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13.9. O Brasil e a agenda internacional: sistema financeiro internacional …
13.9. O Brasil e a agenda internacional: sistema financeiro internacional
Histórico
1870-1914: o
padrão ouro
internacional foi uma prática internacional que colocou o Reino Unido no centro da política mundial.
1914-1944: a Primeira Guerra Mundial marcou o início do fim do padrão ouro e início de um
período de desordem monetária
, uma vez que a Alemanha passou a emitir moeda sem lastro para fazer investimentos militares, incentivando outros países a fazerem o mesmo.
1929: a
Grande Depressão
foi responsável pelo
abandono definitivo do padrão ouro
.
1944: a
Conferência de Bretton Woods
criou o Fundo Monetário Internacional (
FMI
) e o
Banco Mundial
. O embate entre as ideias de
Keynes
(Inglaterra) e
White
(EUA) marcou a conferência, com White saindo vitorioso (e com o dólar virando a moeda internacional em detrimento da libra). A conferência definiu os marcos para a reconstrução do mundo capitalista, estabeleceu o câmbio fixo como regra e adotou o
padrão dólar-ouro
(1944-1973), por meio do qual o dólar era lastreado em ouro e as demais moedas conversíveis em dólares.
1971:
flexibilização do padrão dólar-ouro
por conta do emissionismo e da relativa decadência americana (contexto da Guerra do Vietnã).
1971: criação do
G24
(Grupo Intergovernamental dos 24), formado por países do terceiro mundo (inclusive o Brasil) que queriam maior participação no sistema financeiro internacional.
1973: com o choque do petróleo, o
padrão dólar-ouro chega ao fim
(rompimento unilateral dos EUA) e o Welfare State entra em colapso. Início do
padrão dólar-dólar
(o dólar vira uma moeda fiduciária, ou seja, sem lastro ou com lastro na confiança, porém, a falta de confiança em Nixon provoca uma desvalorização e uma
crise do dólar
).
1973: criação do
Library Group
(EUA, Alemanha, França e Reino Unido) como contraponto ao G24 e para discutir soluções para a crise do petróleo.
1975: o Japão e a Itália se juntam ao Library Group.
1976: o Canadá se junta ao Library Group.
1977: a Comunidade Europeia se junta ao Library Group.
1989: criação do
GAFI
(Grupo de Ação Financeira) pelo
G7
(Library Group).
1997: a Rússia se juntou ao G7, formando o
G8
(EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Rússia).
1999: criação do
G20 Financeiro
por parte do G8 com o objetivo de tutelar os países periféricos e conter crises. Hoje, o G20 Financeiro atua como caráter técnico do G7.
2009: a
primeira Cúpula dos BRICs
discutiu como se daria o socorro aos países centrais atingidos pela crise.
2008: a
crise financeira
teve epicentro nos EUA, mas se espalhou também para outros países centrais, que se viram obrigados a pedir ajuda aos periféricos.
2009: a
segunda Cúpula dos BRICs
decidiu a liberalização de um
pacote de ajuda
com a condição de maior participação dos países do bloco no sistema financeiro internacional.
2009: criação do
Financial Stability Board
(FSB), pelo G20 Financeiro, para promover recomendações ao sistema financeiro global.
2014: a
Rússia é expulsa do G8
(volta a ser G7) e é sancionada por conta da anexação da Criméia. Hoje, o propósito do G7 é combinar as decisões que serão adotadas no FMI, sem a participação dos emergentes ou comunistas.
2017: os EUA bloquearam o acesso dos bancos norte coreanos ao sistema financeiro global SWIFT.
2018: os EUA bloquearam o acesso dos bancos iranianos ao sistema financeiro global SWIFT.
2020: assinatura do
Acordo Abrangente de Investimento
entre União Europeia e China.
2018: os EUA bloquearam o acesso dos bancos russos ao sistema financeiro global SWIFT.
2022: o G7 estabeleceu um teto de preço ao petróleo russo com o intuito de reduzir os lucros de Moscou, mas a Rússia não aderiu.
2022: o G7 lançou a
Parceria para Infraestrutura e Investimento Global
como contraponto ao Cinturão e Rota da China.
Anos 1950 e 1960: auge do capitalismo.
Anos 1970: recessão econômica nos países centrais (
milagre econômico no Brasil
).
Anos 1980: recessão econômica nos países periféricos (
década perdida no Brasil
).
1994: a
crise do México
se deu pois, após a criação do NAFTA e de um grande recebimento de investimentos dos EUA, uma crise especulativa levou os investidores a retirarem dinheiro do país gerando um efeito dominó (
efeito tequila
).
1997: a
crise da Ásia
se deu também por uma crise especulativa, após anos de fortes investimentos japoneses nos Tigres Asiáticos.
1998: a
crise da Rússia
se deu também por uma crise especulativa, após anos de fortes investimentos da União Europeia no país.
A partir de 1945: o
Welfare State
ou Estado do Bem-Estar Social foi uma corrente econômica propagada por Keynes popular na Europa e na América Latina logo após a Segunda Guerra Mundial. Ela pregava a responsabilidade social da produção capitalista e a regulamentação da economia pelo Estado.
A partir de 1980: surgimento de
políticas neoliberais
que defendem o Estado mínimo.
1986: o
Consenso de Washington
(idealizado por Thatcher e Reagan) propôs reformas neoliberais (maior abertura comercial, desregulamentação, disciplina fiscal e monetária, etc) para países que estavam passando pelo colapso do modelo desenvolvimentista.
1989: o
Plano Brady
foi uma proposta dos EUA para vários países (inclusive o Brasil) que condicionava o renegociamento da dívida externa à adesão ao Consenso de Washington e a seus valores neoliberais.
2013: início da
Iniciativa Cinturão e Rota
(BRI), também conhecida como Nova Rota da Seda, de investimentos chineses em infraestrutura de diversos países aliados.
1924: a
Missão Montagu
foi uma missão financeira britânica no Brasil que fez propostas econômicas.
1959-1960: o
Brasil rompeu relações com o FMI unilateralmente
, após a instituição parar de emprestar dinheiro ao Brasil (uma vez que este não realizou as contenções de gastos previstas pelo Plano Lucas Lopes de ajuste fiscal).
1961: a aproximação Brasil-FMI rendeu um crédito de US$200 milhões ao Brasil, com apoio dos EUA.
1981:
socorro do FMI ao Brasil
(para recompor as reservas internacionais) com intermediação de Rockfeller.
1993: o
Plano Real
fez com que os EUA e o FMI bloqueassem ajuda financeira ao Brasil.
1998: o Brasil pediu empréstimos ao FMI para recompor as reservas internacionais (contexto da crise da Rússia).
Instituições de Bretton Woods
Fundo Monetário Internacional
(FMI)
Responsável pela regulação monetária internacional.
Bandas de flutuação
: autoridades monetárias de cada país poderiam valorizar ou desvalorizar suas moedas em cerca de 2 pontos percentuais com aval do FMI.
Socorro à Estados que não consigam pagar suas contas com contrapartidas (juros e reformas econômicas)..
Não possui capacidade para punir Estados, mas sim credibilidade para definir quem são bons pagadores e quem não o é.
Kristalina Gueorguieva como Diretora Geral atual (sempre um Europeu).
O peso de um país na instituição é medido com base no capital que este depositou.
Banco Mundial
Responsável por financiar projetos (liberação de dinheiro aos poucos).
Libera dinheiro aos poucos, na medida que o
Composto pelo
BIRD
(Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), pela Corporação Financeira Internacional (investimentos de alta rentabilidade e curto prazo), pela Agência Multilateral de Garantia ao Investimento (fiscaliza o investimento), e pelo órgão de resolução de controvérsias.
David Malpass como atual Diretor Geral (sempre um estadunidense).
Como instituições liberais, apesar do dinheiro do BM e do FMI virarem dívidas dos Estados, ele vai parar nas mãos do setor privado.