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AS ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS DA GEOGRAFIA E OS INTERESSES POLÍTICOS…
AS ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS DA GEOGRAFIA E OS INTERESSES POLÍTICOS-BREVE HISTÓRICO
O século XX foi o cenário dos primeiros passos científicos à maturidade da Geografia, na academia e na escola.
O que hje chamamos de Geografia, foi o conhecimento que mapeou todo planeta e fez um levantamento considerável de dados sobre a superfície terrestre.
É possível afirmar que o que hoje chamamos de Geografia, ao descrever espaços e sociedade - exóticos ou não, soberanos ou coloniais - revelava, sobretudo, diferentes meios, singulares em sua técnicas, culturais, relações sociais, etc...
A GEOGRAFIA CLÁSSICA
O período que "delimita" a geografia clássica é contemporâneo do imperialismo, ainda politicamente baseado nas vantajosas trocas comerciais entre metrópole e colônia.
Assim as relações internacionais eram movidas pelas vantagens econômicas que determindos impérios obtinham por meio de trocas comerciais por eles controladas.
As áreas, tomadas objetos de pesquisa, estavam devidamente cartografadas e suas riquezas naturais catalogadas, enquanto recursos - necessários ao crescimento e a diversificação da produção industrial.
Foi nesse contexto histórico (eurocêntrico) que a geografia institucionalizou-se como ciência e dedicou-se então a criar um quadro teórico para explicar como são produzidas as variadas paisagens e as causas das profundas diiferenças entre elas.
Foi ma Alemanha e na França que se desenvolveram as primeiras teorias da geografia capazes de influenciar o pensamento geográfico do ocidente.
A geografia Alemã argumentava que, quanto mais civilizado um povo, mais intenso o uso do meio - através do domínio das técnicas de produção - e maior a pressão demográfica.
A geografia vinculou o conceito de território, de caráter político, ao conceito (pretensamente) científico de espaço vital.
Na educação escolar, o conceito de território foi marcado por um viés político, que impedia como "natural" e "inevitável" o colonialismo.
Poi sua vez, a principal bandeira da escola francesa de geografia era a neutralidade da ciência. Seu traço marcante foi o tom liberal, diferenciando-se da escola Alemã, acusada de fazer da ciência uma seara ideológica.
Para a geografia francesa, a superfície terrestre divide-se em diferentes meios. Cada um desse meios forma-se através de uma série de fenômenos desencadeado por diferentes agentes.
O homem é um dos agentes que atuam para mudar a superfície terrestre, e as paisagens são os resultados de todas as atuações.
A geografia francesa ainda argumentava que os diferentes grupos humanos têm suas necessidades condicionadas pela natureza e buscam nela os materiais para suprir essas necessidades.
O MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO DA GEOGRAFIA
A renovação do pensamento geográfico iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial e continua até hoje. Essa renovação algumas vezes se deu pela reforma e outras tentativas de revolução do pensamento geográfico, mas ambos os casos, está relacionada com as mudanças políticas, econômicas e tecnológicas que alteraram as relações socioespaciais em todas as escalas.
A partir da Segunda Guerra, a internacionalização do fato industrial evidenciou-se e chegou, ao território brasileiro.
Com as mudanças do novo período histórico (inclusive no Brasil) o território tornou-se definitivamente mercadoria, constantemente reconstruído, necessário para o movimento do capital; a ideologia patriótica e nacionalista perdeu rapidamente a importância para o discurso internacional.
Em 1960 o contexto histórico chamou as ciências humanas para novas reflexões. O fenômeno do subdesenvolvimento, sua dependência econômica e tecnológica, o socialismo autoritário do leste europeu, o uso da tecnologia na guerra, a guerra fria, entre outros fatores, desencadearam uma revisão do marxismo e novas críticas ao capitalismo foram elaboradas.
A partir desse contexto, surgiu o caminho da geografia crítica, que compreende o espaço como social, construido historicamente, pleno de lutas e conflitos sociais.
Trouxe o debate politico, social e econômico, inicialmente para os conceitos de região, natureza e sociedade, mais tarde aprimorando-os e ressignificando os conceitos de lugar, paisagem e território.
No Brasil a Geografia crítica só chegou nos anos 1980, com o fim da ditadura militar. as propostas curriculares e o manuais didáticos, desde então, são testemunhas do esforço na elaboração de conceitos que aproximassem o materialismo dialético da temática espacial.
Com o aprofundamento das discussões sobre o conceito de espaço, a geografia crítica ressignificou o quadro conceitual dessa ciência e inseriu nele o conceito de sociedade;
A história, por sua vez, não parou, mas avançou, configurando nas últimas décadas seu novo período, chamado de globalização, que afetou profundamente conceitos e categorias com os quais a geografia sempre trabalhou.
Todas as transformações colocaram em pauta a necessidade de discussão sobre o quadro conceitual da geografia. Enquanto a geografia crítica ainda via com desconfiança os conceitos de paisagem, lugar e região, as relações mundiais globalizadas davam a eles novos significados e faziam, ainda, emergir as discussões sobre outros pontos como território, soberania, política e Estado Nação etc...