2 situações vieram contribuir para a ocupação dos espaços institucionais públicos pelo psicólogo: 1º lugar, o mercado dos atendimentos psicológicos privados mostrava-se cada vez mais limitado com a crise econômica e social que abateu o país. Além disso, estava difícil absorver o número crescente de profissionais que saía das universidades. Estabeleceu-se um claro desequilíbrio entre a oferta e a procura de serviços de Psicologia, pois com a crise econômica, a classe média, que era sua grande consumidora foi ficando cada vez mais empobrecida, tendo que conter despesas com os serviços dos psicólogos. Segundo Dias (1994), os serviços públicos de Psicologia passaram a ser atrativos não só para os psicólogos recém formados, mas também para aqueles que já tinham um tempo considerável de atuação no mercado privado. A visão corrente do serviço público como um emprego vitalício, cuja carga horária reduzida permitia outras atividades, além de possibilitar o exercício clínico, sem dúvida foram alguns dos aspectos que mais atraíram o psicólogo em busca da segurança de uma remuneração fixa e garantida, ainda que modesta. Foi assim que as primeiras tentativas de ocupação dos espaços institucionais públicos foram acontecendo, em hospitais psiquiátricos e gerais, postos e centros de saúde, maternidades etc.