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Entrevista sobre Cuidados Paliativos com a Dra Tárcilla Pinto
Formação e área de atuação
Médica pela UFC Sobral
Residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas
Especialista em Cuidados Paliativos
Fundadora da UCE ("transição" UTI-casa)
Professora de Cuidados Paliativos e Semiologia
Definição de Cuidados Paliativos
Bom cuidado com o paciente: todo médico deveria ter
Maior comunicação com paciente e família
Compartilhamento de decisões
Interferência no prognóstico
Deveriam ser empregados em todos os pacientes, independentemente do prognóstico
Formação médica em
Cuidados Paliativos
Preparo médico
Inadequado
Não se trata somente de bom senso e boa vontade, mas também de conhecimento teórico adequado
Deve-se evitar a distanásia ("fazer tudo pelo doente" deve ter indicações específicas)
Não é necessário um "curso", mas o profissional deve buscar esse conhecimento
Preparo dos acadêmicos
Reconhecer quando o tratamento vai funcionar ou não,
a despeito das indicações técnicas
Avaliação de prognóstico e indicação de conduta
Nem todos precisarão ser especialistas na área, mas
todos deverão ter noções básicas
Conhecer indicações, e, sobretudo, contraindicações
O estudante e o profissional devem ter
maturidade
para reconhecer a importância dos cuidados paliativos
Desenvolvimento pessoal
Como superar a linha entre empatia e contratransferêcia?
Separar o que é seu e o que é do outro
(habilidade)
Quanto mais se relaciona com o paciente, mais objetivo e menos realista o médico se torna (distancia-se do prognóstico real)
O trabalho na área trouxe um desenvolvimento pessoal exponencial, com impactos na vida pessoal
Inteligência emocional e questões filosóficas sobre a efemeridade da vida
A morte é um tabu maior do que o sexo
: cultura de que "falar sobre morte atrai a morte"
Senso de propósito e de planejamento temporal
Habilidades do médico
"Se você só sabe medicina, nem medicina você sabe"
A compreensão do doente a respeito do seu caso tem efeito terapêutico
Início sempre com perguntas abertas: avaliar o conhecimento do doente sobre o quadro
Cabe ao médico se fazer entender, não ao paciente entender o médico
Manejo do paciente
Maior dificuldade
Não é em relação ao paciente, mas na concordância com a equipe
Discordância entre as condutas dos colegas médicos
Sendo mais especializada em Cuidados Paliativos do que os colegas, enxerga os pacientes de uma forma diferente (
Mito da Caverna
)
O
autoconhecimento
é essencial para o médico
Deve conhecer os seus limites e os limites do paciente
Deve saber que não tem a resposta, e saber lidar com as incertezas
Deve ter metas e objetivos condizentes com a realidade do paciente
Equipe multiprofissional
Médico
Enfermeiro
Psicólogo
Assistente social
Quanto mais profissionais envolvidos, melhor
Comunicação de más notícias
O cuidado paliativo habitua o profissional a se comunicar
Compartilhamento de possibilidades com paciente e família (decisão conjunta)
É um desafio, porém é cotidiano: tudo é má notícia
Requer
habilidade
do médico: existem protocolos, cursos e outras estratégias
Estratégias de comunicação
Protocolo SPIKES
Atenção para a comunicação verbal e não verbal
Apoiar e tentar resolver a condição, mas sem prometer que tudo ficará bem
Saber usar o silêncio
Comunicação é técnica, não é talento nato
Caso marcante
Idosa internada com dor abdominal que descobriu um tumor, mas sem status-performance para biopsiar. Evoluiu com insuficiência renal, e iniciou diálise para esperar a família vir de fora para se despedir
Morte foi pacífica, significativa, somente com o monitor (para aferir a parada cardíaca)
Dificilmente ocorre no sistema público