Paciente sexo feminino, 31 anos, garota de programa, mora na região central de São Paulo. Adicta por cocaína, administra a droga por aspiração nasal e via intravenosa. Achou na profissão uma forma de sustentar o vício.
Apresenta comportamento sexual com múltiplos parceiros. Manifesta verrugas e queimação na região genital, apesar disso continua com o comportamento sexual e com o abuso de drogas.
Paciente deu entrada em PS com confusão mental, queixa de dores musculares intensas, fraqueza muscular, dor abdominal, colúria e taquipneia
Foram solicitados os seguintes exames: Hemograma completo, exames bioquímicos, gasometria arterial, urinálise. Ao ser questionada se fazia o uso de alguma droga, relatou a cronicidade do uso de cocaína, e então foi solicitada análise toxicológica (metabólitos da cocaína)
A paciente relatou ainda as verrugas e queimação genital, sendo solicitado exame ginecológico.
Em exame ginecológico é realizado diagnóstico clínico de HPV, onde é observado:
Foi sugerido para a paciente o procedimento de eletrocauterização em que seriam retiradas as lesões
Condiloma Acuminado, caracterizado por verrugas genitais, descartando assim subtipos virais de alto risco oncogênico
No exame citopatológico de papanicolaou, é observado
Em lâmina lesão intraepitelial de baixo grau, com os seguintes achados:
Discariose
Coilócitos típicos
Células com núcleos grandes, alterados e alta relação núcleo/citoplasma
Disqueratose
células escamosas eosinofílicas com cavidade perinuclear vazia circundada por espessamento citoplasmático e com moderado alargamento nuclear: coilócitos típicos. (obj. 20x)
Pela história da paciente, sinais e sintomas observados no caso, suspeitou-se de rabdomiólise
A rabdomiólise é a ruptura do músculo estriado, em que há liberação de componentes (eletrólitos, enzimas, proteínas) do meio intracelular para o meio extracelular
Foram solicitados os seguintes testes bioquímicos
Urianálise
Mioglobina na urina
Colúria
Proteinúria
O rompimento da fibra muscular esquelética ocorre devido
comprometimento da produção de ATP muscular por toxicidade da cocaína.
O surgimento de altos níveis de mioglobina e mioglobinúria, em conjunto com a acidose metabólica, que surge como resultado da libertação de ácidos orgânicos de células necróticas e ácido láctico durante a hipóxia celular
A depleção de ATP resulta em perda da função de transportador de membrana com lesão do sarcolema.
LDH
Ácido úrico
Irá determinar a precipitação de cristais de ácido úrico e mioglobina em túbulos renais
A lesão renal resulta de uma combinação de:
Toxicidade tubular direta mediada por lesão oxidativa associada à mioglobina
Obstrução tubular distal
Isquemia devido à vasoconstrição renal
A mioglobina é filtrada por glomérulos e então é reabsorvida nos túbulos proximais por endocitose
Nas células tubulares, o catabolismo da mioglobina leva à liberação de ferro livre
Ocorre geração de radicais livres e danos por estresse oxidativo, peroxidação lipídica, lesão e morte de células tubulares
Esfregaço sanguíneo
Testes de coagulação
Esquizócitos
Tempo de protrombina (PT)
Fibrinogênio
Dímero D
tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa)
Tempo prolongado
Tempo prolongado
Aumentado
Normal
O uso abusivo de ibuprofeno também pode ter sido responsável pela precipitação da insuficiência renal aguda
Ibuprofeno
Inibe enzima COX
redução das concentrações de prostaglandinas
Redução da perfusão renal por vasoconstrição,
Leva a isquemia
Insuficiência renal aguda
Cocaína
prolongando o tempo de ação da dopamina, noradrenalina e serotonina
Atua inibindo a recaptação de serotonina
Ação estimulatória no SNC
A droga age bloqueando VOCs de sódio e por consequência bloqueando a propagação do impulso nervoso
Provoca vasoconstrição por inibição local da recaptação de noradrenalina
Efeitos nocivos
Metabólitos
benzoilecgonina
éster metilecgonina
PCR
Primers universais
Detecta baixos níveis de carga viral
Alto custo
Resultados falso positivos menos prováveis
Citológico
Exame simples
Não determina subtipo viral
Barato
Diagnóstico em fase avançada da doença
Prevenção
Vacina bivalente e tetravalente
Vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 recombinante produzida pelo Butantan
contém VLPs L1, que são proteínas semelhantes aos vírus do tipo selvagem
Não contém DNA viral
não podem infectar as células ou se reproduzirem
É importante pontuar que a vacinação não é uma forma de tratamento da doença e sim uma prevenção
carboxilesterases
butirilcolinesterase
paciente poderá beneficiar-se com a vacina papilomavírus humano recombinante, pois ajudará a proteger contra os outros tipos de HPV contidos na vacina