Dessa ilimitação surge a necessidade de autodefesa, de cada pelo que é seu, em face do outro, do que se origina o bellum omnia contra omnium. O homem é o lobo do próprio homem, e por isso o estado de natureza não pode oferecer conforto, pacificidade e muito menos prosperidade, motivo pelo qual se funda a sociedade, para que seja liderada em prol da unificação e da contenção das diferenças e contendas pessoais. O estado cívico constitui a paz entre os homens e permite a vivência entre humanos.
Suas preocupações residem, fundamentalmente, nos cuidados com a manutenção da sociedade civil. Por isso, sacrifica valores, impões condições, fundamenta até mesmo o infundamentável, com vistas na manutenção da ordem e do estado de convívio civil. Para Hobbes, a anarquia é a pior condição em que os homens podem acabar: é a dissolução, a destruição, a guerra, ou seja, o retorno ao estado de natureza, belicoso e sangrento, inóspito e inadequado.