A missão ao Paraguai de 1844 foi deixada a cargo de Pimenta Bueno, futuro Marquês de São Vicente. Desde a declaração de independência paraguaia, o país guarani vivera sob a ditadura isolacionista de Gaspar de Francia. Em 13 de março 1844 assumiu definitivamente a presidência do país o ditador Carlos Antônio Lopez, depois do breve período de consulado pós-Francia. López assumiu uma atitude mais ativa no comando do país, preocupado com a possibilidade de agressão da Confederação.
A Missão brasileira tinha dois objetivos: o primeiro era o reconhecimento da independência paraguaia; o segundo, a realização de um tratado de Aliança, Comércio e Limites. A 14 de setembro, o reconhecimento foi realizado pelo Brasil, o primeiro país a fazê-lo. A 7 de outubro, os termos do segundo foram negociados, mas não chegaram a ser ratificados pelo Império, sendo renegociados somente em 1850, em parte. Em fins de 1844, Miguel du Pin e Almeida, futuro Marquês de Abrantes, foi enviado para a Europa. Em seu caminho para Berlim, onde realizaria uma negociação comercial com o Zollverein, Abrantes passou pela Inglaterra e pela França, onde tentou negociar uma ação concertada com as potências para intervir contra Rozas no Prata.
As duas potências se negaram a realizar um acordo com o Império – a situação Brasil-Inglaterra era particularmente ruim conforme visto. Ainda assim, França e Grã-Bretanha se aliaram e decidiram intervir no Prata em começos de 1845 para auxiliar os colorados uruguaios e bloquear Buenos Aires como resposta ao fechamento dos rios interiores decretado por Rozas. A atuação independente foi muito malvista pelo Império, que perdia, assim, qualquer possibilidade de intervir na situação a seu favor. Ganhava, contudo, tempo para reorganizar-se. Em 1845, a situação começou a mudar. Pouco depois de receber os protestos rozistas pelo reconhecimento da independência paraguaia (27 de fevereiro) – já que o Paraguai era tratado pelos argentinos como província rebelde –, o Império encerrava o conflito no RS com a assinatura do tratado de Poncho Verde a 1º de março. Com o fim da Farroupilha, os motivos que causavam atrito com o governo colorado de Montevidéu deixavam de existir, ao mesmo tempo que os problemas com os blancos se incrementavam.
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Os blancos controlavam a campanha uruguaia. Com a pacificação do sul, os gaúchos que tinham propriedades no Uruguai passaram a ter de lidar com a cobrança de taxas pelos blancos, confisco de propriedade etc. e outras ordens vindas do governo de Cerrito (Blanco, de Oribe). Assim, começavam os agravos com os súditos do Império que o impeliriam a ação.
Enquanto durou a ação anglo-francesa, a posição brasileira era de neutralidade oficial, mas de simpatia em direção ao governo de Montevidéu. A situação precipitou-se quando as potências decidiram por retirar-se do Prata e realizar acordos de paz com Rozas, elevando o moral do ditador em toda a região.
A primeira a realizar a paz foi a Inglaterra por meio do tratado Arana-Southern em 1849 – liberando a frota inglesa para combater o tráfico brasileiro – e na sequência se iniciaram as tratativas com o almirante francês Lepredour para fazer a paz com a França. A paz implicaria o fim do bloqueio de Buenos Aires e o fim dos subsídios a Montevidéu, o que levaria à queda do governo de salvação uruguaio e à possível anexação da Banda Oriental.
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