Uma semana atrás, uma mulher de 64 anos deu entrada na unidade de tratamento intensivo (UTI) por meio do setor de emergência do hospital, apresentando desconforto respiratório e tendo como principais queixas tosse improdutiva e piora progressiva da dispneia de esforço. Há dois anos, ela passou por um transplante de pulmão direito devido à fibrose pulmonar idiopática (FPI). O seu período pós-operatório desde o transplante tem sido complicado por múltiplas hospitalizações devido a infecções respiratórias recorrentes e rejeição aguda do enxerto. Durante o último mês, ela necessitou de um aumento no seu aporte de oxigênio (O2) de 2 para 3 litros por minuto via sonda nasal. No momento da admissão, seus sinais vitais eram os seguintes: FC de 90 bpm, pressão sanguínea de 120/81 mmHg (PA média de 94 mmHg), temperatura corporal de 38 oC, saturação de oxigênio por oximetria de pulso (SatO2) de 87% em repouso com 3 litros por minuto de O2 (que caiu para 82% com esforço mínimo) e frequência respiratória (FR) de 33 por minuto com notável desconforto. A radiografia de tórax revelou a presença de infiltrados no lobo superior direito; a paciente recebeu uma máscara que impede o retorno respiratório com 10 litros por minuto de O2 e foi iniciada a administração de antibióticos de amplo espectro. O diagnóstico diferencial no momento da admissão foi de desconforto respiratório agudo secundário à infecção versus rejeição aguda do enxerto. Ela não apresentou insuficiência cardíaca de base e suas únicas patologias pregressas são uma ampla hérnia de hiato e doença do refluxo gastresofágico (DRGE), para a qual toma omeprazol todos os dias. Outros medicamentos relevantes incluem tracolimo, micofenolato de mofetil, prednisona e alendronato. Seu estado respiratório desde a hospitalização continuou a piorar e culturas confirmaram a síndrome de bronquiolite obliterante (SBO). Os gases do sangue arterial mostraram uma tendência à hipercapnia crescente com piora da hipoxia. A paciente foi entubada nos últimos dois dias e, neste momento, necessita de ventilação mecânica com pressão controlada, fração de oxigênio inspirado (FiO2) 0,4 e pressão expiratória final positiva (PEEP) de 5 cm/H2O. A equipe de tratamento intensivo está discutindo planos para uma possível traqueostomia, caso seu estado permaneça inalterado ou venha a piorar nos próximos dias. Hoje o médico prescreveu avaliação de fisioterapia. A paciente vive com sua filha adulta.
Dispnéia por esforço
tosse não eficaz
Paciente com transplante do pulmão direito
aumento do seu aporte de oxigênio de 2 para 3 litros por min.
Histórico da Fibrose Pulmonar
FC: 90 bpm
aspecto provável da secreção devido às infecções: purulento ou opaco, mais viscoso
SatO2 82% com esforço mínimo
PA 120/80 mmHg
saturação em 87%
O estado respiratório da paciente desde da hospitalização continua a piorar
Na admissão apresenta desconforto respiratório agudo secundário à infecção
FR elevada: 33 incursões por min
tendência à hipercapnia crescente
com piora da hipoxia
Paciente intubada
temperatura elevada de 38ºC
hérnia de hiato esofágico
quando há o aumento da PCO2 sanguínea
Múltiplas hospitalizações pós- transplante
ventilação mecânica
Infecções respiratórias recorrentes e rejeição aguda do enxerto
ritmo respiratório determinado pelo aparelho
pressão pulmonar positiva
Síndrome de bronquiolite obliterante (SBO)
quando há uma obstrução das vias aéreas devido a uma inflamação ou infecção prévia
sintomas: dispneia e tosse persistente
Não apresenta insuficiência cardíaca de base
quando a parte superior do estômago invade a cavidade torácica por meio do hiato esofágico do diafragma
pode causar desconforto toracoabdominal e azia
equipe de tratamento discute a possibilidade de uma possível traqueostomia
Médico prescreve avaliação fisioterapêutica
medicamentos administrados com o intuito de reduzir as chances de rejeição do transplante, aintiinflamatórios corticóides e inibidores da reabsorção óssea
redução da elasticidade pulmonar
redução do número de alvéolos funcionais
infiltrados no lobo superior
a ausculta irá apresentar sons adventícios
ausculta realizada na região próxima à clavícula, no ápice pulmonar
aumento da ventilação para que a PCO2 seja restabelecida