IST na APS

DSTxIST: mudança de denominação pelo decreto número 8.901/2016, de departamento responsável por esta temática.

Objetivo: explicitar que nem sempre se tem sinais e sintomas

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/AIDS e Hepatites Virais.

Mudança do decreto em 2019 => Decreto 9.750/2019

Quando suspeitar?

Vida sexualmente ativa sem uso de preservativo + presença de sinais e sintomas (ex: lesões genitais, corrimento vaginal/uretral, edema, vesículas ou verrugas).

Realizar testes rápidos: abordagem centrada na pessoa, auxiliando a melhor adesão ao tto.

Método clínico centrado na pessoa (MCCP):

Entender a pessoa como um todo: (1) INDIVÍDUO: aconselhamento pré-teste + fator de risco; (2) FAMÍLIA: fidelidade conjugal, uso de preservativo, submissão de gênero e transmissão vertical; (3) CONTEXTO: grupos com maior vulnerabilidade => profissionais do sexo, jovens, questões de gênero, caminhoneiros, etc.

Elaborar plano conjunto pra manejo: escaler formas de contágio, medidas de prevenção e captação de parceiros. Abordar de forma a minimizar conflitos, culpabilização e garantir sigilo. Utilizar mesmo esquema de tto para parceiros.

Explorar saúde, dça e a experiência da dça: (1) A dça: identificar manifestações, tempo de evolução, HPP - outras infecções, fatores de risco e exame físico/ ginecológico. (2) Experiência: sentimento em relação ao diagnóstico.

Intensificar relação médicoXpaciente: ouvir mais do que falar, escaler dúvidas e orientar prevenção.

Prevenção e promoção: aconselhamento pré-teste em todos os atendimentos c/ suspeita, teste só pode ser realizado mediante consentimento, ouvir pcte, orientar sobre resultar e janela, apoio emocional.

Úlcera genital

Abordagem:

Suspeita IST?

Não => referenciar!!

Sim

Lab indisponível:

História ou evidência de lesões vesicular: (1) NÃO? trata sífilis e cancroide; (2) SIM? tratar herpes genital.

Lesões com +4semanas: (1) NÃO? trata sífilis e cancroide; (2) SIM? tratar sífilis, cancroide e donovanose + biópsia.

Lab disponível: coleta de material.

H. ducreyi: tratar cancroide => TTO: 1a opção, AZITROMICINA 500mg, VO, 2cp ou dose única. 2a opção: CIPROFLOXACINA 500mg, 1cp, VO, 2x/dia, por 3 dias. + tto de parceiras e medidas de higiene.

HSV: tratar herpes genital.

T. pallidum: tratar sífilis 1ária e 2ária.

K. granuloma: tratar donovanose => TTO: dura pelo menos 21 anos ou até desaparecer lesões, 1a op: DOXICICLINA 100mg, 1cp, VO, 2x/dia; 2a op: AZITROMICINA 1g, VO, 1x/sem ou CIPRO 500mg, 1 e 1/2 cp, VO, 2x/dia. Critério de cura: sem lesões. NÃO precisa tto de parceiros.

Manifestações persistentes após 14 dias?

SIM? referenciar.

NÃO? alta.

Herpes genital:

HSV tipos 1 e 2, sendo o HSV1 predominante em lesões genitais. Infecção 1ária: 2-6semanas com sintomas intensos. Surtos recorrentes: sintomas mais leves e duração menor. Clínica geral: ardor, prurido, lesões vesiculosas isoladas ou agrupadas em cachos e lesões ulceras. Pctes com HIV/AIDS manifestações + dolorosas e atípicas.

TTO: cura inexistente, mas diminui intensidade e duração dos surtos. Primeiro EP (tto de 7 dias): ACICLOVIR 200mg, 1CP, VO, 4/4h ou 2cp, 8/8h; Recidiva (tto de 5 dias): repete tto; Supressão (+6 ep/ano): ACICLOVIR 200mg, 2cp, VO, 12/12h, por até 6 meses, podendo prolongar por 2 anos.

Gonorreia e clamídia:

C. trachomatis e N. gonorrhoeae. Geralmente assintomático. Em mulheres => cervicites. Fatores de risco: vida sexual ativa >25 anos, novas/múltiplas parceiras sexuais, parceiros com IST, isso irregular de preservativo, HPP - IST

Clínica: assintomático com diagnóstico quando apresenta complicações (dor pélvica, DIP, gravidez ectópica, infertilidade e diagnóstico de uretrite no parceiro. SINTOMÁTICOS: corrimento vaginal, alteração menstrual, dispareunia (dor na relação sexual) e disúria. EXAME GINECOLÓGICO: dor a mobilização do colo e secreção mucopurulenta por orifício externo do colo (diferencia da cândida que tem secreção em toda parede vaginal).

TTO:

Gonorreia: CIPROFLOXACINA 500mg, VO, dose única + AZITROMICINA 500mg, 2cp, VO, dose única.

Clamídia: AZITROMICINA 500mg, 2cp, VO, dose única ou doxixilina ou amoxicilina.

Uretrite por Mycoplasma genitalium: AZITROMICINA 500mg, 2cp, VO, dose única.

DIP:

Diagnóstico: confirmado clinicamente por 3 critérios maiores + 1 critério menor ou elaborado. Considerada leve quando não há sinais de peritonite ou febre.

TTO hospitalar se: abscesso tubo-ovariano, gravidez, falha do tto com ATB dentro de 72h, intolerância a ATB orais, dificuldade para seguimento ambulatorial, estado geral grave (náuseas e vômitos, febre) e dificuldade em exclusão de emergência cirúrgica.

Situações especiais: usuários DIU, caso exista indicação de remoção, esta deve ser realizada apenas após as duas 1as doses do esquema terapêutico. Orientar outros métodos contraceptivos além de preservativo. Tratar parceiras sexuais , sintomáticas ou não, dos últimos 2 meses.

TTO:

Ambu: CEFTRIAXONA 500mg, IM, dose única + DOXICICLINA 100mg, 1cp, VO, 2x/dia, por 14 dias +METRONIDAZOL 250mg, 2cp, VO, 2x/dia, por 14 dias.

Hosp: CEFOXITINA 2g, IV, 4x/dia, por 14 dias + DOXICICLINA 100mg, 1cp, VO, 2x/dia, por 14 dias.

Condiloma acuminado:

HPV, em mulheres aumenta o risco de CA de colo uterino. Clínica: em sua maioria assintomático e com regressão espontânea. Sintomático: lesão genital verrugosa. Diagnóstico clínico: lesão única ou múltiplas. Citologias oncótica não detecta o vírus, mas identifica as alterações celulares ocasionadas por ele.

Sífilis:

2ÁRIA: aparece entre 6 semana e 6 meses após a cicatrização da ferida inicial. Manchas no corpo que não coçam, nas palma da mão e planta dos pés. Sintomas gerais: febre, cefaleia e mal-estar. As manchas tbm desaparecem, independente do tto.

1ÁRIA: ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele). Aparece entre 10-90 dias após o contágio. Cancro duro. Não dói, não coça, não arde e não tem secreção. Pode ter linfonodomegalia inguinal. Desaparece sozinha, independentemente de tto.

LATENTE: sem sinais e sintomas e exame sempre positivo.

3ÁRIA: surge de 1-40 anos após o início da infecção. Sintomática: lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicos, podendo lervar ao óbito. Diagnóstico: teste rápido na unidade + solicitação de VDRL para acompanhamento/controle de cura + prescrição de tto para o parceiro.

TTO e seguimento:

Sífilis tardia (latente tardi - +1a - latente com duração ignorada e 3ária): BENZILPENICILINA BENZATINA 2,4 milhões de UI, IM, 1x/semana, por 3 semanas (1,2UI em cada glúteo). Seguimento: teste não treponêmico trimestral por 1a, em gestantes o controle é mensal.

Neurossífilis: BENZILPENICILINA POTÁSSICA (cristalina), 3-4 milhões de UI, 4/4h, IV ou infusão contínua, totalizando 18-24 milhões/dia, por 14 dias. Seguimento: exame de LCR de 6/6 meses até normalizar/

Sífilis recente (1ária, 2ária e latente recente - 1a): BENZILPENICILINA BENZATINA 2,4 milhões de UI, IM, dose única (1,2UI em cada glúteo). Seguimento: teste não treponêmico trimestral por 1a, em gestantes o controle é mensal.