Efeito da Elevação da Inflação Interna sobre a Taxa de Câmbio
O aumento da inflação interna
em relação à externa, isto é, da relação entre preços internos e preços externos, encarece os produtos nacionais
relativamente aos estrangeiros, piorando o saldo comercial do país com o resto do mundo. Para recuperar as
exportações e inibir as importações, o governo desvaloriza o câmbio nominal. Embora desestimule, no geral, a
compra de produtos importados, alguns produtos essenciais, como petróleo, não terão sua importação diminuída,
mas apenas elevação de seu preço, em moeda nacional. Isso provocará elevação dos custos de produção, que serão repassados aos preços finais, e tem-se, então, caracterizada uma inflação de custos. A relação entre preços internos
e preços externos se eleva novamente, e o círculo vicioso continua.
Valorização Real e Valorização Nominal do Câmbio
A valorização real é igual à valorização nominal, menos a taxa de inflação do período. Assim, se a taxa de
câmbio variar 20% no mês, mas a inflação alcançar também 20%, teremos apenas uma desvalorização nominal (de
20%), mas não desvalorização real. Só ocorrerá desvalorização real se a desvalorização nominal superar a taxa de
inflação. Nesse caso, se o objetivo de política econômica é melhorar o saldo da balança comercial, aumentando a
competitividade das exportações, e inibir a compra de produtos importados, o efeito seria nulo: o estimulo
representado pela desvalorização nominal foi anulado pelo aumento dos preços internos.
para que ocorra a desvalorização real, não basta a desvalorização nominal superar a taxa de
inflação interna. É necessário também que a inflação interna seja superior à inflação internacional (externa). Por
exemplo, uma desvalorização do euro (moeda adotada em quase todos os países da Comunidade Econômica
Europeia), independente da política cambial brasileira, diminui a competitividade de nossos produtos vis-à-vis os
produtos europeus.