PERDAS DE PROTENSÃO

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A tensão na armadura de protensão decresce continuamente com o tempo, rapidamente no momento inicial, e depois ao decorrer da vida útil da peça.

A queda de tensão se deve ao fato da armadura sofrer alongamento, por diversas causas, o que promove a redução da força de protensão.

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Existem diferentes perdas ao longo da vida útil da peça, de tal forma, que quando somadas temos a chamada perda de protensão total

PERDAS INDIVIDUAIS

• Escorregamento na ancoragem

Após a operação de estiramento da armadura de protensão, o cilindro hidráulico libera a armadura, que por sua vez arrasta a cunha para dentro do furo cônico da peça, até a sua completa cravação, processo de acomodação inicial;

• Relaxação

Após o estiramento, a armadura de protensão permanece sob alongamento e tensão, e apresenta uma perda de tensão ao longo do tempo, podemos entender como propriedade natural do aço

• Encurtamento elástico inicial

A força protensão aplicada na peça, comprime o concreto, que por sua vez encurta-se, e como a armadura de protensão simultaneamente também encurta, e consequentemente perda de força de protensão

• Retração

A água livre do concreto evapora ao longo do tempo possibilitando uma diminuição de volume do concreto, e consequentemente o encurtamento da peça e da armadura de protensão

• Fluência

Tensões de compressão no concreto ao decorrer de um tempo pode causar deformações de encurtamento na peça ao longo do tempo, promovendo assim a diminuição de tensão na armadura de protensão

• Atrito

Temos atrito entre a bainha e o aço de protensão, especialmente em cabos curvos, que por sua vez diminui a tensão aplicada no aço.

As perdas de força de protensão também têm sua ocorrência vinculadas ao tipo de aplicação da protensão, ou seja, sendo pré ou pós- tensionada.

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As perdas que dependem do tempo podem ser interdependentes, como exemplo podemos destacar a relaxação, que ao diminuir a tensão no aço, reduz também a tensão no concreto, e assim reduz a perda por fluência, que por sua vez, reduz a relaxação no aço.

A intensidade das perdas de protensão pode estar vinculada com o comprimento da peça, conforme a posição, e geralmente, a perda que interessa está localizada em uma seção crítica, como por exemplo como a seção mais solicitada pelos carregamentos externos.

A NBR 6118 destaca que o projeto deve prever as perdas da força de protensão em relação ao valor inicial aplicado pelo equipamento, ocorridas antes da transferência da protensão ao concreto (perdas iniciais, na pré-tração), durante essa transferência (perdas imediatas) e ao longo do tempo (perdas progressivas).

Para tanto a norma faz uma classificação das perdas em função do instante de ocorrência:

• Perdas iniciais (pré-tração)

Aquelas que ocorrem antes da transferência da protensão para a peça

• Perdas imediatas

Aquelas que ocorrem durante a transferência da protensão para a peça

• Perdas progressivas posteriores

aquelas que ocorrem após a transferência da protensâo, crescentes ao longo do tempo de vida útil da peça.

Podemos observar que algumas perdas de protensão estão vinculadas ao tempo (chamadas progressivas ou diferidas), e outras perdas não são dependentes do tempo.

PERDAS DE PROTENSÂO NA PRÉ-TRAÇÃO

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A perda de força de protensão total na pré-tensão é descrita pela equação:

APtot = (APanc + APrl + APcsl) + APcnc + (APr2 + APCS2 + AP«x2)

As três primeiras perdas são iniciais, APenc é uma perda imediata, e as três últimas são perdas progressivas posteriores.

Na pré-tensão, se os fios ou cordoalhas não forem retos, ou seja, se tiverem mudança de direção, deve-se considerar as perda por atrito que ocorrem nos desvios.

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variação típica de tensão na armadura de protensão em peça pré-moldada pré-tensionada, com cura a vapor, tensão inicial no aço de 0,8fptk e tensão final um pouco superior a 0,5fptk.

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PERDAS DE PROTENSÃO NA PÓS-TRAÇÃO

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A perda de força de protensão total na pós-tensão é:

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As seis primeiras perdas são compreendidas como imediatas, e as três últimas são perdas progressivas posteriores.

variação característica de tensão na armadura de protensâo para peça pós-tensionada, com tensão inicial no aço de 0,8fptk , e um pouco superior a O,5fptk para a tensão final.

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VALORES TÍPICOS DA FORÇA DE PROTENSÃO

As forças de protensão são denominadas como, (Pi, Pa , Po , Pt e Poo), pois estão expostas em função das diferentes perdas de protensão que podem ocorrer.

A NBR 6118/2014 define no item 9.1:

• Força de Protensâo (Pi)

Pi é caracterizado como sendo a força máxima aplicada à armadura de protensâo pelo equipamento de tração, ou seja, é a força máxima de início aplicada na armadura antes da fixação das ancoragens, tanto na pré- tensão quanto na pós-tensão.

• Força de Protensâo (Pa)

Ocorre somente na pré-tensão, sendo caracterizada como à força na armadura de protensão imediatamente antes à liberação das ancoragens.

• Força de Protensão (Po)

É a força na armadura de protensão no tempo t = 0, na seção de abcissa (x), ou seja, é o valor inicial da força de protensão transferida ao concreto.

• Força de Protensão (Pt)

Corresponde à força na armadura de protensão, no tempo t, na seção de abscissa (x), onde (t) é a variável no tempo em função das perdas progressivas posteriores.

• Força de Protensâo (Poo)

Corresponde a força de protensão final, aquela após ocorridas todas as perdas.

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