Do centro e descentrar da experiência humana surgem a ideologia e a utopia – “Ou dito de outro modo, é do exame desses dois produtos da imaginação social que vislumbramos e antevemos a unidade profunda e plural de onde é produzida a própria realidade humana e seus produtos (crítica, ideologia, utopia; mas também mito, religião, arte, filosofia, ciência, história, tecnologia, etc.). “ (75)
Ideologia passa a ser vista de forma positiva "força-nos a pensar nos limites do que concebemos como 'real'" (83) - não há lugar não ideológico | ideologia é a falsificação da realidade
duplo estudo da utopia e da ideologia "nossos modos de experimentar ou fazer ser o real que a nós mesmos nos faz" (79)
consideração da ideologia em 3 camadas: ideologia é a falsificação da realidade; justificação e legitimação dessa realidade; experiência de integração social
"(...) quando se falsifica uma realidade se o faz para legitimar certa relação de poder que, mantendo-se legitimado, faz-se tradição e, como tradição, insiste e persiste no tempo ao qual não teríamos acesso, como dirá em outro de seus grandes livros, Temps et récit, sem o trabalho de tecelagem da imaginação." (96)
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utopia: dissolver o real e criticar o poder | ideologia: integração social e reforço da realidade posta
utopia é ameaça à tradição - onde a ideologia é justificação do poder, utopia é o questionamento
lado negativo da utopia: esvanecer do real e fuga de suas dificuldades "a utopia se perde dela mesma (...) o real de que se foge se mostra de esguelha como o real difícil a ser superado." (110)