A hanseníase é uma doença crônica causada pelo Mycobacterium leprae, estando atualmente, num contexto de erradicação, entretanto o Brasil ocupa a segunda posição de países onde registram casos novos de hanseniase no mundo.
E por ser uma doença que está diretamente ligada à vulnerabilidade socioeconômica ela está em maior incidência em regiões como o nordeste, centro-oeste e norte.
Com a entrada do hospedeiro no organismo, o bacilo de Hansen ocupa dois sítios principais; a pele e as células de Scwann, com tropismo especial pela segunda atacando nervos periféricos, pele e mucosas do trato respiratório superior.
Acredita-se que esse bacilo atinja os nervos a partir dos vasos sanguíneos e linfáticos do epineuro( tecido conjuntivo mais externo que envolve o nervo) e a partir daí o M.Leprae se liga às células de Scwann e passa a infecta-las. Além disso, de acordo com a resposta imune do hospedeiro, as células de Scwann podem ser alvos de células T e culminar na sua morte.
O processo inflamatório do nervo acontece com vasculite(inflamação dos vasos), inflamação tecidual perineural e dentro do nervo há a desmielinização segmentar. A neuropatia da hanseníase acomete todas as modalidades de sensibilidade incluindo dor, temperatura, vibração, cinético-postural, motoras e autonômicas.
Além do mais, em casos mais avançados partes do corpo apresentam ulceração e posterior necrose da cartilagem.
NERVOS ACOMETIDOS
MEMBRO SUPERIOR
Nervo ulnar: a lesão desse nervos leva a paralisia da mão levando a hiperextensão das articulações metacarpo-falangica ocasionando a garra unar.
Nervos mediano: leva a paralisia dos músculos tenares(região do punho) e perda da oposição do polegar.
Nervos radial: perda da extensão dos dedos e punho causando a " mão caída "
MEMBRO INFERIOR
Nervos fibular: paralisia da musculatura dorsiflexora e eversora do pé
FACE
Nervo facial: paralisia da musculatura orbicular com consequente oclusão das pálpebras levando o lagoftalmo(olho aberto)
ESTIGMA SOCIAL
A hansenianse é uma doença bíblica e já existia no Egito quatro mil e trezentos anos antes de Cristo, segundo um papiro da época de Ramsés II e até hoje é uma preocupação na saúde pública. Vulgarmente conhecida como Lepra, a haneniase ainda é tratada com preconceito devido a sua carga histórica de ser uma condição que a certeza era dor, sofrimento e morte. Por conta disso, os doentes eram separados da sociedade e da própria família em colônias até a sua morte. Em 1873, o médico nororegues Gerhard Armadura Hansen identificou o bacilo causador da doença.Hoje em dia, com o avanço da medicina, a Hanseníase tem cura e o tratamento é feito atraves de PQT-U(Poliquimioterapia) que são antimicobacterianos como rifampicina, dapsona e clofazimina.
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