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Geo 1) História da Geografia - Coggle Diagram
Geo 1)
História da Geografia
História do Pensamento Geográfico
Origens
Saber Geográfico
(antes do século XIX)
gênese grega
Eratóstenes (276 a 194 a.C.) já havia medido a circunferência da Terra
essa geografia da Antiguidade
não é uma ciência institucionalizada
Na Antiguidade clássica, o saber geográfico começou a ser desenvolvido na Grécia
século XVIII: debate sobre o achatamento do globo terrestre
seguidores de Descartes achavam que o achatamento se dava na linha do Equador; estudiosos da física newtoniana defendiam – corretamente – que o achatamento se dava nos polos
Luís XV autoriza que a Academia de Ciências da França realize uma
“missão geodésica francesa”
, para estudar a questão do achatamento. Prova-se que a Terra é achatada nos polos.
produção de conhecimento geográfico, mas não é uma ciência institucionalizada
Geografia como ciência institucionalizada
(século XIX)
gênese alemã
Por que na Alemanha?
indefinição do território
alemão antes de sua unificação faz dos estudos locacionais, territoriais e espaciais uma grande prioridade para a Alemanha
situação territorial da Alemanha pré-unificação é ainda muito mais complexa do que a situação territorial da Itália pré-unificação (a Itália é uma península isolada pelos Alpes ao norte).
a expansão econômica prussiana ensejava uma
expansão territorial
Paul Claval: "Os alemães têm um sentimento profundo de sua identidade, mas, para eles, coloca-se a questão de saber a que território deve corresponder o seu país."
Kant
pensamento kantiano respalda desenvolvimento de
"geografia científica"
na Alemanha e, mais tarde, no mundo
Para Kant, o conhecimento é dado pelos sentidos (conhecimento é empírico). A percepção orienta a experiência, que para isso precisa ser sistematizada. Cabe à geografia realizar essa sistematização no plano do espaço.
Alexander von Humboldt
e
Karl Ritter
“pais” da Geografia enquanto ciência: a Geografia adquire, na Alemanha, no século XIX “status” científico.
A ênfase na descrição característica da antiga Geografia, resultante dos relatos de viagens e expedições científicas, é substituída por uma
perspectiva explicativa
, sistemática e científica.
princípio da causalidade: não basta descrever o fato geográfico, é preciso explica-lo seguindo princípios científicos.
Humboldt é, antes de mais nada, um grande viajante naturalista. Os seus conhecimentos de mineralogista, geólogo e botânico permitiram-lhe desvendar muitos traços interessantes nas paisagens e relacioná-los. Em lugar de justapor informações, procura compreender como os fenômenos se condicionam.
Por que no século XIX?
positivismo clássico
defendia a separação das ciências; as ciências humanas deveriam seguir um método científico
a geografia buscava definir seu próprio objeto: a preocupação era diferenciar-se de outras disciplinas.
até o século XVIII a ciência ainda não se fragmentara e o conhecimento tinha uma dimensão de totalidade social
contexto
expansão colonial
das potências europeias
surgimento das
sociedades de geografia
geografia como ciência
não
surge dessas sociedades: o que se produzia eram dados para a colonização, conhecimentos geográficos muito integrados a outros saberes
surgem na França, na Bélgica, na Inglaterra, etc.
comprometidas com o conhecimento geográfico aprofundado de terras desconhecidas e/ou pouco povoadas e com o conhecimento das potencialidades dos novos territórios.
ótica do colonizador europeu, da construção de um espaço e de uma sociedade que tinha na ocupação do solo e na expansão territorial a base de poder
1876:
Conferência Internacional de Geografia
convocada pelo rei da Bélgica, Leopoldo II
objetivo: "debruçar-se sobre o continente africano com o intuito de abrir à civilização a única parte do nosso globo em que ela não havia ainda penetrado".
intensificação de grandes expedições e exploração científica do interior dos continentes (segunda metade do século XIX)
pioneiro: Humboldt
grandes progressos para a cartografia geral e temática
Geografia como ciência de Estado
A geografia moderna tornou-se um saber estratégico na consolidação da questão nacional na Europa a partir do final do século XIX, notadamente naqueles países que passaram por um processo tardio de unificação de seu território
“naturalizou” as fronteiras políticas entre os países
identidade pelo espaço: consolidação do sentimento de pátria
Corrente Tradicional
Determinismo Geográfico
surgimento
Alemanha, final do século XIX
primeira corrente de pensamento geográfico
expoentes
Frederic Ratzel
prussiano, considerado o “pai” da geopolítica
Espaço Vital
conceito criado posteriormente à vitória alemã na Guerra Franco-Prussiana (1970 – 1871)
“os grupos humanos são organismos que crescem e multiplicam-se, tendendo a expandir-se; por isso, tendem a alargar o seu território, ocupando áreas maiores e fazendo-o à custa dos territórios vizinhos”
Para justificar a lógica do Espaço Vital, Ratzel desenvolve o
“determinismo geográfico”
condições naturais determinam o comportamento humano e a possibilidade de sobrevivência dos povos: "o homem é um produto da superfície terrestre"
caso determinada área não atenda às necessidades de um povo, cabe a esse povo a expansão
justificativa teórica para o expansionismo territorial alemão de sua época.
Princípio Metodológico da
Extensão
: é preciso delimitar o fato a ser estudado, localizando-o na superfície terrestre
tradição metodológica
positivismo
Possibilismo
surgimento
França, final do século XIX
Em oposição doutrinária ao determinismo geográfico
expoentes
Paul Vidal de La Blache
o que a Alemanha fez na Guerra Franco-Prussiana seria uma agressão à vizinha França, pois o território no qual estavam os alemães oferecia possibilidades para desenvolvimento.
“gêneros de vida"
dentre as condições oferecidas pelo meio, o homem escolhe as de maiores possibilidades para a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento cultural.
os grupos humanos e o meio interagem mutuamente, produzindo uma resultante geográfica entre meio natural e meio cultural.
o estudo das regiões é o meio mais adequado para o conhecimento das relações homem-meio
La Blache pode ser considerado o “pai” da geografia regional
possibilismo
A natureza fornece possibilidades para que a ação humana a modifique
os elementos do meio natural não produzem resultados de forma independente do momento histórico
refutação do determinismo geográfico
Para justificar a colonização, La Blache argumenta ser uma obra civilizatória: “A Europa moderna [ocidente], sobretudo, é a artesã infatigável de uma obra que tende a uniformizar, senão o planeta como um todo, ao menos algumas de suas zonas”
Princípio Metodológico da
Analogia
: é necessário comparar o fato ou a área estudada com os outros fatos ou áreas da superfície terrestre buscando as semelhanças e diferenças
tradição metodológica
positivismo
Método Regional
surgimento
EUA, a partir dos anos 1940
expoentes
Hartshorne
não há fenômenos particulares à Geografia, assim como também não há um objeto de estudo que lhe seja específico
as ciências se definem, sobretudo, por seus
métodos
próprios de investigação
O olhar do geógrafo deve estar dirigido para a diferenciação das áreas da superfície terrestre.
interação entre fenômenos heterogêneos que apresentam um significado geográfico e contribuem para a diferenciação de áreas
tradição metodológica
positivismo
base de sustentação: empirismo
Corrente da Renovação
Geografia Pragmática
ou
"Nova Geografia"
surgimento
década de 1950, simultaneamente na Suécia, Inglaterra e EUA
expoentes
Christaller
Dematteis
Associa-se à difusão do sistema de planejamento do Estado capitalista e à nova geografia busca leis ou regularidades empíricas sob a forma de padrões espaciais. Busca-se projetar o futuro para, assim, valer-se da geografia como instrumento de intervenção na realidade.
tradição metodológica
Influencia do positivismo lógico (neopositivismo)
geografia aplicada, privilegiando a adoção de métodos quantitativos e modelos matemáticos-estatísticos
Faissol: “A consequente aplicação mais direta do
rigor matemático deu à geografia um cientificismo de que ela necessitava para afirmar-se
Antonio Carlos Robert Moraes (1981): Geografia Pragmática não atinge os fundamentos e a base social da análise tradicional, apenas critica seu caráter pouco pragmático
poder-se-ia argumentar que, na lógica da Nova Geografia, o homem aparece como mais uma variável a ser levada em conta, ou seja, o homem aparece como destituído de qualquer expressão social ou histórica. Nesse sentido, o espaço não seria concebido como algo produzido historicamente pela sociedade
Geografia Crítica
surgimento
década de 1970
expoentes
Yves Lacoste
“É preciso saber pensar o espaço, para saber nele se organizar, para saber nele combater”
Milton Santos
David Harvey
tradição metodológica
ruptura com o pensamento anterior (positivismo).
leitura qualitativa da realidade concreta revelada pelo espaço geográfico, com suas tensões e contradições derivadas das relações sociais, econômicas e políticas.
materialismo histórico–dialético
: Análise geográfica como um instrumento de libertação do homem
passa a politizar o discurso geográfico ao engajar-se para com princípios de justiça social
oposição à neutralidade "mistificadora" da Geografia Pragmática, que seria "alienada e alienante" e que se preocuparia com a aparência dos fenômenos sociais, esquecendo-se de sua essência
após a 2ª Guerra Mundial, o mundo ficou tão urbano e transnacionalizado que as tradicionais correntes de pensamento perdem força para explicar os fenômenos. Por isso, há um movimento de renovação da geografia
Geografia Humanista
entendimento do mundo humano através do estudo das relações das pessoas com a natureza, do seu comportamento geográfico, bem como dos seus sentimentos e ideias a respeito do espaço e do lugar
tradição metodológica
Sem abandonar aspectos da Nova Geografia e da Geografia Crítica, a Geografia Humanista passa a considerar aspectos relacionais, afetivos, fenomenológicos.
expoentes
Donald W. Meinig:
“Qualquer paisagem é composta não apenas por aquilo que está à frente dos nossos olhos, mas também por aquilo que se esconde em nossas mentes”
Yi Fu Tuan
: “O espaço transforma-se em Lugar à medida que adquire definição e significado”
Conceitos Fundamentais da Geografia
Espaço Geográfico
ou
Espaço
Milton Santos
O espaço
é a própria sociedade territorializada
: É indivisível dos seres humanos que o habitam e que o modificam todos os dias, através de sua tecnologia
O espaço é, simultaneamente,
forma
(a paisagem, um conjunto de objetos visíveis) e
função
(um conjunto de ações humanas que constroem a paisagem, o uso que se dá à paisagem)
Paisagem
é a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão.
Milton Santos
: A paisagem é o
conjunto de formas
que, num dado momento,
exprimem as heranças
que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e a natureza
é transtemporal, juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal
a paisagem é a aparência do espaço geográfico, ou seja, é a face visível do espaço geográfico
Território
O ‘território’ é a porção do espaço definida pelas relações de poder
O grupo que se apropria de um território ou se organiza sobre ele cria relações de territorialidade
territorialidade: a relação entre os agentes sociais, políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço.
Lugar
Milton Santos
: ‘lugar’ é definido como a dimensão da existência que se manifesta através “de um cotidiano compartilhado entre as mais diversas pessoas, firmas, instituições – cooperação e conflito são a base da vida em comum
‘lugar’ remete à afetividade, ao relacional
Região
um pedaço, uma parte do espaço geográfico
Milton Santos
é algo mutável, justamente por ser um recorte do espaço geográfico
"O símbolo da geografia unitária – aquela que não separa o físico do social, o natural do humano, o ecológico do cultural – é a região"