O método dialético hegeliano tem por objetivo apreender o concreto e o universal, não o individual e o abstrato. Daí que na apreensão concreta do real busque a unidade entre o ser e o pensamento. Trata-se, em verdade, de um processo dinâmico que se repete sem cessar, no qual aquilo que é se contrapõe à sua expressão exterior, alcançando com isso uma nova forma de ser, superior à que era antes.
Justamente nesse ponto, Hegel critica Kant, que, segundo ele, se contenta em converter uma máxima pessoal de vida em lei universal, tornando-a um imperativo categórico, o que permite justificar tanto o bem como o mal. Para se evitar esse equívoco, deve-se recorrer ao contexto humano concreto, ao homem situado na História, com suas sucessivas contradições, numa cadeia ininterrupta de superações.