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ABDOME AGUDO EM PEDIATRIA - Coggle Diagram
ABDOME AGUDO EM PEDIATRIA
Grupo 8
Ana Clara
Coordenadora
Stefane Oliveira
Secretária
Lucas de Lima
Herika Mota
Pedro Carvalho
Elza Armondes
Jhonny Alencar
Ana Parizi
INTUSSUSCEPÇÃO
Definição
É o prolapso de uma parte do intestino para dentro do lúmen de uma parte adjacente distal
maior frequência na região ileocecal
Epidemiologia
Meninos afetados mais que meninas
Até 75% dos casos ocorrem em crianças <12 meses
Incidência média de 74 por 100.000 em <1 ano, com pico em 5-7 meses
Etiologia
Hiperplasia das placas de Peyer e tecido linfoide
Infecção viral prévia
Historicamente era causada pela vacina rotavírus tetravalente, hoje em dia a monovalente tem menos risco
Em crianças mais velhas o ponto inicial é patológico
Pólipos luminais, linfoma, divertículo de Meckel, púrpura de Henoch-Schonlein
Fisiopatologia
Invaginação de uma porção do intestino (o intussuscepto) no lúmen do intestino imediatamente adjacente a ele (o intussuscipiente)
O mesentério é arrastado ao longo da parede intestinal proximal para dentro do lúmen distal resultando em obstrução do retorno venoso -> edema, sangramento de mucosa e aumento da pressão
Irritantes dentro do lúmen intestinal ou qualquer lesão na parede do intestino podem alterar o padrão normal do peristaltismo -> inicia uma invaginação que leva a patologia
Quadro clínico
Dor abdominal (cólica versus constante) e vômitos bilosos ou não
Fezes com aspecto de geleia de morango
Tríade: dor abdominal, fezes sanguinolentas e massa palpável
Diagnóstico
Rx ou TC: sinal do alvo, sinal da rosca; massa de tecidos moles, quadrante inferior direito vazio, ar em apêndice deslocado e sinais de obstrução do delgado
USG – teste inicial se estável e sem suspeita de perfuração: massa de 3 a 5 cm profunda na parede abdominal ao lado direito com característica de rosca
Tratamento
Estável:
Ressuscitação fluídica + redução por enema com contraste + ATB amplo espectro
Contraindicação de enema por contraste e/ou instáveis:
Ressuscitação fluídica + redução cirúrgica + ATB amplo espectro
Recidiva:
Considerar avaliação para ponto inicial patológico + repetir tratamento
DOENÇA DE HIRSCHPRUNG
Definição
É um distúrbio congênito do cólon decorrente de alteração da inervação intestinal parassimpática. Trata-se de uma das principais causas de suboclusão intestinal baixa no período neonatal.
Epidemiologia
Incidência de 1 : 5.000 nascimentos, sem predileção racial.
Há predominância no sexo masculino nas formas clássicas (4 : 1) e há forte evidência de influência genética em sua patogênese.
Patogênese
Falha na migração das células da crista neural em direção ao intestino distal (principalmente no nível retossigmoide).
Zona aganglionar
Aperistáltica e Espástica
Obstáculo no trânsito intestinal
Segmento distal contraido
Zonas de transição
Células ganglionares em número reduzido
Segmentos proximais às áreas de aperistalse
Dilatação + Hipertrofia muscular
Apresentação clínica
Manifestação mais precoce é a ausência de eliminação do mecônio nas primeiras 48 horas após o nascimento
Iniciam-se as manifestações de constipação intestinal crônica, distensão abdominal, desnutrição, além de deficit de crescimento e desenvolvimento e peristaltismo visível, de caráter progressivo.
Ao exame físico, um grande bolo fecal pode ser palpável e o toque retal revela uma ampola retal vazia. Após sua realização, pode ocorrer eliminação de fezes explosivas.
Desenvolvimento de enterocolite
Com distensão abdominal, eliminação de diarreia pútrida, febre, hematoquezia e acentuada queda do estado geral.
Pode evoluir com necrose e perfuração intestinal
Diagnóstico
Radiografia simples de abdome
Distensão intestinal com predomínio no cólon e ausência ou redução de conteúdo gasoso no reto e na região agangliônica.
Enema contrastado
O espasmo do reto distal geralmente resulta em calibre menor quando comparado com o do cólon sigmoide proximal. A identificação de uma zona de transição (mudança de calibre do reto aganglionar para o reto saudável) é um dos achados diagnósticos.
Manometria Anorretal
Ausência de relaxamento do esfíncter interno quando o reto é distendido por um balão (ausência do reflexo de abertura do esfíncter). Essa estratégia diagnóstica é especialmente útil em crianças mais velhas.
Biopsia Retal (Padrão-ouro)
Células ganglionares ausentes, hipertrofia de troncos nervosos nos plexos submucoso e mioentérico e imunohistoquímica positiva para acetilcolinesterase (AChE) são os critérios histopatológicos.
Tratamento
Ressecção do segmento aganglionar e reconstrução do trânsito intestinal.
Procedimento de Duhamel
, o coto retal agangliônico é deixado in situ e o cólon normogangliônico é abaixado por trás do coto retal, na topografia pré-sacral, sendo confeccionada uma anastomose coloanal (o cólon gangliônico é anastomosado posteriormente, logo acima do ânus).
A
técnica de Soave
envolve a dissecção mucosa endorretal do reto distal agangliônico. O cólon normogangliônico é então puxado pelo coto muscular remanescente do reto e uma anastomose coloanal é realizada.
ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO
Definição
• Na estenose pilórica hipertrófica (EPH) infantil, a hipertrofia do esfíncter pilórico resulta no estreitamento do canal pilórico.
• Trata-se da causa mais comum de obstrução da saída gástrica na faixa etária de 2 a 12 semanas de idade.
• A estenose pilórica causa vômitos progressivos e em jato.
Epidemiologia
• A prevalência é cerca de quatro vezes maior em meninos que em meninas.
• A probabilidade de o primogênito desenvolver estenose pilórica é duas vezes maior em comparação com o próximo filho.
• A estenose pilórica é mais comum em bebês alimentados com mamadeira.
Etiologia
• Acredita-se que hiperacidez resultante de uma distensão antral com alimentação e hipertrofia do piloro decorrente de contrações repetidas sejam a causa.
• Além disso, acredita-se que a inervação neural deficiente do músculo pilórico exerça alguma influência.
• A ausência de células marca-passo intestinais de Cajal pode ser outro mecanismo que cause a estenose pilórica;
• A deficiência de óxido nítrico sintase também é implicada como uma causa bioquímica, mediante a diminuição do relaxamento do músculo liso
Fisiopatologia
• Com vômitos prolongados, a perda de eletrólitos e água causa alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica.
• Hipovolemia resulta em aumento na aldosterona e a subsequente absorção renal de sódio e água.
• Esse fenômeno resulta em uma perda paradoxal de íons de hidrogênio.
• Há uma piora dessa alcalose pela absorção renal de bicarbonato.
• Hiperbilirrubinemia indireta foi observada em 2% a 5% das crianças, decorrente de um déficit na atividade da glucuroniltransferase.
Quadro Clínico
• Vômitos não biliosos em jato após a alimentação
• História de alteração de fórmula sem resolução dos sintomas
• Baixo ganho de peso
• Constipação
• Sintomas de depleção de volume:
Membranas e mucosas secas, fontanelas deprimidas ou planas, taquicardia.
Exame físico:
• Palpação de uma massa abdominal superior em formato de oliva: epigástrio
• Criança fica inquieta e chora
• O exame é auxiliado pela inserção de um tubo orogástrico para descompressão gástrica seguida por alimentação simulada com uma chupeta molhada em fórmula ou água com açúcar: deve revelar uma massa móvel e firme inferior à borda do fígado
Diagnóstico
• Perfil eletrolítico:
Hipocalemia, hipocloremia e alcalose metabólica
Ultrassonografia
• Deve-se suspeitar de estenose hipertrófica pilórica em todos os recém-nascidos nos primeiros meses de vida com vômito em jato.
• A ultrassonografia abdominal pode levar ao diagnóstico da estenose hipertrófica do piloro, revelando aumento do espessamento (tipicamente ≥ 4 mm; normal, < 3 mm) e alongamento do piloro (> 16 mm).
• Se não houver certeza do diagnóstico, repetir a ultrassonografia seriada ou fazer seriografia do trato gastrintestinal superior, que tipicamente revela retardo do esvaziamento gástrico e um “sinal do cordão” ou de “trilho de trem” do alongamento e estreitamento da luz do piloro.
• Em casos mais raros, é preciso confirmação diagnóstica com endoscopia superior.
Tratamento
• Piloromiotomia: envolve a separação longitudinal extramucosa do músculo pilórico.
• O tratamento inicial da estenose hipertrófica do piloro deve ser direcionado para a correção do distúrbio hidreletrolítico.
• O tratamento definitivo é a pilorotomia longitudinal, que deixa a mucosa intacta e separa as fibras musculares incisadas.
• No prazo de um dia de pós-operatório, a criança geralmente tolera bem a alimentação.
• O tratamento clínico usando uma sonda alimentar passada além do piloro não é considerada uma boa alternativa por causa da eficácia e da segurança da piloromiotomia.
ATRESIA ESOFÁGICA
Definição
Malformação caracterizada pela interrupção da luz do esôfago em sua porção torácica, com ausência de um segmento, o que cria uma falha entre o esôfago proximal e o distal
Fístula traqueosofágica (FTE)
Comunicação anormal que se estabelece entre o esôfago e a traqueia --> não deveria existir --> pode ocorrer associada ou isoladamente.
Fisiopatologia
É uma anomalia congênita que ocorre quando o esôfago não se desenvolve da maneira correta --> há estreitamento ou obstrução do esôfago --> defeito na divisão do intestino anterior em esôfago e traqueia (entre 2 a 4 semanas).
Classificação de Gross
C: Atresia esofágica com fístula distal (80%);
D: Atresia esofágica com fístula proximal e distal;
B: Atresia esofágica com fístula proximal (80%);
E: fístula traqueosofágica, isolada, sem atresia de esôfago (tipo H).
A: Atresia esofágica sem fístula (2ª mais comum);
Quadro clínico
Na presença de fístula traqueosofágica, o quadro é predominantemente respiratório, com tosse, taquipneia, cianose e/ou apneia. Nos casos de atresia sem fístula, o quadro respiratório é menos intenso, de início mais tardio e predomina a sialorreia.
O RN pode apresentar secreção salivar “espumosa” pela boca e/ou narina. A aspiração para a via aérea respiratória pode ocorrer com comprometimento respiratório e sintomas de tosse, cianose, dispneia, sufocação
Abdome distendido, se houver fístula traqueosofágica ou escavado, se não houver fístula.
Diagnóstico
Pré-natal
Ultrassonografia que evidencia presença de polidrâmnio, ausência ou diminuição da bolha gástrica, escassez de líquido no intestino e coto esofágico proximal dilatado.
Pós-natal/neonatal
Raio x simples de tórax e abdome. Se houver gás no trato gastrointestinal abaixo do diafragma, é confirmada uma FTE associada; a ausência de gás no abdome diagnostica atresia de esôfago isolada.
Classificação de SPTIZ
Avalia o prognóstico do bebê de acordo com o peso
Tratamento
Quando envolve FTE, a abordagem mais comum é a toracotomia posterior, com identificação da fístula e sua ligadura e secção e anastomose primária esôfago-esofagiana-término-terminal do esôfago, após ligadura da fístula, seguido de reintrodução progressiva da alimentação.
Complicações pós-operatórias
Estenose da anastomose;
Traqueomalacia;
Fístula traqueal;
Sintomas respiratórios até os 5 anos de idade.
Deiscência com fístula da anastomose esofágica;