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Figuras de linguagem - Coggle Diagram

- - - - Gradação descendente.
- - - - Omissão de termos facilmente subentendidos.
        "Na rua deserta, nenhum sinal de bonde" (Lispector)
        "De mau corvo, mau ovo" (Provérbio)
        "Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
        — Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela claridade imortal, que toda a luz resume" (Machado de Assis)
    - - Omissão de termo anteriormente expresso, que se subentende com outra flexão.
        "Nem ele entende a nós, nem nós a ele" (Camões)
    - - Ausência de conjunção entre elementos coordenados. Comunica ao estilo brevidade e rapidez.
        "Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com desespero, até que ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa como um redemoinho, empurrava as portas, estabanada: — Quero o meu periquito." (Graciliano Ramos)
    - - Suspensão intencional do pensamento, quando o silêncio parece mais expressivo do que a palavra.
        "Nós dois..., e, entre nós dois, implacável e forte,
        A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte..." (Olavo Bilac)
  - - - Grosseiro (deve ser evitado)
        
        Decorre da ignorância da significação das palavras
      - Literário (bem-vindo)
        
        Serve à ênfase, ao vigor da expressão.
        "(...) em sua casa deles dois (G. Ramos)
        "(...) pisara com os pés, que vira com os seus olhos, que pegara com as suas mãos(...) (J. Lins do Rego)
    - - Reiteração do conectivo entre elementos coordenados.
        "Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! (Olavo Bilac)
  - - - Desconexão sintática, resultante do desvio do plano de construção da frase. Iniciada com determinada estrutura, ela se interrompe de súbito e envereda por outro rumo.
        "Tu que, da liberdade após a guerra / Foste hasteada dos heróis na lança, / Antes te houvessem roto na batalha, / Que servires a um povo de mortalha!..." (Castro Alves)
    - - Concordância ideológica, irregular figurada ou semiótica
        
        De gênero
        
        Troca do masculino pelo feminino ou vice-versa. Costuma ocorrer com:
        
        Artigos "o" e "um" para subst. femininos referentes a pessoas do sexo masculino
        
        Pron. subst. indefinidos (alguém, ninguém, outrem)
        
        Nomes de cidades, ruas, avenidas, rodovias, rios e vinhos.
        
        Expressões de tratamento
        
        De número
        
        Ocorre tanto na concordância verbal quanto na nominal
        
        Verbo no plural concordando com a ideia de coleção contida num subst. singular
        
        Ex.: "O gado, de cabeça baixa, voltava para casa sem ninguém na frente. De barriga cheia, desciam para a várzea, para o conforto do curral... (J. Lins do Rego)
        
        Adjetivo concordando, não com o subst. col. expresso, mas com os elementos que o compõem.
        
        Ex.: "Ditosa condição, ditosa gente, / Que não são de ciúmes ofendidos." (Camões)
        
        Singular dos adjetivos e particípios do sujeito plural "nós" (plural de modéstia) ou vós, quando designativos de uma só pessoa
        
        "Cumpre-nos aqui, confessar, agradecido." (Eduardo C. Pereira)
        "Senhor, meu Deus, que sois clemente e justo." (Casimiro de Abreu)
        
        De pessoa
        
        Discordância entre a pessoa do verbo e a pessoa do sujeito
        
        Autoinclusão no sujeito de 3ª pessoa com o verbo na 1ª do plural
        
        Ex.; "Temos todos duas vidas..." (F. Pessoa)
        "Somos todos..."
        
        Inclusão daquele a quem se dirije na 3ª pessoa, com o verbo na 2ª pessoa
        
        Ex.: "Os dois ora estais reunidos" (C. Drummond de Andrade)
  - - - Atribuição a uma palavra do que pertence a outra da mesma frase.
        "(...) as lojas loquazes dos barbeiros" (as lojas dos barbeiros loquazes)
        "As tias, fazendo as suas meias sonolentas." (as tias sonolentas fazendo as suas meias)
    - - "mestryodização"
      - Inversão da ordem natural das palavras na oração, ou a ordem das orações no período.
        "(...) as lojas loquazes dos barbeiros" (as lojas dos barbeiros loquazes)
        "As tias, fazendo as suas meias sonolentas." (as tias sonolentas fazendo as suas meias)
      - Anástrofe
        
        Quando se pospõe uma preposição ao seu consequente.
        "Das idades através" (Castro Alves)
        "As tribos erram do areal nas vagas." (Castro Alves)
        "A Deus pedi que removesse os duros casos que Adamastor contou futuros." (Camões)
    - - Inversão por tal forma violenta dos termos, que o sentido se torna difícil de perceber.
        "Lícias, pastor — enquanto o sol recebe,
        Mugindo, o manso armento e ao largo espraia,
        Em sede abrasa, qual de amor por Febe,
        Sede também, sede maior, desmaia." (Alberto de Oliveira)
        "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante". (Osório Duque Estrada)
  - - - Repetição da(s) mesma(s) palavra(s) no começo e no fim de cada um dos membros da frase.
        "Hoje, não quero pensar senão na arte nova, hoje, não me agrada cantar senão a canção nova.
    - - Repetição da(s) mesma(s) palavra(s) no fim de cada um dos membros da frase.
        "Parece que eles vieram ao mundo para ser ladrões; nascem de pais ladrões, criam-se em meio a ladrões, morrem como ladrões.
    - - Repetição da mesma palavra no começo de cada um dos membros da frase.
        "Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só".
        "Deus te abençoe, amor, por seres bela!
        Deus te abençoe, amor, por seres pura!"
    - - Repetição da(s) mesma(s) palavra(s) no começo e no fim de cada um dos membros da frase.
        "Hoje, não quero pensar senão na arte nova, hoje, não me agrada cantar senão a canção nova.
    - - Inicia-se cada um dos membros da frase com a última palavra do membro anterior.
        "O mau humor produz a impaciência; da impaciência nasce a cólera; da cólera, a violência; e a violência conduz ao crime."
- - - - Variedades
        
        Símbolo
        
        Assunção, por um nome de um ser ou coisa, de valor convencional, abstrato.
        "Ó Natércias, ó Lauras, ó Beatrizes, / Como noite que de astros se constela, / Vai-vos seguindo a dor dos infelizes...". (Alphonsus de Guimaraens)
        O nomes destacados simbolizam as mulheres que despertam grandes paixões.
        
        Sinestesia
        
        Fusão dos sentidos (visão, audição, paladar etc.) num amálgama de ricos efeitos expressivos.
        "Por uma única janela envidraçada, (...) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras." (C. Lispector)
        
        Hipérbole
        
        Exageração.
        
        Personificação, animismo ou prosopopeia
        
        Atribuição a seres inanimados de ações, qualidades, ou sentimentos próprios do homem.
    - - Confronto de dois seres ou fatos em que o espírito percebe alguma relação.
        "Como uma cascavel que se enroscava, a cidade dos lázaros dormia" (Augusto dos Anjos)
        "Tinhas o coração ermo e fechado, como a floresta secular, sombria..." (Olavo Bilac);
        "Qual a palmeira que domina ufana (...) Tal presto há de ser no mundo novo O Brasil bem fadado" (José Bonifácio).
        :red_flag: não deve ser confundida com a metáfora, embora com ela se assemelhe.
  - - - Designação de uma pessoa ou lugar por qualquer atributo notório, ou acontecimento a que estejam ligados.
        Ex.: Água de Haia (Rui Barbosa), Poeta dos Escravos (Castro Alves), Cavaleiro da Triste Figura (D. Quixote), Patriarca da Independência (José Bonifácio), Cidade Luz (Paris), Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro)