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FERIDA CIRÚRGICA, CURATIVOS E DRENOS: CONCEITO, TIPOS, REAÇÃO LOCAL E…
FERIDA CIRÚRGICA, CURATIVOS E DRENOS: CONCEITO, TIPOS, REAÇÃO LOCAL E SISTÊMICA
Conceito de ferida
É uma resposta complexa, altamente organizada, de um organismo à ruptura tecidual devida a lesão
Processo altamente confiável na ausência de
infecções endógenas e exógenas, interferências mecânicas ou certos processos de doença
Complicações
Potencial de infecção por novas cepas de bactérias resistentes a antibióticos
Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM)
Enterococos resistentes à vancomicina (ERV)
Tipos de feridas cirúrgicas
Feridas limpas (Classe I)
Feridas operatórias não infectadas
Nenhuma inflamação é encontrada
Tratos respiratório, digestivo e geniturinário não são penetrados
Fechadas primariamente
Drenadas com um sistema de drenagem fechada da ferida
Exemplos
Biópsia de mama
Substituição total de quadril
Cirurgia de coração aberto
Feridas contaminadas limpas (Classe II)
Tratos respiratório, digestivo ou
geniturinário são penetrados sob condições controladas
Não há sinal de infecção
Nenhuma violação da técnica asséptica
Exemplos
Apendicectomia não perfurada
Histerectomia
Toracotomia
Feridas contaminadas (Classe III)
Feridas abertas, recentes, acidentais, como trauma penetrante, fraturas
abertas ou cirurgias com violações importantes da técnica asséptica
Incisões com sinais de infecção
ou derramamento grosseiro do trato gastrointestinal também são incluídos
Exemplos
Traumatismo abdominal penetrante comprometendo intestino
Ferida de tiro no abdome
Feridas sujas ou infectadas (Classe IV)
Feridas fisicamente induzidas antigas com tecido desvitalizado retido e
feridas que envolvem uma infecção clínica existente ou víscera perfurada.
Exemplos
Excisão e drenagem de abscesso
Fechamento primário retardado de uma ferida
após apendicectomia para apendicite perfurada
Reação local
Hematoma
- coágulos na incisão.
Seroma
- coleção de fluidos linfáticos com baixo oxigênio.
Pode evoluir para necrose e deiscência.
Deiscência
- abertura espontânea da sutura.
Infecção de sítio cirúrgico
Frequentemente afetam tecidos superficiais
Infecções mais graves afetam os tecidos profundos ou outras partes do corpo manipuladas durante o procedimento
Aparente dentro de 4 a 30 dias de um procedimento operatório
Em implante de prótese pode ocorrer vários meses após a operação
Pode ser considerada infecção relacionada ao procedimento até 1 ano após o ato cirúrgico
Processo inflamatório da ferida ou cavidade operatória que drena exsudato purulento
Com ou sem cultura positiva
Reação sistêmica
Estado nutricional
Deficiências nutricionais
Impedem a proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno e epitelização
IMC e índice de albumina sérica
Parâmetros nutricionais simples que se utilizados no momento certo podem prevenir complicações pós-operatórias
Obesidade
A espessura do tecidos subcutâneo é um fator de risco significativo para infecção da FO
Maior IMC
Maior risco de infecção na FO
Medicamentos
Atentar
Medicamentos que interferem na resposta inflamatória e na proliferação celular
Glicocorticoides sistêmicos
AINE utilizado a longo prazo
Quimioterápicos
Diabetes
Prevenção de hiperglicemia
Prevenção de infecção de sítio cirúrgico
Hiperglicemia
Associada à diminuição da força tênsil da ferida
Redução da capacidade fagocitária dos neutrófilos
Tabagismo
Pós-operatório
Atraso na cicatrização da FO
Aumento de complicações
Infecção
Deiscência e anastomose
Necrose de retalhos
Diminuição na resistência à força tênsil na incisão
Bebida álcoolica
Exposição aguda ao álcool
Supressão da liberação de toxinas proinflamatórias
Maior taxa de infecção pós-lesão
Processo de Cicatrização
Tipos de fechamentos de feridas
Primeira Intenção
Feridas fechadas com suturas, grampos ou esparadrapo aplicados tão logo quanto possível depois do momento da lesão
Na conclusão do fechamento, nenhum espaço morto é deixado para se tornar um local potencial de infecção
A contaminação restringe-se ao mínimo pela obediência rígida à técnica asséptica
O trauma é mínimo
Não há nenhuma perda de tecido
Terceira Intenção ou Fechamento primário retardado
Ocorre quando a aproximação das bordas da ferida é intencionalmente retardado 3 ou mais dias depois do ferimento ou cirurgia
Podem exigir desbridamento e usualmente necessitam de linhas
de sutura primária e secundária, como quando são usadas suturas de retenção
Condições que
levam a decidir por um fechamento retardado
Remoção de um órgão inflamado
Contaminação intensa da ferida
A natureza crítica da condição intraoperatória do paciente
Pacientes de trauma
hemodinamicamente instáveis
Segunda intenção (Granulação)
Em geral, deixa-se este tipo
de ferida aberta e a cicatrização ocorre de dentro para fora
Permite a limpeza adequada e o curativo da ferida à medida que o colágeno sadio se acumula na parte de dentro
A área de perda tecidual se enche gradualmente com tecido de granulação,
compreendendo fibroblastos e capilares
O tecido cicatricial é extenso em virtude do tamanho do espaço que precisa ser fechado
Cicatriz
Feridas crônicas,
feridas sujas e feridas traumáticas onde grandes áreas de tecido são perdidas
Perda tecidual com incapacidade de aproximar as bordas da ferida
Fases de Cicatrização
Inflamatória
Hemostasia e matriz provisória
Início do processo inflamatório
Dura 3 a 6 dias
Proliferativa
Epitelização - barreira proteica
Dura 6 dias a 2 semanas
Remodelação
Maior deposição de colágeno
Inflamação -> Angiogênese -> Fibroplasia -> Colágeno -> Epitelização
2 a 4 semana.
Fatores que afetam a cicatrização
Condições preexistentes
Diabetes, HAS, anemia, câncer, comprometimento cardíaco, entre outros.
Estado nutricional, oxigenação, infecção local, resposta inflamatória, temperatura.
Tipos de curativos
Quanto melhor o manejo, menor o risco de infecção no sítio cirúrgico.
Coberturas
Primária
- leito da ferida
Hidrogel, hidrocoloide, alginato, colágeno, entre outros.
Secundária
- sobre o curativo primário;
Hemostasia, compressão e proteção.
Gaze estéril, gazes kerlix, espuma, micropore, filme transparente, entre outros.
Tipos de drenos
Controlam a equimose e evitam infecções
Oferecem saídas
Podem ser evacuados ar e líquidos do sítio operatório, como soro, sangue, linfa, secreções intestinais, bile e pus
Sistema aberto
Penrose; Tubo T (gravidade).
Quanto ao material
Látex, PVC ou silicone.
Quanto a ação
Capilaridade
- saída de secreção pela superfície externa do dreno.
Gravitação
- por cateteres calibrosos, utilizados em drenos pleurais.
Sucção
- por pressão
negativa dentro da cavidade, não dependendo da gravidade.
Sistema fechado
Portovac (sucção); Torácico.
Avaliação da Ferida Operatória
Fase Inflamatória
Achados clínicos inflamatórios em até 4 dias
Dor
Rubor
Calor ao toque
Atentar-se
União das bordas
Cor da linha da sutura
Pode apresentar-se vermelha ou mudando para rosa-claro
As margens devem apresentar-se bem alinhadas e nenhuma tensão deverá ser observada
Fase Proliferativa
Perceber por meio da palpação, a deposição de colágeno adjacente à lesão
Sentido com um halo rígido ao longo da incisão
Estendendo-se a 1cm de cada lado entre o 5º e o 9º dia de pós-operatório
Observar e realizar
Palpação perilesão à procura de edema, enduração, flutuação e mudanças de cor
Fase de Remodelação
Pode levar de 1 a 2 anos
Observar
Cor da FO que muda gradualmente de uma cor vermelho-rosa para uma cor acinzentada ou branca
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
ENFERMAGEM EM SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO II
DOCENTE: Profª Drª Mariangela Nunes
DISCENTES: Arthur Machado, Dalylla Silveira, Isis Pereira, Larissa Conceição e Victor Sobral
ROTHROCK, J. C. Rothrock. Alexander: Cuidados críticos ao paciente
cirúrgico. 13ª edição. Cap.8. 2018.
OLIVEIRA, Adriana de Cristina de; SILVA, Maria Virginia Godoy da. Teoria e prática na prevenção. Cap. 6.
CAMPOS, A. C. L.; BRANCO, A. B.; GROTH, A. K.; Cicatrização de Feridas. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), Mar 2007.
MEDEIROS, A. C.; DANTAS-FILHO, A. M. Cicatrização das feridas cirúrgicas. JOURNAL OF SURGICAL AND CLINICAL RESEARCH, [S. l.], v. 7, n. 2, p. 87–102, 2017.
REFERÊNCIAS