A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) é uma das entidades do sistema interamericano de proteção e promoção dos direitos humanos nas Américas, com sede em Washington, Estados Unidos. O outro órgão é a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em São José, Costa Rica. Em 1948, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, em Bogotá, Colômbia, primeiro documento internacional de direitos humanos de caráter geral, incluindo direitos civis e políticos, assim como direitos econômicos, sociais e culturais. A CIDH foi criada em 1959, reunindo-se pela primeira vez em 1960, com a finalidade principal de promover a observância e a defesa dos direitos humanos na região. A CIDH é integrada por sete membros independentes que atuam de forma pessoal, sem representar nenhum país em particular, sendo eleitos pela Assembléia Geral da OEA. A CIDH pode receber petições de indivíduos, grupos de indivíduos ou ONGs, assim como também pode receber comunicações interestatais (e.g. Argentina aciona a CIDH contra o Chile). Estados devem reconhecer esta competência, o que não foi feito pelo Brasil, de modo que outros Estados não podem acionar a CIDH contra o Brasil. Para que uma petição ou comunicação seja apresentada, os recursos internos devem ter sido esgotados. A CIDH tem, apenas, competência consultiva, emitindo pareceres que não são vinculantes. O caso Maria da Penha e o caso Belo Monte são exemplos de casos envolvendo o Brasil e a CIDH, em que esta fez recomendações ao país.
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O Sistema de Direitos Humanos da ONU consiste em quatro entidades permanentes separadas, porém interligadas, além de entidades temporárias, destinadas a finalidades específicas. As quatro entidades permanentes são o Conselho de Direitos Humanos da ONU, os Procedimentos Especiais, os Organismos de Tratados da ONU e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humano (ACNUDH), chefiado pela figura do Alto Comissário, principal funcionário das Nações Unidas para os direitos humanos, nomeado pelo Secretário-Geral. O ACNUDH está presente em mais de 60 países, cumprindo com seu mandato (estabelecido com a resolução 48/141 da Assembléia Geral, de 20 de dezembro de 1993) para apoiar a promoção e proteção de todos os direitos humanos universalmente reconhecidos. O mandato do Escritório inclui apoio ao trabalho dos mecanismos internacionais de direitos humanos. Em 1º de setembro de 2018, Michelle Bachelet assumiu o cargo de Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
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