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Salvacionismo: a raiz de tudo - Coggle Diagram

- - - - E o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
        
        Quanto mais feridos somos no fundo (quanto mais salvacionismo precisamos), mais rígidos e controladores ficamos na superfície. É uma relação, um eixo.
        Quanto mais machucados estamos, mais defensivos ficamos
        Quanto mais controladores e compulsivos pela perfeição ficamos
        Nada tem que acontecer num tempo certo, mas sim num tempo bom, razoável
        Eu me desgastei demais com rigidez, compulsão e controle
        Aprender a relaxar um pouco
        
        A virada aqui não é quando se cura a ferida, é quando ela não controla mais a minha vida, quando não manda e nem conduz mais a minha vida: é a mudança mais relevante pra minha vida psíquica desde que nasci.
        A ferida não vai mais conduzir a forma que eu vivo.
        Não vai determinar como vivo, terei reavido a espontaneidade.
        Sentir a fraqueza, assumi-la, vivê-la, conhecê-la.
        Sentir a ferida, assumi-la, conhecê-la e curá-la.
        Sem mais comportamentos defensivos.
        
        Dar importância a coisas sem importância é a própria marca da doença: compulsão à perfeição. Alienação a um ideal.
        Controlando cada passo, controlando coisas irrelevantes, não permitindo o caos (que apareceu na casa)
        Dá importância demais a controlar cada passo e não dá importância às coisas verdadeiramente importantes da vida: afeto, carinho, boa convivência, troca, experiência, amizades, relações, e muitas coisas coisas. A importância é deslocada, toda colocada em controlar o caminho, e pouco colocada no que é verdadeiramente importante. É uma tirada da vida mesmo, tirada do melhor da vida.
        E fica relacionando coisas não importantes às importantes e ao "destino de sua vida". Como se assim fosse. Quando tudo é absurdamente importante, é impossível relaxar.
        
        Querer congelar/petrificar todo insight tido como algo final que vai me salvar. Talvez não seja da própria doença, mas outro sintoma, não deixa de ser um negócio obsessivo.
        
        Brigar com minha mãe também era uma forma de controlar as coisas, de manter as coisas como estão, de impedir ou não permitir a mudança, de não me permitir mudar. Eram atos violentos defensivos, que deveriam estar incluídos no transtorno, porque o objetivo era controlar, deixar as coisas mortas, sem vida, sem dinâmica, como uma compulsão à perfeição. Brigava pra controlar.
        
        "Se não acontecesse tal coisa, estaria tudo perfeito, e, se estivesse tudo perfeito, eu estaria salvo". Só que não.
        Este é o conteúdo da fantasia. Mesmo se não acontecesse aquela coisa, estaria tudo perfeito, pois perfeição não existe e nem é desejável, pois é plana, tudo que não somos, nem nós e nem a vida. E nem se estivesse tudo perfeito eu estaria salvo, pois necessitar de salvação é carência da ferida para ser suprida e não curada. Mesmo com a perfeição, ela não seria suprida, muito menos curada, o que, por sinal, não se dá pela perfeição, que nem existe.
        Se tivesse aquele detalhezinho, então estaria perfeito, e, se estivesse perfeito, você estaria salvo no paraíso. Não faz sentido algum, é um sintoma, que fera a compulsão à perfeição, compulsão a um ideal que mais se parece com a morte do que com qualquer outra coisa. Uma inflexão da doença, da raiz, do medo, da ferida. Cure a ferida e viverá melhor. Viverá mais livre, menos tenso, menos controlado/determinado por uma ferida.
        
        Fora ficar todo travado pra evitar a situação anterior (viver a fantasia descrita no quadro acima)
        
        Tem o lance do outro estar estragando tudo também, simplesmente por existir. O que não faz sentido nenhum.
        Mas o pior mesmo era eu existir num estado sempre mais tenso do que o normal. Sempre menos relaxado do que poderia estar.
        Sempre muito tenso, apertado, tensionado, tensionando, pouco relaxado. Agora consigo relaxar, meu corpo está relaxando um pouco.
        O outro não tem a capacidade de estragar nada. Eu ficava (ainda fico?) num estado de tensão absurdo e não saudável para viver.
- - - - A minha usual tensão está diminuindo
        
        Nunca vivi sem essa tensão toda antes, agora terei que reaprender a viver, de outras formas que não envolvam mais aquela tensão defensiva
        É compreensível e até normal ter desenvolvido essas defesas, mas agora elas não me servem mais