
Foi nesse cenário dominado pelo poder militar que foi criada a Fundação Nacional do Índio - a Funai.
13.2 Novas políticas missionárias
Ao longo da história as relações entre a Igreja e os povos indígenas se deram de formas diversas, de forma que desde a chegada dos missionários jesuítas no século
XVI a aproximação e aculturação foi utilizada pelo Estado como um mecanismo de
dominação e controle dos povos autóctones.
14-DE TUTELADOS À
PROTAGONISTAS: AS LUTAS INDÍGENAS NA DÉCADA DE 1970 E 1980
14.1 Uma agenda comum
Os chamados “anos de chumbo” da ditadura civil militar, sobretudo a partir de 1970, promoveram inúmeras violações aos direitos indígenas, mas foi também nesse contexto que ocorreu uma mudança significativa na luta indígena.
14.2 As assembleias indígenas
Em 1974, ocorreu a 1ª Assembléia Nacional de Líderes Indígenas na Missão Anchieta, no município de Diamantino (MT)
14.3 O Decreto de Emancipação
Aos poucos a sociedade civil também passou a apoiar o movimento indígena, principalmente após o ano de 1978 quando houve uma forte oposição ao chamado “Decreto de Emancipação” que previa a possibilidade da tutela sobre coletividades
indígenas.
14.4 O Encontro com o Papa
Em 1980 foi realizada a 14ª Assembleia Indígena e o principal evento daquele ano seria tornar público os crimes que estavam sendo cometidos no encontro com o Papa João Paulo II, que veio ao país naquele ano.
14.5 A criação da UNI
A criação da União das Nações Indígenas (UNI) pode ser compreendida como uma tentativa de unificar o movimento indígena brasileiro, dar organicidade e ter representatividade nacionalmente.
15-A CONQUISTA DOS DIREITOSINDÍGENAS A PARTIR DE 1988
15.1 Pelo fim do regime tutelar
tecnicamente a instituição tutelar se apresenta como um órgão com função, unicamente protetora, porém os tutelados acabam ocupando uma posição assimétrica e não raro a FUNAI acabou apoiando terceiros e demais entidades, que muitas vezes possuíam interesses contrários aos dos indígenas.
15.2 A conquista dos direitos indígena na Constituição de 1988
o processo laborioso que garantiu a inclusão dos direitos dos povos indígenas na Constituição promulgada em 1988, conhecida como “Constituição cidadã”, haja vista os importantes avanços que ela representou para a sociedade civil brasileira.
15.3 Uma defesa emblemática
O orador em questão é o ambientalista, líder indígena, filósofo e escritor Ailton Krenak. Nascido em 1953, em Itabirinha, MG, Ailton é uma das mais potentes vozes indígenas da atualidade. Suas origens étnicas remontam aos últimos povos “botocudos”.
15.4 Um capítulo de importantes vitórias
A Constituição de 1988 trouxe ganhos políticos importantíssimos para os povos indígenas. Ainda que não fosse a primeira vez que os índios fossem citados em uma constituição republicana (eles já apareciam na breve Constituição de 1934), era a primeira vez que um capítulo inteiro da legislação versava sobre os direitos dos povos
originários.