O continente europeu sofreu com o processo de degradação das pai-
sagens naturais, principalmente da vegetação e da hidrografia, intensificado durante a Primeira Revolução Industrial, no século XIX. Além da extração de
recursos naturais, a industrialização acelerou o processo de urbanização, culminando com o desmatamento de florestas e a poluição das águas. Junto a isso, o crescimento de áreas para cultivo agrícola alterou profundamente as paisagens do continente, a vegetação recuou para apenas 0,3% da extensão
original. Considerando esse cenário, muitos projetos foram desenvolvidos para recuperar as florestas e os rios do continente. Atualmente, após uma intensa política de reflorestamento, quase metade do continente é coberto por florestas. Na Alemanha, por exemplo, as áreas verdes já recobrem mais de
um terço do território do país. A exploração madeireira é permitida, contanto
que sejam respeitadas regras de manejo e reflorestamento. A Suécia foi o primeiro país onde a lei de conservação de florestas entrou em vigor, ainda em 1886 e, atualmente, conta com quase 70% do território reflorestado. A União Europeia criou uma política com a intenção de diminuir os espaços destinados à agricultura, investindo em tecnologias que aumentam a produtividade das terras já cultivadas. Em pouco mais de 20 anos a Europa ganhou uma área equivalente ao tamanho de Portugal em florestas. Em contrapartida, aumentou a importação de produtos agropecuários de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. A soja é o principal produto
brasileiro exportado para a União Europeia, chegando a aproximadamente 5 milhões de toneladas, em 2018. A Europa segue políticas de proteção das áreas florestais do continente com excelentes resultados. No entanto, outras regiões do mundo sofrem com os impactos ambientais decorrentes da produção agropecuária em seus próprios territórios e essa produção atende, ao
menos em parte, às crescentes importações da União Europeia. Poluídos em decorrência da industrialização, os rios europeus também foram alvos de ações de recuperação. O Tâmisa, em Londres, um dos mais degradados, teve o início da recuperação ainda no século XIX; os resultados dos investimentos começaram a surgir na década de 1970. Processo semelhamte por que passou o rio Sena, em Paris, o qual foi bastante afetado por rejeitos industriais e domésticos. Desde 1960, o rio recebeu investimentos na sua recuperação, que resultou no aparecimento de mais de 30 espécies de peixes. Entre as políticas de descontaminação estava o incentivo aos
agricultores com práticas sustentáveis, que não gerassem poluição para
os cursos de água. Outro rio prejudicado foi o Tejo, considerado o maior
da Europa. Os projetos para recuperá-lo incluíram obras de saneamento e
renovação da rede de distribuição de águas e esgotos. Com isso, o rio se
recuperou e até golfinhos fazem parte de sua paisagem. Um dos casos mais graves de poluição foi do rio Reno, que atravessa o
continente de norte a sul, nascendo nos Alpes Suíços e desaguando no Mar
do Norte. Em 1986, o Reno foi contaminado por 20 toneladas de substâncias
altamente tóxicas despejadas por uma empresa suíça, ao tentar combater
um incêndio de sua fábrica. Os países banhados pelo rio deram origem a um programa de recuperação que investiu mais de US$ 15 bilhões, criando estações de tratamento da água.