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História Da Música Popular Brasileira - Coggle Diagram
História Da Música Popular Brasileira
LUNDU
Origem e Evolução
Raízes Africanas
Contexto: Dança comunal praticada em batuques religiosos.
Chegada ao Brasil: Relatada desde meados do século XVIII.
Origem: Bantu (Angola).
Primeiros Registros
Bahia: Provável ponto de entrada.
Relatos: Documentados em Pernambuco e Rio de Janeiro (década de 1760).
Marco na Música Brasileira
Primeira gravação fonográfica: "Isto é Bom" (Xisto Bahia), 1902.
Transformação Cultural
Inicialmente sensual e marginalizado.
Fusão com fandango europeu: Adotou o estalar de dedos.
Evolução: Da dança lasciva para o lundu-canção, aceito nos salões imperiais.
Características
Musicalidade
Ritmo: Compasso binário com síncopes marcantes.
Letras: Satíricas, maliciosas e de humor social.
Instrumentação: Presença de viola e percussão leve.
Importância Histórica
Base rítmica de gêneros como o choro, samba e baião.
Influência em Portugal: Adotado no teatro e nos salões de Lisboa.
Dança e Coreografia
Formação em roda: Par ao centro com palmas e cantos.
Elementos: Umbigada, estalos de dedos e movimentos dos quadris.
MODINHA
Origem e Contexto
Raízes e Primeiras Manifestações
Mistura de música erudita e popular.
Introdução em Portugal: Por Domingos Caldas Barbosa (década de 1770).
Gênero lírico-romântico.
Desenvolvimento no Brasil
Retorno ao Brasil: Das câmaras portuguesas para as ruas e praças.
Primeiras composições impressas: Década de 1830.
Características Musicais
Características Musicais
Geralmente em duas partes (composições simples).
Uso predominante do modo menor (tom melancólico).
Compasso binário ou quaternário, com variações para o ternário.
Conteúdo Poético
Temática: Amorosa, lírica e sentimental.
Requebros melódicos: Influência direta da performance vocal brasileira.
Instrumentação
Comum: Cravo, guitarra e voz.
Exemplos impressos em periódicos como o Jornal de Modinhas (1792).
Fases de Desenvolvimento
Primeira Fase
Inspirada pela música operística italiana
Harmonização por músicos como Sigismund Neukomm.
Segunda Fase
Difusão no Rio de Janeiro como centro cultural.
Século XIX: Desenvolvimento de modinhas simplificadas.
Terceira Fase
Evolução para gêneros mais populares, como o samba-canção.
Início do século XX: Coletâneas de modinhas.
Exemplos Importantes
“Minha Marília não vive” (Cândido Inácio da Silva).
“Quando na verde campina” (modinha do século XVIII, analisada por Lima).
Legado
Base para o desenvolvimento de canções brasileiras com caráter romântico.
Símbolo da integração entre culturas europeia e local.
Origem do Choro e Contexto Histórico
Contexto:
Fatores sociais e urbanos:
Reforma urbana no Rio de Janeiro.
Abolição do tráfico de escravos (1850).
Formação da classe média suburbana: funcionários públicos, músicos de bandas militares e pequenos comerciantes (majoritariamente negros).
Influências externas:
Instrumentos e músicas europeias trazidos pela Corte Portuguesa (1808).
Popularização de danças como valsa, quadrilha, mazurca, polca, habanera e schottisch.
Instrumentos e Estilos Importados
Instrumentos Introduzidos
Piano (importante em salões e residências).
Bandas militares (clarinete, trombone, flauta, etc.).
Danças e gêneros musicais trazidos:
Valsa:
Origem: Alemanha (séc. XV), popular na Europa (séc. XIX).
Adaptação brasileira: do popular ao erudito.
Características: compasso ternário (3/4), dança de salão com pares enlaçados.
Quadrilha:
Origem: França.
Popular nos bailes da Corte; migração para festas juninas com variações regionais.
Outras danças:
Polca (1844): andamento rápido, compasso binário.
Mazurca (1840): compasso ternário, influenciada por Chopin
Schottisch (Xote) (1851): binário, influente no Sul e Nordeste
Habanera e Tango (1860): origem africana, chegada pela Espanha e Cuba.
Gêneros Formados no Brasil
Tango Brasileiro
Início: “Olhos matadores” (Henrique Alves de Mesquita, 1871).
Evolução:
Composições de Ernesto Nazareth (90 tangos), com influência do batuque e lundu.
Principais obras: Brejeiro, Odeon, Bambino, Escorregando, Dengoso.
Maxixe:
Origem: Rio de Janeiro, 2ª metade do século XIX
Características:
Dança de salão urbana, moderna e internacional.
Ritmos derivados da polca-lundu e tango-lundu.
Considerado vulgar inicialmente, mas ganhou popularidade
Choro:
Formação: modificação rítmica das danças europeias com síncopa afro-brasileira.
Características:
Estrutura em forma rondó (A-B-A-C-A).
Instrumentação: flauta, cavaquinho, violão, piano, clarinete, pandeiro, entre outros.
Destacado como “escola do músico popular brasileiro”
Figuras Importantes
Henrique Alves de Mesquita
Criador do tango brasileiro.
Ernesto Nazareth:
Sistematizador do tango brasileiro.
Composições
90 tangos, 41 valsas, 28 polcas.
Conexão entre música erudita e popular.
Primeira obra: Você bem sabe (1877).
Chiquinha Gonzaga:
Compositora e regente pioneira.
Integração das influências populares e eruditas ao piano.
Luta pela liberdade e direitos das mulheres.
Pixinguinha:
Principal nome do choro moderno.
Anacleto de Medeiros:
Maestro e compositor de destaque no choro.
Grupos e Legado do Choro
Primeiros Grupos:
Joaquim Callado e sua banda (aproximadamente 1870).
Oito Batutas (1919).
Grupos de Destaque ao Longo do Tempo:
Regional de Benedito Lacerda (1934).
Época de Ouro (1964).
Nó em Pingo d’Água (1979).
Obras Importantes:
O Choro – reminiscências dos chorões antigos (Alexandre Gonçalves Pinto, 1936).
Choro
Anacleto de Medeiros e as Bandas
Contexto Histórico
Cidade marcada por modernização e tradições escravistas.
Mistura de influências musicais:
Ritmos afro-americanos: batuques e lundus.
Gêneros europeus: polca, schottisch, mazurca e valsa.
Final do século XIX e início do século XX no Rio de Janeiro.
Modinhas brasileiras.
Importância das Bandas
Atingiam públicos diversos em festas, salões e concertos.
Papel fundamental na profissionalização do músico e pioneirismo em gravações.
"Era das bandas" foi marcada pela popularidade e relevância dessas formações.
Contribuições de Anacleto de Medeiros
Papel de líder e inovador cultural.
Produziu composições que misturam:
Polca, valsa, tango, marcha, maxixe, "xótis" e choro.
Reconhecido como sistematizador do schottisch brasileiro.
Relevância como maestro e arranjador:
Primeiro regente da Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (BCBRJ).
Banda responsável pelos primeiros fonogramas gravados no Brasil.
Gravações da BCBRJ
Realizadas pela Casa Edson no início do século XX.
Repertório documentado: 33 valsas, 28 polcas, 23 dobrados, 11 schottisch, 8 tangos, entre outros.
Pixinguinha
Trajetória
Nasceu em 1897 no Rio de Janeiro.
Família musical; casa frequentada por importantes chorões.
Primeiro sucesso: tango "Dominante" (1914).
Gravações marcantes: "Rosa" (valsa) e "Sofres porque queres" (choro).
Oito Batutas
Formado em 1919 para apresentações em cinemas e turnês.
Experiência internacional em Paris: Influência do jazz e incorporação de novos instrumentos.
Contribuições ao Choro
Consolidou padrões de improvisação no gênero.
Parceira com Benedito Lacerda (1946-1951): Gravações inovadoras com diálogo melódico entre saxofone e flauta.
Participação em diversos grupos musicais: Ex.: Choro Carioca, Oito Batutas, Diabos do Céu.
Música de Barbeiros nas Cidades Imperiais
Primeira expressão de música popular genuinamente brasileira.
Realizada por escravos de ganho ou negros forros:
Ofício permitia tempo livre para prática musical.
Função multifacetada: música, barbear e pequenas práticas médicas.
A Continuação do Choro
Renascimento do Gênero (Década de 1970)
Resgate promovido por músicos, jornalistas e críticos.
Eventos marcantes:
Show Sarau (Paulinho da Viola e Época de Ouro).
Programa de TV "O chorão das sextas-feiras".
Formação de novos grupos jovens.
Clubes do Choro
Criados em diversas cidades brasileiras:
Ex.: Rio de Janeiro (1975), Brasília (1976), Recife, São Paulo e Salvador.
Estímulo ao mercado fonográfico e novos festivais.
Transformações no Gênero
Criação de novos estilos dentro do choro: Ex.: obras de Hermeto Pascoal e Wagner Tiso.
Jovens músicos destacaram-se como impulsionadores: Ex.: Raphael Rabello, Maurício Carrilho.
Samba
Samba: Estilo Antigo e Estilo Novo
Primeiros Registros e Etimologia
Ligação com coreografias afro-brasileiras (roda de samba e candomblé).
Etimologia: sembá (umbigo, em angolano).
Primeiro registro do termo "samba": jornal O Carapuceiro (1838).
Gesto da umbigada como elemento central.
Gênero Musical
Evolução do termo "samba": evento, dança e, posteriormente, gênero musical.
Influências: danças rurais, candomblé, lundu, batuques e maxixe.
Década de 1920: surgimento do samba amaxixado
Estilo Antigo (Tia Ciata)
Compositores associados: Donga, Sinhô, Pixinguinha, Caninha e João da Baiana.
Instrumentos: pandeiro, prato-e-faca e palmas.
Estilo Novo (Estácio de Sá)
Compositores: Ismael Silva, Nilton Bastos, Bide, Brancura.
Instrumentos introduzidos: tamborim, cuíca e surdo.
"Paradigma do Estácio": nova fórmula rítmica com pulsação mais complexa.
Gravação de Na Pavuna
Primeiro registro de percussão de escola de samba: Na Pavuna (1929).
Instrumentos: pandeiro, surdo e tamborins.
Impacto cultural: popularização da batucada e profissionalização dos ritmistas.
Personagens Importantes
Donga
Participação em grupos como Os Oito Batutas, Guarda Velha e Velha Guarda.
Controvérsia sobre autoria de Pelo Telefone: composição coletiva na casa de Tia Ciata.
Compositor de Pelo Telefone (1917), marco do samba urbano.
Sinhô
Compositor pioneiro do samba carioca.
Características: sambas melodiosos, em modo maior, com forte sincopado do maxixe.
Contribuição: divulgação do samba e fixação do estilo antes de 1930.
Ismael Silva
Influenciado pelo maxixe, iniciou na adolescência no Estácio.
Fundador da primeira escola de samba, Deixa Falar (1928).
Contribuição: afastou o samba do maxixe e aproximou-o da marcha.
Pelo Telefone: Marco do Samba Urbano
Sucesso de público e comercialização em 1917.
Importância:
Registro como "samba carnavalesco", em um momento em que o samba ainda não era bem definido.
Início da fase comercial da música popular brasileira.
Ary Barroso, Noel Rosa, Carmen Miranda e Dorival Caymmi
Avanços Tecnológicos
Melhoria na captação de som:
Mudança na interpretação vocal (ex.: Mário Reis)
Uso de microfones, amplificadores e agulhas eletromagnéticas
Principais Nomes da Época
Ary Barroso (1903–1964)
Principais contribuições:
170 canções gravadas
"Aquarela do Brasil" (samba-exaltação)
Atividades adicionais:
Radialista, locutor esportivo, político
Parcerias: Lamartine Babo, Carmen Miranda, entre outros
Sucesso nos EUA: "Aquarela do Brasil" e "Na Baixa do Sapateiro" em filmes da Disney
Noel Rosa (1910–1937)
Transformações no samba:
Influência dos sambistas do Estácio
Temas das composições:
Cotidiano carioca, boêmia, crítica social
Produção intensa:
250 canções em 5 anos
Grandes sucessos: "Com que Roupa?", "Feitio de Oração", "Conversa de Botequim"
Carmen Miranda (1909–1955)
Carreira nacional e internacional:
Sucesso com "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí")
Representação internacional da música brasileira nos EUA
Contribuições musicais:
Repertório rico em sambas e marchinhas
Participação em 14 filmes e gravação de 32 músicas nos EUA
Dorival Caymmi (1914–2008)
Temáticas:
Canções praieiras, sambas de roda, folclóricas e samba-canção
Contribuições marcantes:
"O Que É Que a Baiana Tem?" em parceria com Carmen Miranda
Canções icônicas: "Marina", "Saudade de Itapuã", "Maracangalha"
Influências:
Mozart, Debussy, Noel Rosa, Jorge Amado
Época de Ouro (1929-1945)
Impacto do Rádio
Publicidade gerando receita e diversidade de programação
Expansão do público com a venda de rádios a prazo
Difusão nacional da música popular urbana
Centro: Rio de Janeiro
Os grandes cantores e a música romântica
Interpretes Icônicos
Os Quatro Grandes: Francisco Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Carlos Galhardo.
Características:
Vozes que despertavam "idolatria".
Intérpretes de sambas, marchas e valsas.
Outros destaques:
Orlando Silva (1915-1978): "Cantor das Multidões".
Nelson Gonçalves (1919-1998): Desenvolveu estilo próprio após início imitando Orlando Silva.
Aracy de Almeida (1914-1988): Grande intérprete de Noel Rosa.
Moreira da Silva (1902-2000): Ícone do samba de breque.
Gêneros Musicais em Destaque
Canção Romântica
Origens: Cresceu com as valsas no início do século XX.
Apogeu: Década de 1930.
Repertório sugerido (Valsas): Interpretadas por Francisco Alves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Sílvio Caldas.
Fox Brasileiro
Influências: Fox-trot norte-americano.
Fase mais importante: 1938-1945.
Grandes intérpretes: Francisco Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Nelson Gonçalves.
Samba
Popularidade: Representou 1/3 das gravações brasileiras entre 1931-1940.
Modalidades: Samba de breque consagrado por Moreira da Silva.
Compositores destacados: Ary Barroso, Noel Rosa, Wilson Batista, Geraldo Pereira.
Principais Nomes da Época
Herivelto Martins (1912-1992)
Contribuições:
Inovador no uso de breques em gravações.
Formação do Trio de Ouro com Dalva de Oliveira e Nilo Chagas.
Ocupação: Compositor, violonista, cantor, ator.
Wilson Batista (1913-1968)
Contribuições
Retratou a boêmia, vadiagem e questões sociais.
Primeiro compositor a retratar mulheres no auge do machismo.
Parcerias: Nássara, Ataulfo Alves.
Assis Valente (1911-1958)
Contribuições:
Compositor de sambas e marchinhas interpretadas por Carmen Miranda e outros.
Obras regravadas por Ney Matogrosso, Caetano Veloso, entre outros.
Ataulfo Alves (1909-1969)
Influências: Toada rural.
Produção dividida em três fases:
Anos 1940: auge como intérprete.
Maturidade: obras-primas como Mulata Assanhada.
Anos 1930: composições para outros cantores.
Parcerias: Mário Lago, Wilson Batista, Roberto Martins.
Haroldo Lobo (1910-1965)
Destaque: Compositor carnavalesco com músicas em todos os carnavais entre 1937 e 1966.
Parcerias: Wilson Batista, Benedito Lacerda.
Época de Ouro: Os Grandes Cantores e a Música Romântica
Avanços
Espaço ampliado para artistas populares.
Profissionalização do rádio nos anos 1930 com publicidade.
Introdução
Características principais:
Rádio, gravações e cinema falado impulsionando a indústria cultural.
Surgimento do samba, marchinha de carnaval, música caipira e divulgação da música nordestina.
Período: 1929 a 1945.
Frevo e Música Caipira
Frevo
Dança
Passos inspirados na capoeira, com movimento frenético.
Passos rápidos, com ênfase em giros e saltos.
Subgêneros:
Frevo-abafo.
Frevo-ventania.
Frevo-coqueiro.
Características Musicais
Instrumentação predominante: sopro (clarinete, saxofone, trombone) e percussão (caixa, surdo, pandeiro).
Dinâmica intensa, celebrando a energia do carnaval.
Andamento rápido.
Marcos Históricos
1930-1940: Popularização no Rio de Janeiro, com influências das grandes marchas carnavalescas.
1950: Expansão através do trio elétrico (Dodô e Osmar).
Atualidade: Grupo Spokfrevo Orquestra, que revive o frevo tradicional com novos arranjos.
Divisões principais:
Frevo de Rua:
Instrumental.
Popular no carnaval, caracterizado pelo ritmo acelerado.
Frevo de Bloco:
Lírico e mais suavizado.
Maior presença feminina, com letras.
Frevo-canção:
Letra adicionada, popular na Era de Ouro do rádio.
Principais Autores e Intérpretes:
Compositores: Nelson Ferreira, Capiba, Levino Ferreira.
Intérpretes: Almirante, Mário Reis, Gilberto Alves.
Origem e Desenvolvimento
Influências: Marchas, dobrados, polcas e músicas militares.
Primeira menção: Jornal Pequeno, 9 de fevereiro de 1907.
Musica Caipira
Características Musicais
Sonoridade única
Influência do trabalho rural (mãos enrijecidas).
Ritmos peculiares e execução singular.
Exemplo: Trastejado como elemento estético (similar ao flamenco).
Instrumentação
Predomínio da viola e violão.
Evolução nas décadas de 1940-1960 com novas duplas musicais.
Mudanças e Hibridizações
Influência de ritmos estrangeiros
Décadas de 1950-1960: Guarânia, chamamé, rancheira.
Bolero e samba-canção.
Transição para música urbana
Exemplo: Léo Canhoto e Robertinho.
Década de 1980: Comercialização intensificada
Ascensão do sertanejo romântico (Chitãozinho e Xororó).
Cornélio Pires: Pioneiro da Música Caipira
Iniciativas culturais
1910: Apresentações no Colégio Mackenzie.
Introdução da "moda de viola".
Contribuição à indústria fonográfica
1929: Produção independente de discos.
Sucesso de vendas e impacto cultural.
Novas Vertentes na Década de 1990
Resgate de raízes
Duplas: Pena Branca e Xavantinho.
Apoio de artistas como Renato Teixeira e Milton Nascimento.
Confusão terminológica
Divisão entre "modão", "música de raiz" e sertanejo romântico.
Origem e Desenvolvimento da Música Caipira
Primeiras manifestações
Década de 1930: compositores populares de baixa renda.
Exemplo: Cornélio Pires, Ferrinho, Tonico e Tinoco.
Papel cultural
Representação da vida rural e seus desafios.
Registro de eventos históricos: Revolta de 1924, crise de 1929, Segunda Guerra Mundial.
Baião e o Samba-canção
Baião
Impacto Cultural:
O baião foi popular entre 1947 e 1957 e influenciou músicos após 1960 como Hermeto Pascoal.
Declínio: A popularidade nas rádios diminuiu no final dos anos 1950, embora sua influência cultural permanecesse.
Jackson do Pandeiro:
Um dos principais nomes da música nordestina, conhecido como o "Rei do Ritmo".
Diversificou-se em baião, coco e marchinhas, com sucessos como "Sebastiana" e "Chiclete com Banana".
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião:
Iniciou a carreira no Rio, destacando-se no programa de Ary Barroso.
Em 1946, criou o "Baião" com Humberto Teixeira e compôs clássicos com José Dantas.
O baião mesclou ritmos nordestinos à música urbana com acordeom, zabumba e triângulo.
Samba-Canção
Fase de Ouro (1946–1950):
Divisão em duas vertentes:
Tradicional, com Lupicínio Rodrigues e Herivelto Martins.
Moderna, com Dick Farney e Lúcio Alves, precursores da Bossa Nova.
Grandes sucessos como "Marina" (Dorival Caymmi) e "Segredo" (Herivelto Martins) levaram o gênero ao topo.
Principais Intérpretes e Compositores:
Tradicionais: Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Francisco Alves e Nelson Gonçalves.
Modernos: Dick Farney, Lúcio Alves e Nora Ney.
Compositores Importantes: Ary Barroso, Tom Jobim (pré-Bossa Nova), Dolores Duran e Maysa.
Origem e Desenvolvimento:
Surgiu na década de 1920 como uma vertente mais lenta e romântica do samba, com influências do bolero e do fox-canção.
Exemplos marcantes incluem "No Rancho Fundo" (1931) e "Último Desejo" (1938).
Bossa nova e suas origens
Surgimento da Bossa Nova
Início:
Jovens músicos da classe média carioca.
Encontros no apartamento de Nara Leão.
Consolidação:
1958: Álbum "Chega de Saudade" (João Gilberto).
Características Musicais:
Novo estilo de violão:
Polirritmos e dissonâncias.
Canto falado, baixo volume, arranjos despojados.
Harmonia-percussiva.
Principais Artistas e Obras
João Gilberto
Álbuns principais:
O Amor, o Sorriso e a Flor (1960).
Getz/Gilberto (1964).
Chega de Saudade (1959).
Técnicas inovadoras no violão e voz.
Vinicius de Moraes
Obras marcantes:
"Garota de Ipanema", "Chega de Saudade", "A Felicidade".
Parcerias:
Tom Jobim, João Gilberto, entre outros.
Tom Jobim
Influências:
Jazz, samba, música clássica (Chopin, Villa-Lobos).
Clássicos:
"Desafinado", "Corcovado", "Dindi".
Outros Nomes Importantes:
Carlos Lyra, Roberto Menescal, Nara Leão, Baden Powell.
Pré-Bossa Nova (1946-1957)
Principais Nomes:
Compositores e cantores:
Antônio Maria, Vinicius de Moraes, Dolores Duran, Billy Blanco.
Instrumentistas inovadores:
Johnny Alf, João Donato, Moacir Santos, Paulo Moura.
Internacionalização da Bossa Nova
Momentos-chave:
1962: Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall (Nova York).
Colaborações internacionais:
Stan Getz (álbum Getz/Gilberto, 1964).
Reconhecimento: Grammy por Getz/Gilberto (1965).
Bossa Nova
Características culturais:
Influências do jazz americano.
Ascensão da classe média carioca.
Síntese Musical da Bossa Nova
Harmonia
Notas econômicas e dissonantes.
Ritmo:
Batida swingada e homogênea.
Letras:
Integração orgânica à melodia.
Samba-Jazz
Grupos e músicos importantes
Pioneiros e grupos relevantes
Turma da Gafieira (1950s): precursor do samba-jazz.
Grupos entre 1962-1965:
Milton Banana Trio
Sambalanço Trio
Tamba Trio
Rio 65 Trio
Zimbo Trio
Músicos destacados
Luiz Eça (pianista, Tamba Trio).
Edison Machado (baterista, pioneiro no protagonismo da bateria).
Raul de Souza, Dom Um Romão, Baden Powell, Maurício Einhorn, entre outros.
Cenários marcantes
Beco das Garrafas (Copacabana)
Casas noturnas: Bottle's Bar, Little Club, Baccara, etc.
Palco para encontros e apresentações de grandes músicos.
Repertório nos shows
Adaptação de músicas bossa-novistas e sambas tradicionais.
Influência de repertórios jazzísticos.
Características musicais
Elementos principais
Formação instrumental: trios, quartetos e quintetos.
Improvisação jazzística com ritmos do samba.
Estética vibrante e efusiva.
Influências do Jazz
Harmonia sofisticada e melodias sobre tensões harmônicas.
Bebop norte-americano como referência.
Contexto histórico
Origens e definição
Combinação de samba com jazz, especialmente bebop.
Baseado na formação de baixo-piano-bateria.
Movimento paralelo à bossa nova, mas com sonoridade distinta.
Nasceu no final dos anos 1950 em Copacabana, RJ.
Comparação com a Bossa Nova
Bossa nova: intelectualizada, estética intimista.
Samba-jazz: caloroso, efusivo, com espaço para improvisação.
Impacto e legado
Transformação da música brasileira
Contribuição para a moderna música instrumental.
Revelação de gerações de músicos talentosos.
Renascimento do gênero
Reedições e coletâneas (pós-2000).
Shows e festivais revivendo o samba-jazz.
Influência mundial
Popularidade do samba-jazz em festivais internacionais.
Estilo reconhecido por unir a sofisticação do jazz com o swing brasileiro.
Os festivais e a tropicália
Os Festivais
Evolução da Televisão no Brasil
Início em 1950 (TV na Taba)
Consolidação nos anos 1960
Festivais de Música Popular Brasileira (MPB)
1965: "Arrastão" (Edu Lobo e Vinícius de Moraes)
1966: "A Banda" (Chico Buarque) e "Disparada" (Geraldo Vandré e Theo de Barros)
1967: Apogeu com "Ponteio", "Domingo no Parque", "Alegria, Alegria", "Roda Viva"
Festivais Internacionais
Divisão Nacional e Internacional
Revelação de Milton Nascimento e músicas como "Travessia"
Declínio dos Festivais
1968 a 1972: Redução de interesse e impacto
A Tropicália
Características
Movimento cultural de vanguarda (1967–1968)
Integração do moderno e do tradicional
Obras de Referência
"Tropicália" (Caetano Veloso)
Disco-manifesto "Tropicália ou Panis et Circenses" (1968)
Principais Nomes
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Mutantes, Tom Zé
Júlio Medaglia, Rogério Duprat
Jovem Guarda, Música Brega, Clube da Esquina e Rock Nacional
Música Brega
Definição: Música romântica com arranjos simples.
Evolução: Incorporou ritmos como o Kizomba e o Zouk (ex.: Brega Funk em Recife).
Características:
Inicialmente considerada cafona e associada às classes populares.
Artistas principais:
Décadas de 1940 e 1950: Orlando Dias, Carlos Alberto, Cauby Peixoto.
Década de 1970: Reginaldo Rossi, Waldick Soriano.
Década de 1980: Wando, Amado Batista, Odair José.
Clube da Esquina
Definição: Movimento musical mineiro que misturou rock, jazz, música clássica e regional.
Destaque: Álbum "Clube da Esquina" (1972).
Características:
Síntese de diferentes gêneros musicais.
Influência em artistas como Ivan Lins, Gonzaguinha, Milton Nascimento.
Contexto Histórico:
Surgiu no cenário da MPB junto à Tropicália e Bossa Nova.
Artistas principais:
Milton Nascimento, Lô Borges, Toninho Horta.
Influência em artistas internacionais: Pat Metheny, Wayne Shorter.
Jovem Guarda
Artistas principais:
Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia.
Grupos: Golden Boys, Renato e Seus Blue Caps, The Fevers.
Características:
Ritmo frenético, letras inocentes e identificação com adolescentes.
Influência do rock internacional (Beatles, Elvis Presley, Rolling Stones).
Definição: Programa musical exibido pela TV Record (1965-1968).
Apresentadores: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia.
Local: Teatro Record (SP) e transmissão para outras cidades por videotape.
Rock Nacional
Definição: Adaptação do rock internacional ao contexto brasileiro.
Primeiros sucessos: "Banho de Lua" e "Estúpido Cupido" (Celly Campello).
Características:
Rebeldia e linguagem jovem.
Fusão com outros estilos (reggae, maracatu, hardcore).
Contexto Histórico:
Década de 1960: Jovem Guarda e Tropicália.
Década de 1970: Psicodelia e hard rock (Os Mutantes, Raul Seixas).
Década de 1980: Expansão com bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso.
Eventos importantes:
Rock In Rio (1985): Consolidação do rock como fenômeno de massa.