De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE (2017), o país é reconhecido internacionalmente por ser o maior exportador de soja em grãos e também se destaca nos rankings de exportações de café, açúcar, frango, carne bovina, milho, etanol, entre outros produtos.
AGRICULTURA FAMILIAR
A cadeia produtiva do agronegócio e seus impactos envolve a agricultura, a indústria de alimentos e fibras, distribuição por atacado e varejo, transporte, combustíveis, armazenamento, concessionárias de rodovias e serviços portuários, insumos como agrotóxicos, fertilizantes, sementes e máquinas agrícolas. Embora, nos números econômicos referente ao agronegócio é inserido dados da agricultura familiar como se tudo fizesse parte do mesmo processo (CAUME, 2009). A agricultura familiar é, em especial, detentora da produção de alimentos consumidos no território brasileiro, por outro lado, o agronegócio tem o foco no lucro em uma produção em uma ampla escala para exportação.
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Isso é devido a consolidação e conservação da estrutura agrária do Brasil, pois o crescimento da monocultura da cana-de-açúcar, os cultivos de soja, de café e de eucalipto representam os principais exemplos de monoculturas no Brasil, agencia o acúmulo da produção, já que tem a concentração de terras nas mãos de empresas e grandes fornecedores, que gera contradições negativas aos pequenos produtores. Não obstante, a expansão destas monoculturas tem ocupado antigas áreas de pastagens degradadas, áreas de produção de alimentos para o mercado interno e incorporado terras em regiões de fronteira agrícola a partir do desmatamento. Assim, podemos observar o chamado “desenvolvimento” demonstrado pelos empresários com a “questão ambiental”, posto que o etanol em seu discurso se apresenta como uma alternativa energética menos poluente em relação ao petróleo e por ser um combustível renovável. Contudo, apesar de considerado uma “energia limpa”, sua produção provoca contradições tanto sociais como ambientais, contrariando o caráter sustentável do etanol.
Dessa forma, partimos do pressuposto de que a internacionalização do agronegócio brasileira é uma estratégia de acumulação de capital internacional por parte de megaempresas mundiais interessadas na elevação dos commodity agrícolas em escala global. Nessa perspectiva, este artigo procura evidenciar como a financeirização, juntamente com o apoio do Estado, beneficiou o agronegócio com a incorporação de novos territórios
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Para viabilizar o processo de internacionalização e mundialização do capital no agronegócio foi preciso a liberalização e a desregulamentação do Estado brasileiro. Sendo uma estratégia política por parte dos organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) que impôs ajustes estruturais ao país, a partir do final da década de 1990. Assim, esse conjunto de acordos criou um panorama adequado e atrativo para que os IEDs chegassem ao agronegócio brasileiro. Acrescenta-se, ainda, a esse contexto político e econômico a adoção de políticas neoliberais, a partir do final da década de 1980 que permitiram a circulação mundial de capitais e, portanto, as fusões e aquisições (F&As). Este processo levou o agronegócio a uma nova configuração da acumulação capitalista no campo brasileiro, que levam a internacionalização do setor, no Brasil.
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conteúdo efetivo da [...] globalização é dado não pela mundialização das trocas, mas das operações do capital, sob a tripla forma do capital industrial, do capital concentrado engajado no negócio e na grande distribuição e, sobretudo, cada dia de maneira mais evidente, sob aquele do capital-dinheiro concentrado que se valoriza no seio da esfera financeira, mas que se nutre de punções sobre a esfera produtiva onde se formam o valor, a mais-valia e outras variedades de sobre produto
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