- O Brasil e o Oriente Médio: a questão israelo-palestina
Império Turco-Otomano - 1973
1882: início do Aliyahs (fuga de judeus vindos da Rússia para a Palestina).
1299: início do Império Turco Otomano (etnia turca) com autonomia para as regiões conquistadas.
1914: durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Turco Otomano se aliou à Alemanha.
1915-1921: genocídio armênio promovido pelo Império Turco Otomano com ajuda de grupos curdos (desculpa de que os armênios estavam do lado da Rússia na Guerra).
1916: o Reino Unido estimulou a Revolta Árabe contra o Império Turco Otomano e prometeu, em troca, um Estado só para os árabes (sem clareza sobre as fronteiras) e um Estado só para os cristãos (Líbano) no Oriente Médio.
1916: o Tratado Sykes-Picot dividiu, secretamente, o Oriente Médio para franceses (Líbano e Síria), ingleses (Iraque, Transjordânia e Palestina), russos e italianos. O tratado também previu a criação de um Estado Judeu (Israel).
1917: a Declaração de Balfour consolidou a promessa do Reino Unido de que seria criado um Estado Judeu na Palestina (queriam apoio dos judeus para convencer os EUA e a Rússia a entrarem na Guerra). Ficou claro que o Reino Unido havia prometido a mesma região para ambos árabes e judeus. A consequência foi uma enorme migração de judeus para a Palestina.
1918: Lenin divulga o Tratado Sykes-Picot, encerrando a Revolta Árabe e deixando árabes enfurecidos com as promessas britânicas.
1919: com o fim da Guerra, o Reino Unido revela que Jerusalém ficaria sobre domínio cristão de acordo com as promessas de 1916, gerando revolta nos árabes.
1920: o Tratado de Sèvres delimitou as fronteiras para um Curdistão, e previu o início do Sistema de Mandatos da Liga das Nações no Oriente Médio (de acordo com as divisões entre França e Inglaterra prevista em Sykes-Picot).
1948: o Reino Unido abandonou seu mandato na Palestina por conta dos conflitos entre árabes e judeus. Como consequência, Israel declarou sua independência e foi atacado por uma coalizão árabe (Egito, Iraque, Líbano, Síria e Transjordânia), iniciando a Guerra Árabe-Israelense. Isso significou o fim do Sistema de Mandatos no Oriente Médio.
1949: fim da Guerra Árabe-Israelense com a vitória de Israel (ao ganhar, Israel tomou territórios árabes e a Palestina deixou de ser contígua).
1956: a Crise de Suez exacerbou as rivalidades entre árabes e judeus.
1959: surgimento do partido político Fatah e do Movimento de Libertação Nacional da Palestina (Yasser Arafat como precursor) com o objetivo de uma solução de dois Estados.
1967: a Guerra dos Seis Dias (Israel x Egito, Síria, Jordânia e Iraque) deu vitória à Israel, significou a morte política de Nasser, e culminou na ocupação de territórios como a Cisjordânia, Faixa de Gaza, Península do Sinai, Colinas de Golã e Fazendas de Shebaa por Israel. Os EUA viram aliados de Israel.
1973: a Guerra do Yom Kippur (Israel + EUA x URSS + países árabes) significou a vitória israelense e levou os países árabes a declararem o Primeiro Choque do Petróleo.
1964: criação da OLP (Organização pela Libertação Palestina) pelo Fatah.
1974 - Hoje
1980: Israel anexa as Colinas de Golã (achou petróleo na região).
1987: a ampliação dos assentamentos judeus na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e o desgaste do Fatah levaram à Primeira Entifada (revolta de palestinos contra israelenses que acabou em 1992) e à criação do Hamas (braço da Irmandade Muçulmana que não aceita a solução de dois Estados) na Palestina. Isso culminou na radicalização da situação na Palestina.
1995: o assassinato de Yitzhak Rabin (Primeiro-Ministro israelense) revolta os palestinos e dá espaço à extrema direita israelense.
1996: Benjamin Netanyahu é eleito Primeiro Ministro de Israel (partido Likud de extrema direita) e as negociações com a Palestina declinam.
2000: Ariel Sharon (Likud) visita a Esplanada das Mesquitas iniciando a Segunda Intifada (acaba em 2005).
2006: as eleições para o parlamento da Autoridade Nacional da Palestina dão vitória ao Hamas e levam a um conflito entre este e o Fatah.
2007: o Hamas toma o controle da Faixa de Gaza iniciando a dupla governança palestina (Hamas controlando a Faixa de Gaza e Fatah controlando a Cisjordânia e representando a Palestina internacionalmente). Início do bloqueio de Israel à Faixa de Gaza.
2008: a Operação Chumbo Fundido foi responsável por ataques israelenses ao Hamas na Faixa de Gaza.
2009: Benjamin Netanyahu retorna como Primeiro Ministro de Israel.
2014: um conflito entre Israel e Palestina culminou com o bloqueio completo de Israel à Faixa de Gaza (Operação Margem Protetora).
2018: Turquia e Israel rompem relações diplomáticas após conflito em Gaza que matou palestinos.
2020: Acordo Bibi-Benny (entre Netanyahu e Benny Gantz) de sucessão política.
2020: início da busca por conciliação entre o Fatah e o Hamas.
2021: a Guerra dos 11 Dias começou por conta de uma decisão judicial que previa o despejo de famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.
2021-2022: formação de uma ampla coalizão (partidos de esquerda, direita e um árabe) contra Netanyahu em Israel.
2021: Naftali Bennett assume como Primeiro Ministro de Israel.
2022: Israel e Turquia retomam relações diplomáticas.
2022: o Acordo sobre demarcação do mar territorial entre Líbano e Israel mediado pelo governo Biden coloca fim a questão da divisão das bacias de gás natural entre as nações. Por conta do acordo, o Hezbollah anunciou o encerramento de sua mobilização militar excepcional contra Israel.
2022: Netanyahu vira Primeiro Ministro de Israel (formação do governo mais ultraconservador da história do país).
2023: a reforma do judiciário (levaria à limitação do poder do judiciário) proposta por Netanyahu provocou os maiores protestos da história de Israel.
1897: a Conferência da Basiléia criou a Organização Mundial Sionista (busca por um Estado exclusivamente judeu na Palestina).
1947: o Plano de Partilha da ONU (Resolução 181) dividiu a região palestina meio a meio entre judeus e árabes, mas os judeus não aceitaram.
1948: devido à crise entre Israel e os países árabes, a ONU criou a UNTSO (United Nations Truce Supervision Organization) para atuar no caso.
1967: a Resolução 242 da ONU gerou divergências entre as versões em inglês e em francês sobre a desocupação de Israel das áreas palestinas ocupadas, levando à um impasse.
1975: a Resolução 3.379 da AGNU reconheceu o sionismo e o apartheid como formas de racismo que devem ser combatidos.
1978: os Acordos de Camp David marcaram o estabelecimento de relações diplomáticas entre Egito e Israel (primeiro país árabe a fazê-lo), o que assegurou a devolução da Península do Sinai ao Egito e fez com que este fosse expulso da Liga Árabe.
1991: as Negociações de Paz de Madrid foram encontros secretos entre EUA, Israel e Fatah.
1993: os Acordos de Oslo I (EUA, Israel, Palestina, Europa e Jordânia) asseguram o reconhecimento mútuo de Israel e Palestina (Yasser Arafat do Fatah aperta as mãos de Yitzhak Rabin de Israel), e a criação da Autoridade Nacional da Palestina (liderada pelo Fatah) para administrar os territórios palestinos até a criação de um Estado.
1994: a Declaração de Washington marcou o estabelecimento de relações entre Israel e Jordânia.
1995: o Acordo de Oslo II estruturou o acordo de paz entre Israel e Palestina.
2007: a Conferência de Anápolis foi uma tentativa dos EUA de promover diálogo entre Israel e países árabes.
2020: por meio dos Acordos de Abraão (com mediação de Trump), Israel normaliza relações com Emirados Árabes (Acordo do Século), Bahrein, Marrocos (EUA reconhecem o Saara Ocidental como parte do Marrocos) e Sudão (ainda não oficializado).
2022: o Acordo Abrangente de Parceria Econômica entre Israel e Emirados Árabes é um acordo de livre comércio e desdobramento do Acordo de Abraão que entrou em vigor em 2023.
2022: a Declaração de Jerusalém é uma declaração conjunta dos EUA e Israel que reafirma o compromisso dos EUA com a segurança de Israel e promete não permitir que o Irã adquira armas nucleares.
2022: a resposta palestina à Cúpula Árabe-Israelense foi uma onda de violência em Israel.
Relações com o Brasil
1974: o Brasil recoheceu a OLP como legítima representante do povo palestino.
2003: visita de Lula ao Oriente Médio e acordos com Israel e Palestina no âmbito do Mercosul. O Brasil reconhece a Palestina com as fronteiras de 1967 (pré-Guerra dos Seis Dias).
2007: o Brasil se ofereceu para mediar negociações de paz entre Israel e Palestina na Conferência de Anápolis.
2018: Bolsonaro promete transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém (não ocorreu).
2019: Bolsonaro se aproxima de Israel.
2021: o Brasil se absteve em votação que propunha a abertura de uma investigação internacional contra Israel por causa de ataques em Gaza.
2022: acordo entre Brasil e Israel sobre cooperação em ciência e tecnologia.
2023: o governo brasileiro se posicionou contra a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
1975: apoio do Brasil à Resolução 3.379 da AGNU que reconheceu o sionismo e o apartheid como formas de racismo que devem ser combatidos.
2020: o Brasil votou contra resolução da ONU que reconhecia o direito internacional nos territórios palestinos ocupados.
2021: um acordo de defesa militar entre o Marrocos e Israel provocou protestos palestinos.