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Estados Unidos da América: política externa e relações com o Brasil -…
Estados Unidos da América: política externa e relações com o Brasil
Relações atuais Brasil-EUA
Tendência de déficit para o Brasil.
EUA como segundo maior parceiro comercial do Brasil e maior destino de manufaturados brasileiros.
O Brasil exporta produtos de ferro e aço, aeronaves e partes, petróleo, celulose, equipamentos de engenharia civil, motores e máquinas, café e etc. O Brasil importa petróleo, equipamentos de engenharia civil, manufaturados e etc.
Diálogo Estratégico.
Política externa dos EUA
Doutrina Monroe
(1823): América para os americanos; contexto da formação da Santa Aliança e tentativas recolonizadoras; não intervenção;
Destino Manifesto
como justificativa para a expansão dos EUA no continente.
Guerra de Independência do Texas
(1835-1844) e incorporação deste em 1845.
Compra da Louisiana
(1803) e início da
marcha para o oeste
.
Tratado de Adams-Onis
(1819): EUA
compram a Flórida
da Espanha e entregam o Texas à esta.
Tratado de Guadalupe-Hidalgo
(1848): marca o fim da Guerra Mexicano-Americana (1846-1848);
México cedeu a Califórnia e o Novo México aos EUA
.
Compra do Alaska
dos russos (1867).
O final do século XIX e início do século XX correspondeu ao início do processo de expansão marítima dos EUA; de acordo com a
Tese da Fronteira
(Turner, 1893), a identidade nacional é oriunda da fronteira, que deve estar sempre em expansão promovendo democracia e liberdade.
Início do imperialismo americano (Presidente Mackinley), 1897:
Tarifas Mckinley
(objetivo de encorajar tratados bilaterais).
Fim da Guerra Hispano-Americana (1898-1899) e
incorporação de Guam, Filipinas e Porto Rico
na esfera de influência dos EUA;
EUA incorporam o Havaí
.
Teoria da Bioceaneidade
, 1899: segundo a qual a Inglaterra dominou o mundo devido ao seu poder naval; os EUA seriam beneficiados pela saída para 2 mares; impecilho da falta de mobilidade de um lado para o outro; surge a ideia de fazer um canal que os ligue; o congresso da Colômbia não aprovou; EUA passam a
incentivar a independência do Panamá
.
Corolário Roosevelt
, 1904: justificava o imperialismo com a implementação da democracia;
Big Stick
(1904-1932; contra a ingerência européia no continente; speak softly and carry a big stick; reinterpretação da Doutrina Monroe).
EUA entram na Primeira Guerra Mundial
(1917) após o
Telegrama Zimmermann
(ministro de comunicações alemão sugeriu aos mexicanos invadirem os EUA, com apoio alemão, para recuperarem seus territórios perdidos), e também por conta de empréstimos feitos para a Entente Cordiale e por causa dos navios americanos afundados por submarinos alemães.
No período entre guerras a posição dos EUA foi de país isolacionista, expresso no fato de que o
congresso americano não aprovou a entrada do país na Liga das Nações
(1919).
Início da política externa da
Boa Vizinhança
, 1933-1945: mudança na tática de sedução (ofertas de indústrias siderúrgicas e etc.); intuito de contrapor os interesses europeus e consolidar uma área de infuência estadunidense na América Latina.
Neutrality Acts
, 1934: proibição de emprestar dinheiro e de venda de armas para países em conflito.
EUA entra na Segunda Guerra Mundial
(1941) após ataque japonês à Pearl Harbor e promulga o
Lend and Lease Act
(empréstimos de armas para seus aliados na Guerra).
EUA lançam as primeiras
bombas nucleares
a serem utilizadas em guerra (1945), a Little Boy (Hiroshima) e a Fat Man (Nagasaki) em retaliação pelo ataque à Pearl Harbor.
McMahon Act
(1946): proibição de transferência de tecnologia nuclear.
Doutrina Truman
(1947): contenção da URSS como principal objetivo;
Plano Marshall
como aplicação financeira.
Atoms for Peace
(1953): programa nuclear de associação entre transferência de tecnologia (para fins civis) e segurança (com fiscalização); este previa que o Estado que construísse instalações nucleares em outros países deveria monitorá-las.
Doutrina Eisenhower
(1953): iniciativa dos EUA de buscar uma maior aproximação com o Oriente Médio; propunha ajuda aos países árabes contra a presença soviética na região.
EUA entram na Guerra do Vietnã
com soldados apoiando o Vietnã do Sul (1964-1974).
Na década de 70, Nixon começa uma aproximação com a China por meio da
diplomacia do ping-pong
(Campeonato Mundial de Ping-Pong no Japão utilizado para a aproximação); que culmina na
visita de Nixon à China
em 1972 e no
estabelecimento de relações diplomáticas com a China
em 1979.
Doutrina Nixon
: diante da crise econômica e da falta de dinheiro, os EUA buscam, a partir de 1970, diminuir sua presença e investimentos mundo afora.
Nixon anuncia
Guerra às Drogas
, 1971.
Doutrina Reagan
(1981): estimula intervenções na América Latina (Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá, Granada e Cuba); novo Big Stick.
11 de Setembro
de 2001: atentados terroristas da Al-Qaida às Torres Gêmeas, em Nova Iorque, e início da
Guerra ao Terror
.
Título 42
, 2020-2022: regra criada na década de 1940 e reativada no contexto da pandemia de COVID-19 pelo governo Trump; é uma exceção à lei sanitária do país, que permite restringir a entrada de estrangeiros por via terrestre por motivos de saúde.
A nova
Estratégia de Segurança Nacional
(NSS), 2022, dos EUA lista Rússia como ameaça aguda, enquanto classifica a China como desafio sistêmico para os interesses nacionais vitais do país.
EUA e aliados da OTAN
invadem o Afeganistão
(2001) para combater o Talibã e caçar Bin Laden; com autorização do CSNU.
EUA invadem o Iraque
(2003): sem pedir autorização ao CSNU; desculpa de que o Iraque possuía armas de destruição em massa e de que Saddam Hussein possuía laços com a Al Qaeda.
Relações Brasil-EUA (1824-1950)
EUA reconhece a independência brasileira
(1o país a fazê-lo oficialmente; influência da Doutrina Monroe) em 1824.
Incidente do Navio Spark
(1827): EUA ofereceram o navio para o Brasil comprar; recusado, o navio saiu do Rio de Janeiro em direção ao Sul; achando que ele seria vendido à Argentina, o Brasil aprisionou o navio; Condy Raguet (representante americano) fez um escândalo; crise com os EUA; Condy Raguet foi demitido;
suspensão de relações diplomáticas com os EUA
(1827-1828).
Os EUA se tornam o principal destino do café brasileiro, 1844.
William Trousdale
propõe a ocupação da Amazônia pelos EUA
, 1853: contexto da pressão dos EUA e de países da América do Sul para a abertura do Rio Amazonas à livre navegação (feito em 1866).
Questão Webb
, 1862: General Webb disse que o Brasil havia apreendido navios americanos; gerou tensões e quase ruptura nas relações diplomáticas; EUA acabou indenizando o Brasil depois.
Com o início da República, em 1889, iniciou-se a
fase de aliança nas relações entre o Brasil e os EUA
: EUA e Argentina foram os primeiros a reconhecer o novo governo do Brasil; Brasil migra da esfera britânica para a norte americana; americanismo pragmático (influência do Barão do Rio Branco).
Acordo Blane-Mendonça
, 1891: EUA e Brasil; interesses econômicos (Brasil queria colocar o açúcar no mercado americano; café já entrava com tarifa zero), e adoçar a boca do árbitro (EUA como árbitro da Questão de Palmas).
Abertura da
embaixada do Brasil em Washington
, 1905: 1o embaixada brasileira no mundo; EUA reagiu com reciprocidade e elevou sua representação no Rio de Janeiro à condição de embaixada.
A política do Big Stick nos EUA (1904-1932) significou tensões nas relações por conta das práticas intervencionistas dos EUA.
A política da Boa Vizinhança nos EUA (1933 - 1945) signifiou uma aproximação deste com a América Latina, espaço para a barganha brasileira (
equidistância pragmática
, 1933-1942) e difusão da cultura americana no Brasil por meio da
OCIAA
, de Nelson Rockefeller.
Acordo comercial com os EUA
, 1935: resultado da pressão americana para abertura do mercado brasileiro com a ameaça de começarem a taxar o café; 6 x 34 (vantagens tarifárias para o Brasil em 6 produtos; vantagens tarifárias para os EUA em 34 produtos).
Missão Aranha
nos EUA, 1939.
O
Lend and Lease Act
(1941) permitiu o reaparelhamento das forças armadas brasileiras; início do desmonte da equidistância pragmática e aproximação (alinhamento) com os EUA.
Política das Barganhas
, 1940: os EUA queriam apoio diplomático, bases militares no nordeste e fornecimento de matérias primas; o Brasil queria apoio ao projeto de desenvolvimento, reaparelhamento das forças armadas e posição de prestígio no pós-guerra.
Convênio Interamericano do Café, 1941: aproximação entre Vargas e Roosevelt.
Fim da equidistância pragmática
, 1942: Brasil rompe relações diplomáticas com o Eixo; EUA financiam a
Companhia Siderúrgica Nacional
; criação da
FEB
(Força Expedicionária Brasileira) para ir à Guerra;
Missão Cooke
no Brasil (sobre o reaparelhamento das forças armadas e diagnóstico econômico).
Franklin Delano Roosevelt visita o Brasil (1943).
Alinhamento sem recompensa
(1946-1950): Dutra muda o paradigma de aproximação com os EUA, de uma abordagem pragmática para um alinhamento ideológico e político no contexto de construção ideológica da Guerra Fria.
Missão Abbink
(1947) enviada pelos EUA para estudar possíveis áreas de investimento no Brasil; formação da
Comissão Técnica Mista Brasil – EUA
(1947-1948) como consequência.
Ponto IV
do discurso de posse de Truman (1949): dizia que os EUA deveriam investir no desenvolvimento da América Latina.
No
Memorando da Frustração
(1950) o Brasil expõe sua decepção para com os EUA, que haviam conseguido tudo o que queriam do Brasil, enquanto este não recebera nada em troca.
Relações Brasil-EUA (1950-2023)
Pragmatismo impossível
, 1951: Vargas optou por continuar o alinhamento aos EUA, na tentativa de conceder para retomar o poder de barganha.
Acordo para fornecimento de materiais estratégicos
com os EUA, 1951: Brasil cede materiais e depois pede tecnologia nuclear e ajuda militar.
Acordo militar com os EUA
, 1952: EUA forneceriam equipamentos e treinamento; EUA alegam impossibilidade legal de ceder tecnologia nuclear ao Brasil (McMahon Act de 1946) e, em vez disso, enviam engenheiros e acadêmicos.
EUA faz
intervenção na Guatemala
, contra o esquerdista Jacobo Árbenz, e o Brasil segue, 1953
Tensões Brasil-EUA
(durante o governo Vargas, 1951-1955): Instrução 70 da SUMOC (protecionista; contra a entrada do similar estrangeiro); criação da Petrobrás; limitação da remessa de lucros ao exterior.
Boas relações com os EUA (a partir do governo JK em 1956): incentivo para empresas americanas investirem no Brasil, criação de uma
base militar americana em Fernando de Noronha
para lançamento de satélites,
crédito do FMI e do Eximbank
(EUA) condicionados ao ajuste das contas públicas.
Operação Pan-Americana (
OPA
) lançada por Brasil e Argentina, 1958: demandava financiamento ao desenvolvimento para conter o comunismo; EUA receberam a proposta com frieza e lançaram a
Aliança para o Progresso
em 1961 como resposta.
O Brasil condenou a tentativa estadunidense de
invasão à Baia dos Porcos
em 1961.
Crise dos Mísseis em Cuba
, 1962: apoio brasileiro ao bloqueio naval a Cuba (depois que se descobriram mísseis soviéticos instalados na ilha).
EUA demandam soluções indenizadoras para a
Amforp e a ITT
(subsidiárias americanas estatizadas pelo governador do Rio Grande do Sul) em 1962; impasse; em resposta, o congresso dos EUA aprovou a
Emenda Hickenlooper
, que determinava a suspensão de qualquer ajuda aos países que desapropriassem bens norte-americanos sem indenização imediata e adequada.
Operação Brother Sam
, 1964: força tarefa marinha americana garantiria o sucesso do golpe em caso de resistência;
EUA reconhece o novo governo
.
Retomada do alinhamento ideológico e político com os EUA (1964-1967): Castelo Branco ratifica o
Acordo Bell-Dantas
(celebrado em 1963; EUA emprestaria dinheiro se o Brasil pagasse as indenizações às subsidiárias americanas; Jango não aceita);
Acordo MEC-USAID
para reforma educacional alinhada com os EUA; cooperação com os EUA na área de saúde e no planejamento familiar.
O Brasil enviou soldados, juntamente com os EUA, para uma
intervenção militar na República Dominicana
, 1966, por meio da
FIP
(Força Interamericana de Paz).
A partir de 1967, o clima foi de tensões com os EUA por conta de discussões sobre a soberania da Amazônia; não assinatura brasileira do TNP; tensão comercial por causa do café, do açúcar e dos têxteis; extensão do mar territorial brasileiro (1970), etc.
Nixon, 1971: “para onde for o Brasil, irá a América Latina”.
O Acordo Nuclear do Brasil com a Alemanha Ocidental para a criação de Angra II significou o
abandono do acordo nuclear com os EUA
(Westinghouse), em 1975, pois no acordo com a Alemanha haveria transferência de tecnologia; os EUA passaram a sobretaxar o Brasil (retaliação comercial).
Início do
Plano Condor
, 1975: aliança político-militar entre os diferentes regimes militares da América do Sul tutelada pelos EUA.
Com Carter como Presidente dos EUA, o país intensificou a cobrança ao respeito aos direitos humanos do Brasil, que
rompeu com o acordo militar de 1952
unilateralmente em 1977.
Brasil condena intervenção americana em Granada, em 1983.
O Brasil foi incluído na
Sessão 301
dos EUA (1983-1993), sendo classificado como um país protecionista; a lógica estadunidense era de que se um país fosse protecionista com eles, haveria reciprocidade.
O
caso do Suriname
: EUA convidam o Brasil para invadir o Suriname (Presidente estava se aproximando demais de Cuba); Brasil se recusa e envia um representante para o Suriname para resolver diplomaticamente.
Grupo de Apoio à Contadora
(1985) e
Grupo do Rio
(1986): contra intervenções dos EUA; Brasil participa.
EUA e FMI bloquearam a ajuda financeira ao Brasil por conta do Plano Real, em 1990.
Fase de
ajustamento nas relações Brasil-EUA
(a partir dos anos 1990): o Brasil passa a aderir aos princípios liberais e aos regimes internacionais propagados pelos EUA; Brasil promove a ratificação dos pactos de direitos humanos assinados durante a redemocratização.
Engajamento na recém-criada OMC, 1994: Brasil e EUA em lados opostos.
O Brasil invocou o TIAR após o 11 de setembro de 2001, mas os EUA ignoraram a ação e preferiram uma resposta via OTAN.
Governo Lula (2003-2010):
críticas brasileiras à Guerra ao Terror
(Brasil a chama de “guerra à pobreza”); críticas dos EUA ao protecionismo brasileiro; disposição para diálogo; competição na produção de biocombustível (cana de açúcar no Brasil x milho nos EUA); Brasil como ponte de diálogo com os demais países da região; cooperação na educação (Ciências Sem Fronteiras).
Crise da National Security Agency
(NSA), 2013: Dilma e Merkel descobrem que a agência de inteligência americana estava escutando suas conversas telefônicas; Dilma demanda desculpas dos EUA (o que nunca ocorreu).
Acordo militar
com os EUA, 2015.
O Brasil foi designado
aliado preferencial extra-OTAN dos EUA
, em 2019, adquirindo facilidades em negociações militares com este país.
O Brasil e os EUA assinaram um
acordo de salvaguarda tecnológico
, em 2019, para permitir ao Brasil a utilização das tecnologias espaciais americanas (patenteadas) com o contraponto de permitir aos americanos
acesso à Base Espacial de Alcântra
; os EUA concordaram em
apoiar a entrada brasileira na OCDE
; o Brasil concedeu, unilateralmente, isenção de visto para a entrada de americanos, canadenses, australianos e japoneses no país; na OMC, o
Brasil renunciou às vantagens de país periférico
voluntariamente (como uma demanda dos EUA).
Acordo militar com os EUA
, 2020: facilita a venda de armamentos produzidos no Brasil para as forças armadas americanas.